Por Carlos Sena (*)
“Todo mundo quer ir pro céu, mas
ninguém quer morrer” – esquece-se que “não se faz omelete sem quebrar os
ovos”... Assim também é com o amor. Todo
mundo quer ser amado, mas amar dá trabalho e isso poucos se lembram na hora do
“cochicho de pé de orelha” ou como dizem alguns, “na hora do vamos ver”! O que
poucos sabem é que o trabalho que o amor nos dá é consequência dele por si
mesmo. Neste sentido, há uma trovinha antiga mais ou menos assim: “o amor é
como pirulito: nasce no mel e acaba no palito”... Talvez seja melhor entender o
amor no prisma da praticidade, pois amar é bom e todos querem e todos desejam e
é preciso que assim seja. Mas, amar, nunca foi nem será um conto de fadas como
todos gostariam. Afinal, como podem duas pessoas que não se conhecem e vem de
mundos diferentes, de uma hora pra outra, querer uma relação à Romeu e Julieta?
As relações que dão certo são à João e Maria – assim mesmo: o preto no branco –
donde a vida adquire cor através do respeito, do companheirismo e da renuncia
em prol do ser amado. Amor construção, esse sim, talvez seja a mais perfeita
tradução de uma história de amor sem romantismos exagerados.
A vida a dois, com o tempo parece
que é a três, a quatro, a mil. Há quem diga que, “se alguém quiser conhecer
outrem, coma um quilo de sal juntos”. É o que nos parece ser mais real. Não que
não se possa ser romântico, pois românticos são os momentos que conduzem ao que
se chama de felicidade. Mesmo esta, a felicidade, não se alcança nos níveis
imagináveis que normalmente nos flagra nos inícios de namoro, noivado e
casamento. Casamento é fase, é ressignificação sempre. Porque as pessoas
escolhem ficar juntas se prometendo “amor eterno”, mas que na maioria das vezes
não passam de um ano com a pessoa a quem se debitou viver eternamente. Dos
enganos da vida, o mais doloroso é o do casamento, independente de que nome
tenha. Quando se descobre que se vive com a pessoa errada, então o “caldo
entorna”, porque toda separação é dolorosa e deixa marcas e deixa mágoas.
Quando se enjoa de alguém nas relações afetivas, até o “Gut-Gut” dos alimentos
na hora das refeições aborrece, incomoda. Imaginem o que será dormir e acordar
e conviver com essa pessoa, por exemplo, porque já tem um filho na jogada...
Será o “ó do borogodó”...
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 17/04/2013
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