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terça-feira, 13 de setembro de 2016

HÁ 50 ANOS! - I




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho


08 de novembro de 1966. Estávamos alegres e sorridentes. Feliz da vida. O coração batendo forte e às vezes descompassado. O dia chegou e o nosso coração estava a mil. Os passos para uma vida profissional se delineava em nossa mente. Concluíamos um curso que era traçado para desenvolver na sociedade o nosso trabalho após vários anos de estudo, na sala de aula. Sorriamos a cada instante. Recebíamos parabéns de todos, principalmente, dos nossos pais que não mediram esforços para chegássemos aonde chegamos. Lembro-me da turma alegre e confiante com a chegada do grande dia, o dia da conclusão do curso de contabilidade, chegara. As reuniões e o trabalho formiguinha acompanhava o tempo escolar durante anos para que pudéssemos comemorar com uma grande festa. Cada um de nós tinha um proposito umas ideias para prepararmos para o mercado de trabalho, pois, estávamos aptos para desenvolver com confiança e fidelidade a vida contábil que abraçamos. Foram quatro anos de estudo na sala de aula do Colégio Diocesano de Garanhuns. Preparávamos desde daquele primeiro momento, uma grande festa de confraternização. Traçamos planos. Tínhamos em mente desde os primeiros dias, realizar uma excursão e um grande baile nos salões da Associação Garanhuense de Atletismo – AGA. Os planos traçados pela comissão criada para desenvolver este grande sonho, foram concretizados com um planejamento bem delineado. A excursão feita foi para Natal e Caicó no Rio Grande do Norte, foi comandado pelo nosso querido Bispo Diocesano, Dom Adelino Dantas, que nos acompanhou alegremente. Reunidos em frente ao Colégio, na Praça da Bandeira, Dom Adelino chegou com a sua maleta preta e foi recebido pelo querido Padre Aldemar da Mota Valença, diretor do Colégio, por volta das 7 horas da manhã. O sol da manhã e o vento frio batiam em nossos rostos sorridentes. Rezamos a oração do Pai Nosso, seguido pela Ave Maria e a benção pelo Senhor bispo. Seguimos em direção ao nosso desejo. A primeira parada foi em João Pessoa, no Quartel do Exercito, que nos acomodou em sua dependência e após um pequeno descanso, fomos até a residência do escritor José Américo de Almeida, recebendo Dom Adelino de braços aberto e sorridente, servindo a todos os sucos de frutas e sanduiches. Sob um sol escaldante da Praia de Tambaú, 11 horas seguimos viagem para Natal. O calor no ônibus era muito forte. O céu totalmente azul sem uma nuvem. O sol brilhante da manhã castigava fazendo com que nós suássemos muito dentro do ônibus. Não podíamos tirar a camisa em respeito ao Senhor Bispo. Dom Adelino sentado na primeira cadeira, apenas abriu o primeiro botão da sua batina. Somente a camisa de malha branca aparecia. Os outros botões todos nos seus lugares e dizia para nós, que o calor era suportável. De vez em quando passava o lenço branco no rosto para enxugar o suor que lhe escorria. Chegamos a Natal por volta das cinco e meia da tarde. Fomos direto para o hotel em frente à praia de Ponta Negra. Alguns se arriscaram ainda tomar um banho de mar, Não podíamos sair do hotel, pois não conhecíamos nada da cidade. Os mais afoitos tomaram a iniciativa e saíram e chegaram um pouco tarde. Tomaram cerveja e comeram carne de sol em churrascaria ali perto. Dom Adelino foi se hospedar em um colégio, mas logo cedinho lá estava ele batendo na porta do quarto acordando todos. Tomávamos o café da manhã e saímos para passear. A praia era o local mais visitado, no entanto, fomos ao Forte dos Reis Magos, a Barreira do Inferno e outros locais, como o comercio e mercado públicos. Foram dias maravilhosos, mais tínhamos ainda uma caminhada para a cidade de Caicó, Saímos bem cedinho no despontar do sol, tomamos o ônibus não muito confortável e partimos para o nosso destino, mas encontramos dificuldade, pois o ônibus quebrou e lá vamos nós empurrarmos para a beirada da estrada enquanto o motorista ia a busca de socorro. O sol a pino. Calor insuportável. A poeira barrenta vermelha cobria todo ônibus com o vento quente que acontecia a cada momento, sujando os nossos cabelos e entrando pelas narinas e nos olhos. Nenhuma reclamação. Tudo eram novidade e alegria. Nenhuma arvore para descansar na sombra, ou ficávamos na beira da estrada ou ficávamos dentro do ônibus, como Dom Adelino ficou sentado vestido na sua batina preta com alguns frisos vermelho empoeirada, pacientemente lendo o seu breviário, e às vezes com o terço na mão olhava para aquela quietude, somente nós conversamos baixinho para não o atrapalhar as suas orações. Chegamos finalmente em Caicó. Fomos recebidos no colégio das freiras com agua fria, sucos e sanduiches. Finalmente no dia seguinte retornamos para Garanhuns após a recitação do Terço, na capela do Colégio. Voltamos sem nenhuma dificuldade e chegamos por volta das 16 horas na Praça da Bandeira sendo esperado pelo Padre Adelmar, onde cantamos o hino do Colégio. Alegria! Alegria! Era a nossa alegria neste momento.

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