Por Zé Carlos
Quase não comentava o filme da UOL, que resume os fatos
políticos da semana que passou, o que faço, quase sempre. O filme de hoje é uma
sinfonia de uma nota só. Trata da aprovação da chamada “MP dos Porcos”, que depois ficou conhecida como a MP dos Portos. Ou
seria o inverso. Não importa muito.
Quem entende apenas um pouquinho do que seja a papel da infraestrutura
de um país, jamais poderia ser contrário a uma medida legal que tentasse
melhorá-la de alguma forma. E não é preciso muito esforço para entender este
papel. Basta que você tente enviar uma mercadoria, que pode ser até você mesmo,
de um lugar para outro, para ver o transtorno que é causado pela ausência de
estradas ou meios adequados de transporte.
E, quem anda por este país, o que eu faço muito pouco,
mas, leio de quem o faz, é difícil dizer que nossas estradas estão em boas condições.
E aqueles que lidam com nossos portos, que foram abertos solenemente por D.
João VI, quando veio corrido de Portugal, com Napoleão em seu encalço, diz que
é uma calamidade a situação deles.
Pela própria fadiga do material, este governo descobriu que
é melhor que a iniciativa privada cuide de uma parte das coisas, deixando
outras para que sejam tratadas pelo Estado, onde ele é tido como mais eficiente.
Sem muitos detalhes da matéria votada, é isto que entendi. E, esta decisão de
ir aos poucos, mesmo timidamente, reconhecendo que somos um país ainda não
socialista, e que a iniciativa privada muitas vezes é mais eficiente, que dava
à medida legal abordada, com muito humor, no filme, é importante, e que seja bem-vinda.
No entanto, o que se viu foi uma confusão monumental na
relação entre dois poderes da república que até nos mete medo. Não pelo debate
e contraditório que devem existir num sistema democrático de direito, mas, pela
maneira atabalhoada de condução do processo legislativo. Presenciar senadores
dizerem que não votarão uma lei porque não tiveram tempo para lê-la, é um
disparate completo. E maior ainda é o disparate de uma grande maioria votar
assim, às cegas.
Mas que aprendamos com ela, inclusive rindo da situação
ridícula que se criou e que é mostrada no filme abaixo. Desde suas excelências
dormindo pelos cantos quanto aos xingamentos em plenário, que mais parecia
campo de futebol, de várzea.
Gordinha. Lindinha e Docinho não atuaram bem na fase de
planejamento (aliás, esta palavra caiu de moda, e vivemos de um modo, hoje, que
qualquer ação de governo quase que começa do fim para o início) e depois
tiveram que se virar para não entornar o caldo. Um garotinho brincava com os
porcos enquanto um senhor, todo caiado, brigava e exigia que ele saísse da
lama, embora estivesse já com lama pelo pescoço.
Há quase um século atrás, quando eu lutava pela minha
sobrevivência, e quando tinha pelo menos uns cinco neurônios funcionando, eu
fui professor de Planejamento Governamental. Naquela época eu ainda sonhava que
o governo teria um jeito todo especial de fazer planejamento e que ao ensiná-lo
estaria contribuindo para que o país funcionasse melhor. Hoje já não acredito
mais nisto, mas, quem sabe, tenha algum dos meus alunos que aprendeu comigo
alguma coisa, e hoje trabalho no governo? Coitado dele e coitado de nós.
Mas, já estou passando dos limites para o espírito do texto
e do filme que ele apresenta ai embaixo, que é ver o mundo com um pouco de
humor. Descobri que, muitas vezes é melhor do que planejamento.
Vejam, a seguir o resumo do roteiro pelos produtores e em
seguida o filme, e se puderem durmam com os nossos parlamentares.
“O Congresso virou a
madrugada para aprovar a MP dos Portos, a pedido do governo federal. Deputados
e senadores correram contra o tempo para conseguir aprovar a Medida Provisória
depois de muita polêmica. A MP, mesmo aprovada na Câmara, rendeu muitas críticas
a Dilma Rousseff. Foram mais de 40 horas de embates. O Senado aprovou a MP a
poucas horas do prazo final da validade.”
O LULA É QUEM ESTÁ CORRETO(?): NO CONGRESSO TEM TREZENTOS PICARETAS...
ResponderExcluirUM ADENDO QUE SE FAZ NECESSÁRIO: Outrora, eram 301 picaretas. O seboso espertamente se excluiu e nos “tapiou”. Cabe-nos reincluí-lo e elevá-lo ao tão “edificante” pódio. Por esse pódio, quem sabe, ele não venha a receber mais um título HONORIS CAUSA...
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