Por Zé Carlos
Por motivos particulares e mais prazerosos, só hoje comento
o vídeo da semana do UOL, que tenta nos explicar o fenômeno mais recorrente
deste período que são os chamados “rolezinhos”,
uma horda de jovens que tenta se divertir invadindo os shoppings, e o que
conseguem, na maioria das vezes, é tumultuar estes espaços, que eram ainda o último
refúgio da classe média nas grandes cidades.
Confesso que não ri muito com o vídeo a não ser com o
histrionismo de alguns dos comentaristas que nele aportam. E se “não dá para rir, dá para chorar” como
dizia a canção. O “rolezinho”, para
mim, nada mas é do que uma manifestação da juventude moderna que vive plugada
nas redes sociais, que hoje é quase toda sua fonte de informação. Em minha
época, o mais próximo que vi deste fenômeno, eram as brigas entre facções
infantis e adolescentes, que se programavam, em menor número, é verdade, para
invadir as ruas das facções rivais.
Tudo isto era uma influência, quase direta do cinema e das
revistas em quadrinhos que nos ensinavam até nas posições de lutas. Quando se
brigava, isto era feito com os punhos, como o Rocky Lane, o Zorro ou o Roy
Rogers, que nos eram passados pela mídia da época. Por acaso hoje, alguém vê um
menino lutar com os punhos? Hoje é tudo Karatê, Kung Fu e MMA.
Lembro ainda, na Praça Pedro II, o ajuntamento de colegas
meus escalando q uem iria
brigar com o Melckzedec quando ele viesse de Garanhuns. Eu nunca entrava na
lista porque nunca fui muito de lutar com o corpo. Participava das reuniões
mais usando a cabeça, para pensar e não para dar cabeçadas. E quando o Melck
chegava aconteciam os rolezinhos, que nem sempre tinha sucesso. Não tínhamos
shoppings, como ainda não temos. Tudo era influência da mídia de nossa época.
Hoje a mídia é outra e nem sei se em Bom Conselho, entre os
jovens, acontecem as brigas como aconteciam na minha infância e parte da
adolescência. Nem sei se já houve rolezinho no Supermercado Bom Conselho. Só
espero que isto não seja tomado como um sinal de progresso e que nosso município
tente imitar São Paulo. Melhor que venham só os Shoppings Center.
No entanto, o importante do filme desta semana não é nem o
humor, e sim a possível reflexão da influência da internet e redes sociais
sobre nossa juventude. Pelo que vi, fora do filme, sobre os rolezinhos, eles
não passariam de uma brincadeira, sem maiores consequências, se não fosse a
exploração política deles. Mas, o que fazer? Neste ano de eleição, nada escapa
da política. Só espero que os jovens também se interessem pelos aspectos
políticos dos seus atos. Como? Quem sabe fazendo rolezinhos também nas
bibliotecas?
Fiquem com o resumo dos produtores do filme, e depois vejam
o que aconteceu, com as ações do rolezeiros e rolezeiras.
“Hordas de
adolescentes tomando shoppings virou caso de polícia e tema de política, com
governo federal, governadores e prefeitos preocupados que seja o começo de uma
nova onda de mobilizações. O movimento migrou de São Paulo para outras cidades
do Brasil, e gerou muita polêmica com a repressão da polícia e as medidas
judiciais dos shopping centers.”
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