Por Zezinho de Caetés
Ontem refleti sobre a denúncia da
Gleisi Hoffman, uma das estrelas do PT atual e do passado. Já não digo do
futuro porque, sinceramente, não vejo futuro no PT. E, só um parêntese que
poderei ampliar amanhã depois do debate entre os candidatos, penso que aqui
também, em Recife, o partido deverá acabar.
E hoje, encontrei um texto da
Dora Kramer, no Estadão, intitulado como “Rotatividade
delituosa”, (abaixo transcrito), no qual ela mostra a importância da Casa
Civil, nos afazeres da República, e as consequências de terem sido colocados
meliantes na pasta em quase todos os governos do Lula e da Dilma.
Parece até brincadeira, mas, o
destino de quase todos os seus titulares, deverá ser o mesmo do primeiro, o Zé
Dirceu. Este, se não houver indulto, deverá morrer na cadeia. Eu sou contra a
prisão perpétua, mas, neste caso, ela se tornou perpétua pela cumulatividade de
crimes. É muito crime para uma pessoa só.
Eu fico pensando na situação do
meu conterrâneo, o Lula. Se com o Dirceu foi assim, e se para os outros, Dilma,
Gleisi, Palocci já está tudo encaminhado para morarem em Curitiba, o que será
do Lula? Deve estar com o resto da barba no molho, e daí, viver esperneando por
este país, brigando com os “meninos do
Moro”.
E como se imagina, não precisa
ser vidente como o Ministro da Justiça, para saber que após as eleições tem
mais Lava Jato, e os que ainda restam como o Mercadante, a Erenice e outros,
tomarão seu rumo.
No próximo domingo irei cumprir
meu dever cívico. Escolher os destinatários do poder do governo municipal. Só
estou esperando o debate de hoje para votar mais consciente ainda do que neste
momento. Minha consciência até agora diz para não votar no PT, mesmo que o João
Paulo prometa consertar a Conde da Boa Vista.
“O titular é a pessoa que avalia e
monitora atos presidenciais – aqui incluído o exame prévio da
constitucionalidade de cada um deles –, acompanha a execução de ações
governamentais da Presidência e demais ministérios, supervisiona o andamento
das propostas do Executivo no Congresso, passa o pente-fino em cada palavra a
ser publicada no Diário Oficial, analisa o mérito dos projetos, fiscaliza o
andamento das propostas, faz a interface com o Parlamento, toca, enfim, a
República.
Explicito isso para que o prezado
leitor e a cara leitora tenham a exata noção do que significa o posto ocupado
nos governos dos variados partidos e do PT por nove titulares. Daí talvez lhes
facilitem a compreensão sobre a gravidade de cinco deles serem acusados,
condenados ou investigados por corrupção.
O primeiro e mais poderoso, José
Dirceu, cumpriu pena em decorrência do processo do mensalão e foi preso outra
vez por decisão do juiz responsável pelo caso do petrolão. Certamente sofrerá
novas condenações. Dirceu é aquele cujo braço direito nos primórdios do governo
de Luiz Inácio da Silva, Waldomiro Diniz, foi pego pela exibição de um vídeo em
que tentava extorquir o bicheiro, dito empresário, Carlos Cachoeira.
Um tempo risonho. Franco e de
alguma forma até ingênuo a julgar o que viria depois. Dirceu sucumbiu ao
escrutínio do Supremo Tribunal Federal e antes sofreu a cassação do mandato na
Câmara numa situação muito semelhante à de Eduardo Cunha, sendo um
todo-poderoso que não resistiu aos fatos. Isso numa época em que a votação para
esses casos era secreta.
Deu-se um trauma no governo Lula
que, para superá-lo, nomeou Dilma Rousseff, a ministra de Minas e Energia de
então, para o posto. Já na ideia de construção da candidatura de uma “mulher
honesta” que viria a parecer tudo menos honesta. Elegeu-se presidente e no
mandato subsequente sofreu o segundo impeachment em menos de 25 anos da
história brasileira.
Em seguida a Dilma, ocupou a Casa
Civil Erenice Guerra, até então o chamado braço direito dela. Não durou no
cargo, do qual precisou abrir mão quando das evidências de prática de
influência dela e da família no governo. Erenice hoje está na mira de Curitiba.
Por breve período de dois meses
durante a campanha eleitoral de 2010, Carlos Eduardo Esteves foi o chefe da
Casa Civil enquanto Dilma cuidava da própria campanha da qual, uma vez eleita,
nomeou Antonio Palocci para a Casa Civil. Isso a despeito de o personagem já
ter tido várias denúncias, dentre as quais as do recebimento de propinas por
causa de um repentino aumento de patrimônio e de ter, por isso, perdido o cargo
de ministro da Fazenda.
Hoje Palocci está preso, sob a
acusação de extorquir R$ 128 milhões da empreiteira Odebrecht. Sua sucessora,
Gleisi Hoffmann, encontra-se nas malhas da Lava Jato por obra do caixa 2 da
Petrobrás do qual, segundo os investigadores, teria recebido R$ 1 milhão
resultante de propinas acertadas por ocasião de contratos firmados pelo governo
com a Petrobrás.
Depois de Gleisi foram nomeados
Aloizio Mercadante, Jaques Wagner e Eva Chiavon (militante do MST), descontada
a fracassada tentativa de acolitar Lula na Casa Civil para protegê-lo da ação
do juiz Sérgio Moro. Não se protegeu nem impediu abertura de procedimento por
obstrução de Justiça.
De onde é de se concluir que a
Casa Civil foi tratada nos anos do PT no poder como a casa da mãe Joana.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário