Por Zé Carlos
O filme do UOL da semana que passou nem deveria ser
comentado por se tratar de uma peça humorística voltada para a política. O
farei, no entanto, pelo aspecto “humorístico”.
Depois dos fatos de sábado, ainda não atingidos pelo filme,
os quais nos levaram a presenciar a mais inusitada atitude de um político, protagonizados
por Marina Silva, que, ainda não se sabe bem porque, se filiou ao PSB, o filme
cairá no esquecimento. Certamente, este será um tema para o filme da próxima
semana.
Quando eu era jovem vi uma peça teatral (não sei nem se foi
transformada em filme) cujo título era “Quem
diria, a Greta Garbo foi parar no Irajá”. Lembrei dela não pelo seu
conteúdo mas pelo título que eu imaginei para o episódio político: “Quem dirá, a Marina Silva foi parar no PSB”.
Todos, que gostamos um pouco de política, fomos pegos de calça curta, como se
diz.
Então o filme da próxima semana deverá vir mais hilário do
que o desta. Ele ainda toca no ponto da perda do registro da REDE, partido com
o qual a Marina se proporia a sentar na cadeira maior do Palácio do Planalto, e
mostra a choradeira geral dos seus partidários pela acontecido. Eu agora já
penso se vai haver mais derramamento de lágrimas com esta última decisão da
morena Marina, que se pintou para guerra por outro partido. E, o melhor, ou
pior, não sei se para rir ou para chorar, o filme, como se previsse a união
entre PSB e a REDE, já toca em dois assuntos bastante próximos dos seus
dirigentes.
Uma é a questão indígena, que trata da PEC 215, e que coloca
os índios em polvorosa por transferir da FUNAI para o Congresso a responsabilidade
de demarcação de suas terras. Eu não sei os detalhes da coisa, mas, o episódio
de invasão de Brasília e as atitudes dos índios, que usam todos os apetrechos
para mostrar sua pureza de origem, mas, não se esquecem do celular e das
sandálias havaianas, são motivo de risos. De qualquer forma são os tempos
modernos e não deixam de ter relação com as ideias de Marina Silva quanto à
preservação das nossas florestas, que agora pertencem quase todas aos índios.
O outro dirigente da mais nova união partidária, o nosso
governador Eduardo Campos, usou imagens
de uma universidade particular (li em algum lugar que é da Maurício de Nassau)
para fazer propaganda das escolas públicas. Seus assessores pode até não ter agido
de má fé, mas, o estrago que isto poderá fazer numa candidatura presidencial é
brutal. É como se eu usasse o Rin-tin-tin, para mostrar como o vira-lata que eu
criava lá em Bom Conselho , o Bob, fosse o melhor cachorro do mundo. Pegou
muito mal.
E finalmente, mas, não menos importante, do ponto de vista
do riso, é o troca-troca partidário. E não estou falando aqui da ida da Marina
para o PSB porque não houve troca-troca, ela não tinha partido. E sim, daqueles
que estavam descontentes com suas siglas partidárias.
Mais uma vez, o que se vê no Brasil, com seus 32 partidos
políticos (e chegando mais) é apenas uma resposta à lei da oferta e da procura,
que vigora em um sistema de mercado, e diz que se há uma procura maior há uma
aumento de preço e um aumento da quantidade ofertada. E parece até que os
partidos políticos viraram verdadeiras mercadorias que respondem a esta lei de
forma explícita e célere. No fundo, no fundo, não há mais partidos políticos,
há apenas políticos.
Esperando que, como eleitores, saibamos atuar mais neste
mercado, deixo vocês com o resumo do roteiro pelos produtores do filme e logo
abaixo com o já, politicamente, superado filme sobre a semana que passou.
“Na semana de
troca-troca partidário, as atenções ficaram centradas na Rede Sustentabilidade,
partido de Marina Silva. O registro da legenda foi negado na noite de
quinta-feira (3) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Fora da briga que
definiria os novos caciques partidários, índios protestaram em Brasília e em
São Paulo contra a PEC 215, que trata das demarcações de terras indígenas.
Cacique estabelecido no cenário político, o presidente nacional do PSB e
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, precisou de imagens de uma
instituição privada para falar de... escolas públicas.”
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