Por Zé Carlos
Já faz algum tempo que não me travisto de Vovô Zé. E por
incrível que pareça, minha demora em fazê-lo, aqui neste blog, é exatamente por
viver como Vovô Zé grande parte do meu tempo, durante um bom período. Não é
fácil encarná-lo por muito, e contínuo tempo. É apenas para evitar que a AGD se
transforme no Blog do Vovô Zé, que venho pouco aqui, e deixando estes escritos
para os meus netos lerem, quando puderem. E não por falta de temas ou assuntos.
O meu neto mais velho, o Davi, com apenas 4 anos, já é capaz
de travar um conversação, talvez com mais realismo do que conversa de político
em tempo de eleição. Semana passada ele me dizia em tom professoral:
- Vovô Zé, você sabia
que na Amazônia tem muitos búfalos? Pois é! E eles são muito pretos e o leite
deles também é preto.
Com uma certa surpresa de minha parte, ele me explicou que
tinha aprendido isto no Construtivo (sua escola), com uma tia que não me lembro
o nome. A minha surpresa foi sobre a cor do leite da búfala.
Se não fosse um neto meu que tivesse me dado esta
informação, eu, nem ligaria para a surpreendente notícia. No entanto, sendo o
Davi, e diante de sua seriedade, eu não tive como deixar de pesquisar sobre o
assunto. E da mesma forma que ele o fará daqui a pouquinho tempo quando puder
usar a internet sozinho e com os propósitos que nos fazem quase supremo detentores
de todos os conhecimentos da humanidade.
Não vou nem citar a fonte, pois isto não terá importância
para ninguém, a não ser para o Davi, quando daqui a muito tempo, relembrar os
nossos “papos retos”; e aqui está o
que vi na internet:
“Curiosidades sobre o
leite de búfala
A diferença mais
visível entre o leite de búfala e o leite de gado comum é a cor. O leite de
búfala é completamente branco e o da vaca comum é ligeiramente amarelado. Isso
ocorre porque o leite de búfala não contém caroteno, mas sim a própria vitamina
A. É por isso que cerca de 7% do leite consumido no mundo é o de búfala. Na
Itália, por exemplo, se fabrica a verdadeira mozzarella, exclusivamente, com
esse leite, quando já era usado na fabricação desse tipo de queijo desde os
tempos bíblicos. Na Índia, segundo país mais populoso do mundo, com apenas 30%
da população de bovídeos, os búfalos produzem 70% de todo o leite consumido por
lá.
A análises de sabor
verificam que o leite de búfala é mais doce, mais nutritivo e com menor teor de
colesterol que o leite bovino. Outra curiosidade sobre esse leite é o alto
poder de filtragem que ele exerce no organismo. Na antiga União Soviética, logo
depois do acidente nuclear em Chernobil, o leite de búfala foi o alimento que
mais rapidamente eliminou os resíduos de radioatividade, a ponto de ser
considerado alimento estratégico para o caso de catástrofes nucleares. Como se
isso não bastasse o leite de búfala ainda contém mais proteínas e maior teor de
vitaminas A, D e B2 (riboflavina) que o leite bovino. Mas para consumir com
segurança o leite de búfala, é preciso ter o selo da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
CRIADORES DE BÚFALOS.”
Eu estaria propenso a acreditar que informaram ao Davi
errado. O leite de búfala não é preto, é
branco. Mas, jamais eu teria coragem, diante da convicção com que ele me
mencionou o seu precoce conhecimento. Um avô jamais faria isto. Eu diria como o
Michel Jackson: “It does not matter if is
Black or White”.
E deixo a frase em inglês mesmo porque tive o prazer de
levar o Davi em seu curso de inglês na Cultura Inglesa, onde ele já começou a
aprender nossa segunda língua, e já poderá me entender, no futuro, sem grandes
dificuldades. E como sei que ele talvez seja o meu único leitor, eu já indico a
ele, para um treinamento mais intensivo nesta língua, a leitura da coluna do
Lula no The New York Times.
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