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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A ministra boquirrota e o palanque em Davos




Por Zezinho de Caetés

O texto que transcrevo a seguir, do jornalista Sandro Vaia (“Elementar, minha cara Watson” – Blog do Noblat – 24/01/2014) aborda alguns eventos que ocorreram partindo das bocas do governo, lembrando do detetive inglês Sherlock Holmes, que era muito conhecido pelo seu “faro” em solucionar os casos policiais a ele indicados. No caso, ele apresenta a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, como personagem principal.

Para ser franco, eu nunca vi uma pessoa tão boquirrota quanto esta ministra. E o pior de tudo é que, quase sempre, está errada sobre o que fala. Logo no início do governo a Dilma demitiu uma porção de ministro por fazerem “malfeitos”. Apesar de que todos continuem fazendo a mesma coisa de onde estão, a presidenta levou a fama de “faxineira” que tanto fez manter sua popularidade. Eu perguntaria, se andar falando asneiras em nome dos Direitos Humanos não é um grande malfeito.

Somente pelos casos citados pelo jornalista, não era nem preciso a ministra ser demitida, e sim deveria pedir demissão, que deveria ser aceita imediatamente. Imaginem um país defender os Direitos Humanos a partir de inverdades e boquirrotice deslavada. Seria um escândalo se não estivéssemos no Brasil governado pelo PT, que poderia significar o Partido da Treta (palavreado para iludir, enganar, segundo o Houaiss).

Fugindo um pouco do assunto do texto, mas ficando com as tretas petistas, vocês viram a participação da Dilma em Davos? Meu Deus que vexame para o mundo e vergonha para o Brasil. Eu nunca vi tantas tentativas juntas para iludir e enganar o gringos do olhos azuis, como dizia Lula, ainda o papa dos petistas. Dizer que a inflação está controlada no Brasil é quase uma ato de insanidade ou de alguém que nunca foi a um supermercado ou a uma feira livre. Brevemente teremos manifestações dos bolsistas familiares para aumentar o ganho, e, neste ano eleitoral, é bem possível que seus ganhos aumentem. Se isto acontecer, fatalmente, a Maria do Rosário vai incriminar quem pelas manifestações? Talvez o FHC.

Além disso, a presidenta tentou convencer os gringos que a situação fiscal do governo era ótima, quando todos já sabiam de sua “contabilidade criativa”, mudando o nome dos gastos para justificar a gastança. Como neste mundo tem bobo para tudo, mas, nem todos são bobos, o que restará é a desconfiança dos investidores estrangeiros de forma mais acentuada. Certamente, a presidenta fez apenas o que faz quase todos os dias aqui dentro do Brasil mesmo: armou o palanque em Davos.

Será que a ministra dos Direitos Humanos não verá neste palanque um estupro da verdade? É difícil. Sua boquirrotice só funciona a favor.

Fiquem com o Sandro Vaia, sobre os delírios da ministra, que eu vou no supermercado, quem sabe, estocar alimentos como já fiz antes do Plano Real, o verdadeiro distribuidor de renda neste país, que a inflação ameaça comer.

“A secretária dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, é uma personagem bastante peculiar. Como aquele neurótico Sherlock Holmes contemporâneo da série de TV “Elementary”, chega sempre alguns quilômetros antes dos fatos, deduz e decreta suas verdades antes que as provas as confirmem.

Com uma diferença: esse Sherlock moderno, antipático e arrogante, acerta quase sempre as suas deduções, por mais rocambolescas que sejam, e a ministra dificilmente dá uma dentro.

A primeira vez foi quando houve uma corrida a bancos no interior do Nordeste num final de semana porque alguém teria espalhado o boato de que o Bolsa Família ia acabar, e as pessoas tentaram se precaver fazendo saques em massa.

Antes de saber o que tinha acontecido, a ministra Sherlock sacou de sua lupa, examinou e, através do Twitter, deixou de lado o bom senso e as boas regras da concordância, e decretou : ”Boatos sobre o fim do bolsa família deve (sic) ser coisa da central de notícias da oposição”.

Quando a Caixa Econômica Federal informou que tudo havia sido provocado por um erro de seu próprio sistema operacional, a ministra Sherlock saiu de fininho e não reconheceu nem ao seu caro Watson - no caso da série moderna, a sua cara Watson, já que o sábio doutor virou mulher - que tinha cometido uma gafe elementar.

Agora a ministra saiu correndo na frente dos fatos novamente.

Todo mundo conhece a história: um jovem chamado Kaíque Augusto, homossexual de 17 anos, foi encontrado morto nos baixos de um viaduto no centro de São Paulo, e alguém viu no caso, antes que a polícia se manifestasse oficialmente, um bárbaro crime de ódio homofóbico.

Que militantes de uma causa saiam a clamar vingança antes de certificar-se do que de fato aconteceu, é até compreensível. Afinal, sao militantes. Alguns deles vivem para isso e outros tiram disso seu sustento político-eleitoral.

Que uma autoridade pública de nível ministerial se dispa de sua responsabilidade moral e da liturgia do cargo para vestir a camisa de seu time, como se o governo fosse uma arquibancada pessoal, é simplesmente inconcebível.

Ao saber das primeiras suspeitas da família, que falava em assassinato, e das primeiras manifestações indignadas da militância, Maria do Rosário nao se deu ao luxo de usar a prudência e assinou, sem nenhuma cautela, uma nota manifestando solidariedade à família de Kaíque, “assassinado brutalmente no último sábado”.

Nenhuma dúvida, nenhuma vacilação, nem sequer o benefício da suspeita: a certeza absoluta do crime hediondo. E para espicaçar um pouco o governo de um adversário político, a informação de que a Secretaria “está acompanhando o caso junto às autoridades estaduais, no intuito de garantir a apuração rigorosa do caso e evitar a impunidade”.

Uns dias depois a família reconheceu que, como suspeitava a polícia, Kaíque havia cometido suicídio.


Desculpas da secretária Sherlock ? Nem pensar. Jogo político. Elementar, minha cara Watson.”

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