Todo o ser humano é propicio ao vicio. Este mal ou este bem
atingem a todos, sem distinção de classe, sexo, cor. Cada um de nós tem nossa
maneira de ser e agir nos limites das nossas vidas. Quem não tem um vicio,
afinal? Ocorre que os viciados tornam-se escravo desta maneira de ser, pois,
não sabem controlar os seus instintos. Uns são viciados para as coisas do mal e
outros para o bem, mais todos os vícios devem ser controlados, pois senão
poderá tornar-se um castigo para aqueles se apegam demais aos vícios. Os
viciados sempre se escondem e não demonstram os seus desejos. Fecha-se em
ambientes para praticar os atos nocivos e se escondem dos familiares e amigos. Estava descansando em casa quando me chegou
como visita o meu amigo Calixto. Apertou a companhia e entrou com um sorriso
largo enxugando o rosto do suor que lhe escorria. Sentou-se no terraço e
começou a falar. É um amigo de longos tempos desde década de 70. Conhecemo-nos
nas farras pelos bares da cidade, nas tardes dos sábados na plena Avenida
Guararapes sentados na mesa do Savoy. Era um assíduo visitante naqueles
recantos de boemia, consumindo primeiramente uma “lapada” de cachaça e em
seguida com um copo cerveja bem geladíssima, estalando a língua. Agora já estou
pronto. Era alegre e fanfarrão. Contava coisa que talvez não fizesse, mas
contava e todos nós tínhamos que acreditar, pois caso contrario ficava
irritado. Vocês são uns bostas! Riamos.
Começava a jogar porrinha, até às quatro da tarde.
Estava mais abatido, a
idade já lhe pesava. Tenho os meus 76 anos bem vivido. Não tenho medo de
morrer, já vivi bastante, agora tudo é lucro, e ria. Começamos a conversar
sobre vários assuntos. O primeiro era saber como andava os colegas das boemias
que se reunia para botar a conversa em dia, aos sábados e muitas das vezes aos
domingos pela manhã. Corríamos com o nosso pensamento, para saber onde se
encontravam. Muitos haviam morrido outros doentes que já não tinha condições de
se locomover Nunca mais vimos o Melo, Jamaci, Magaguari e tantos outros que não
nos chegam a memoria. Olhando para mim, disse - Mas, meu amigo, eu estou numa
sinuca de bico depois de velho. Pensei tantas coisas, mas não o que ele me
contar. Não é que eu comecei a mexer com o computador, digitando devagarinho.
Meu filho colocou a internet e me ensinou como acessar. Até ai tudo bem! Mas
como não faço mais nada, sento-me e começo a mexer e de repente por curiosidade
coloquei um pedido de sexo. Já pensaste! Vamos lá! Apareceu um sem numero de nomes,
cliquei em um e apareceu varias fotografias de mulheres nuas, fazendo sexo e
todo o tipo de aberrações sexuais. Ai a coisa pegou! Fiquei um pouco de tempo
observando aquelas imagens, o rebolado e outras coisas. Não disse a ninguém e
não poderia, pois seria ser um escândalo. Mas fiquei na expectativa da ausência
de pessoas para voltar a aquelas cenas de sexo que por sinal fiquei excitado,
coisa que não acontecia há tempo. Ai
começou o meu drama, o que fazer para não mais ir para aquela pagina de pornô?
A minha religiosidade não permite tais coisas, pois o pecado é visível. Mas, a
tentação é maior e quando chega aquele momento, ajo como viciado como se
precisasse de alguma coisa para diminuir a minha tensão. É um vicio como outro
qualquer. Ouvia tudo isto sentado no terraço a céu aberto com o fluir de um
vento manso. Pigarreou e voltou a falar. Você vê pela televisão os consumidores
de crack, cocaína e a maconha, fazem de tudo para se alimentar do vicio, sem se
importar com nada. Eu estou começando entrar neste estagio. Agora meu amigo, estou
entre a cruz e a espada. Estou tentando de todas as maneiras me afastar deste
vicio, procurando sair de casa, estar com pessoas ao meu lado e nunca ficar sozinho pois a tentação é grande.
O que você me diz? É claro que você está estupefato desta confissão, ou melhor,
deste depoimento, estou procurando uma opinião sensata para este caso. E que me
dizes?
É meu caro amigo, disse, a vida
nos prega peça. Eu e tantos outros estamos sujeitos a este vicio. A cada
instante somos chamados para o erotismo, através de leituras, revista, filmes e
tantos outros meios que chama e incita a nossa mente. A pornografia está em
alta. A sexualidade esta em declínio, não existe mais respeito à natureza do
homem da mulher. Pois é meu amigo Calixto quem sou eu para lhe aconselhar? O
vicio é uma coisa séria, que pega a pessoa desprevenida, mas exige um grande
esforço para renunciar este mal. Em nossa Capela
do Divino Espírito Santo, existe um grupo de pessoas que se drogavam e
estão no movimento NARCÓTICO ANÔNIMO -
NA e sua palavra de ordem – ESTOU
LIMPO; conheço também muitas pessoas que viviam no alcoolismo, já no fundo
do poço e se ergueram do vicio a através do movimento ALCOOLICOS ANOMNIMOS-AA e finalmente tem um programa na CANÇÃO NOVA, intitulado e apresentado
pelo DUNGA – PHN – POR HOJE NÃO. Nada
mais posso dizer a esse respeito, mas tenho a certeza de que todos viciados
devem tomar uma decisão na vida e a melhor forma é repetir - POR HOJE NÃO,
quando a tentação nos tocar. Ok. Vou indo! Disse Calixto! Um abraço e saiu com
destino ao terminal do ônibus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário