Por Carlos Sena (*)
Tomar decisão, eis uma coisa
aparentemente fácil dependendo do quê se toma decisão. Decidir sobre coisas de
fora não é tão difícil quanto decidirmos sobre questões de dentro que envolve
não só o corpo, mas, também, a alma. Independente, o ato de “DECIDIR” tem que
ser vivenciado muitas vezes no transcurso da vida. O grande diferencial que nos
deixa mais “em cima do muro” do que o necessário é quando precisamos decidir
sobre sentimentos. Sentimentos que podem ser traduzidos no partir ou no ficar,
no ser ou no estar.
A consciência de que é preciso
viver tomando decisões não nos isenta do conflito de decidir sobre sentimentos.
Como disse, de partir ou de ficar, de ser ou de estar. Mas seguir em frente é
lei humana, independente de tomarmos decisões certas ou erradas. Porque talvez
o que nos atormente mais seja o “mais ou menos” das nossas decisões. Decidir
acerca de ficar ou não numa relação afetiva é complexo. Mais complexo se
transforma quando ela é regada pelo amor e esse amor é recíproco. Nesse caso, certamente
a decisão não se dará em torno de separação consentida apenas, mas por conta de
elementos externos aos dois parceiros. Decidir, muitas vezes, requer de nós
apenas a crença de que “seja o que Deus quiser” – diante da eterna dúvida que
muitas vezes no atormenta para tomar decisões.
Como a vida é um eterno perder e
ganhar vale a pena nunca se esquecer dessa assertiva. Porque muitas das nossas
decisões só puderam ser avaliadas como certas a posteriori. Neste caso, o tempo
(sempre o tempo) é quem nos vai dar a medida certa das nossas atitudes.
Independente de certas ou erradas, decidir é preciso. A vida no grosso é
processo de decisão, embora no varejo seja processo de concisão. Objetividade!
Esse é o grande dilema nosso neste emaranhado de estímulos nem sempre positivos
que a sociedade de consumo nos faculta.
Compreender os tempos da vida nem
sempre nos são permitidos. Talvez por isso a gente se encontre em dilemas
diante de ter que tomar decisões. Tomar decisões acerca do que nos rege por
dentro é o que nos deixa atônitos, conforme nos referimos. Tomar um comprimido
para dor de cabeça é simples, embora nem sempre a dor passe. Tomar uma decisão
acerca de valores, eis que tudo muda de figura. Diferente do comprimido, a
atitude correta pode nos livrar de “dores de cabeça”, ou não. Como não se faz
“omelete sem quebrar os ovos”; “como o ultimo pingo é sempre na cueca”; “como
não se pode ir pro céu sem morrer”, melhor tomar a decisão necessária, mesmo
que no futuro isso implique perdas... Mas há a possibilidade concreta de
ganhos...
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 28/05/2013
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