Por Zezinho de Caetés
Já faz algum tempo que li um texto do jornalista Sandro Vaia
(26/04/2013, no Blog do Noblat – “Partido
bom é partido a favor”), onde ele fala dos casuísmos de que está lançando
mão o Congresso Nacional, para ajuda a reeleger a Dilma no próximo ano. Eles
estão desesperados.
Desde tentar proibir o Ministério Público de investigar a
quererem que o STF seja totalmente submisso ao legislativo. Tudo represália
porque não podem fugir da realidade do mensalão que considerou cabeças coroadas
do partido como bandidos e marginais, nas palavras do ministro Celso de Mello.
E agora tentam criar empecilhos casuístas à criação de novos
partidos, já sabendo que se deixarem livres, como fizeram com o PSD, porque era
a favor, podem cair na REDE de Marina e serem nela enterrados. Estamos voltando
ao que o De Gaulle pensava: não somos um país sério. E isto, para realizar o
sonho do PT de criar no Brasil um socialismo à moda antiga de Cuba ou da Coreia
do Norte.
Ainda bem que a nossa oposição está tentando reagir a este
estado de coisas, explorando o fato triste de que parece que o dragão inflacionário
já está solto e tentando corroer o que resta de equilibrado em nossa economia.
Li recentemente, que o meu conterrâneo Lula andou dizendo
que mentiu quando lançou A Carta aos
Brasileiros, e que só o fez para fins eleitorais. Reconheço, que esta
mentira nos ajudou a manter um pouco o equilíbrio econômico depois do plano
real, mas, o Lula vir dizer isto agora é apenas uma amostra do que o “cara” e seus asseclas podem fazer com o
país.
Fiquem com o Vaia, antes que eu me exceda.
“Partindo desse elementar princípio de isonomia e justiça, o partido do
governo e seus epígonos, que constituem a base aliada no Congresso, estão
tratando de inviabilizar as siglas que ameaçam turvar a reeleição de Dilma no
primeiro turno das eleições de 2014.
Inviabilizar, no caso, não quer dizer proibir a criação de novas
siglas. O projeto proíbe o acesso delas ao Fundo Partidário e aos horários de
propaganda na TV.
O Congresso, em seu surto autoritário (a PEC 33 que pretende castrar os
poderes do STF, e a PEC 37, que quer castrar os poderes de investigação do MP
são assuntos que merecem considerações à parte), está de olho nas eleições de
2014. Como aliás está a presidente Dilma, que em plena campanha reeitoral diz que
não está em campanha.
Os alvos do projeto castrador de partidos são a Rede Sustentabilidade,
de Marina Silva, e a Mobilização Democrática (MD), resultado da fusão do PPS
com o PMN.
Marina e seu manto diáfano de fantasia sonhática amealharam 20 milhões
de votos na eleição passada e têm potencial para repetir a dose e ajudar a
levar a eleição para o segundo turno. O PPS e o PMN, que formaram a DM, podem
ajudar Eduardo Campos, do PSB, em sua suposta travessia para a paradoxal
condição de candidato situacionista de oposição.Também obstáculos para a
vitória de Dilma no primeiro turno.
A mesma Câmara, que meses atrás não reagiu à decisão do STF que deu ao
PDS de Gilberto Kassab as condições que quer negar aos partidos recém criados,
agiu com um oportunismo tão descarado que lembrou, nos fundamentos, o famoso
Pacote de Abril do presidente Geisel, o memorável casuísmo dos casuísmos.
Um senador do PSB entrou no STF com um pedido de liminar para suspender
a tramitação do projeto.O ministro Gilmar Mendes concedeu a liminar e abriu uma
crise com o Legislativo.
Como fundo musical para essa crise, a CCJ, integrada por dois
condenados pelo mensalão, toca a sinfonia desafinada da PEC 33, regida por um
obscuro deputado petista do Piauí chamado Nazareno Fonteles ,que pretende
transferir para o Congresso várias atribuições do STF.
O deputado, cujo mandato é contestado pelo STF, é o mesmo que em 2004
apresentou um projeto de lei estabelecendo limites máximos de consumo para
todas as pessoas físicas que vivem no País. Antecedentes extraordinários, como
se vê.
“Não aceitamos influência do Judiciário”, diz o presidente do Senado,
Renan Calheiros. Influência? É a mesma coisa que dizer que o Congresso dispensa
a obediência às leis.
E tanto isso é verdade, que o Legislativo quer tomar o lugar do Supremo
e, além de fazer as leis, quer decidir se elas são constitucionais ou não. Pra
que três Poderes se dois já resolvem, é ou não é?”
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