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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A semana - Quem diria, a Marina Silva foi parar no PSB




Por Zé Carlos

O filme do UOL da semana que passou nem deveria ser comentado por se tratar de uma peça humorística voltada para a política. O farei, no entanto, pelo aspecto “humorístico”.

Depois dos fatos de sábado, ainda não atingidos pelo filme, os quais nos levaram a presenciar a mais inusitada atitude de um político, protagonizados por Marina Silva, que, ainda não se sabe bem porque, se filiou ao PSB, o filme cairá no esquecimento. Certamente, este será um tema para o filme da próxima semana.

Quando eu era jovem vi uma peça teatral (não sei nem se foi transformada em filme) cujo título era “Quem diria, a Greta Garbo foi parar no Irajá”. Lembrei dela não pelo seu conteúdo mas pelo título que eu imaginei para o episódio político: “Quem dirá, a Marina Silva foi parar no PSB”. Todos, que gostamos um pouco de política, fomos pegos de calça curta, como se diz.

Então o filme da próxima semana deverá vir mais hilário do que o desta. Ele ainda toca no ponto da perda do registro da REDE, partido com o qual a Marina se proporia a sentar na cadeira maior do Palácio do Planalto, e mostra a choradeira geral dos seus partidários pela acontecido. Eu agora já penso se vai haver mais derramamento de lágrimas com esta última decisão da morena Marina, que se pintou para guerra por outro partido. E, o melhor, ou pior, não sei se para rir ou para chorar, o filme, como se previsse a união entre PSB e a REDE, já toca em dois assuntos bastante próximos dos seus dirigentes.

Uma é a questão indígena, que trata da PEC 215, e que coloca os índios em polvorosa por transferir da FUNAI para o Congresso a responsabilidade de demarcação de suas terras. Eu não sei os detalhes da coisa, mas, o episódio de invasão de Brasília e as atitudes dos índios, que usam todos os apetrechos para mostrar sua pureza de origem, mas, não se esquecem do celular e das sandálias havaianas, são motivo de risos. De qualquer forma são os tempos modernos e não deixam de ter relação com as ideias de Marina Silva quanto à preservação das nossas florestas, que agora pertencem quase todas aos índios.

O outro dirigente da mais nova união partidária, o nosso governador Eduardo Campos,  usou imagens de uma universidade particular (li em algum lugar que é da Maurício de Nassau) para fazer propaganda das escolas públicas. Seus assessores pode até não ter agido de má fé, mas, o estrago que isto poderá fazer numa candidatura presidencial é brutal. É como se eu usasse o Rin-tin-tin, para mostrar como o vira-lata que eu criava lá em Bom Conselho , o Bob, fosse o melhor cachorro do mundo. Pegou muito mal.

E finalmente, mas, não menos importante, do ponto de vista do riso, é o troca-troca partidário. E não estou falando aqui da ida da Marina para o PSB porque não houve troca-troca, ela não tinha partido. E sim, daqueles que estavam descontentes com suas siglas partidárias.

Mais uma vez, o que se vê no Brasil, com seus 32 partidos políticos (e chegando mais) é apenas uma resposta à lei da oferta e da procura, que vigora em um sistema de mercado, e diz que se há uma procura maior há uma aumento de preço e um aumento da quantidade ofertada. E parece até que os partidos políticos viraram verdadeiras mercadorias que respondem a esta lei de forma explícita e célere. No fundo, no fundo, não há mais partidos políticos, há apenas políticos.

Esperando que, como eleitores, saibamos atuar mais neste mercado, deixo vocês com o resumo do roteiro pelos produtores do filme e logo abaixo com o já, politicamente, superado filme sobre a semana que passou.

“Na semana de troca-troca partidário, as atenções ficaram centradas na Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva. O registro da legenda foi negado na noite de quinta-feira (3) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Fora da briga que definiria os novos caciques partidários, índios protestaram em Brasília e em São Paulo contra a PEC 215, que trata das demarcações de terras indígenas. Cacique estabelecido no cenário político, o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, precisou de imagens de uma instituição privada para falar de... escolas públicas.”


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