Por Zé Carlos
Acabo de ler na mídia o seguinte:
“No dia em que o Brasil perdeu um grande
ator, ganhou outro: Lula da Silva”. O ator, todos que veem as novelas (e a
Lucinha Peixoto dizia que os telespectadores do Brasil se dividiam entre os que
viam novelas e os mentirosos) sabem que foi o que estava fazendo o papel de
Santo na novela Velho Chico, que só não é mais chata do que o próprio
personagem, e que morreu depois de um mergulho no rio que dá nome à estória.
Talvez tenha sido uma vingança das águas pela morosidade dos seus diálogos. O
Lula da Silva todos sabem quem é, pelo menos, os poucos leitores desta coluna
semanal. Ele é um dos nossos protagonistas, e pode-se dizer que a semana que
passou girou toda em cima dele, se não fosse uma palhinha do Eduardo Cunha, que
perdeu o jogo de gato e rato com a Câmara por um placar mais elástico do que o
Brasil perdeu para a Alemanha.
A Dilma, nossa musa, já agora em
Porto Alegre, livre leve e solta, embora não se saiba até quando, pois o sisudo
Sérgio Moro anda em seu encalço há tempos, continua contando pequenas piadas,
embora nada de morrer de rir. Por exemplo, ao apoiar candidatura a prefeita da Jandira Feghalli no
Rio de Janeiro disse que o faz porque “adora
a lealdade”. E neste caso, só a Jandira, sim, aquela que é do Partido
Comunista do Brasil, que é o único partido comunista onde não há comunistas.
Aliás, eles estão em falta no mercado faz tempo e só existe na mente dos
saudosos. Então esta semana a nossa Dilma não poderá protagonizar esta coluna.
Ela é do Lula.
E o tema do seu grande show foi
uma represália a uma entrevista coletiva do Ministério Público, a parte que encarna
a Lava Jato, onde os procuradores tiveram a ousadia de dizer que o Lula seria o
“comandante supremo” da quadrilha que
tentou afanar o país nos últimos
tempos. Chamaram-no de outros adjetivos, todos importantes no organograma da
quadrilha, mas, o que mais me comoveu foi o que Zezinho nosso colaborador usou:
“General da Bandalheira”. Isto,
porque lembrei daquela marchinha de carnaval que falava do “General da Banda”:
“Chegou general da banda ê ê
Chegou general da banda ê a
Chegou general da banda ê ê
Chegou general da banda ê a
Mourão, mourão,
Catuca por baixo que ele vai
Mourão, mourão
Vara madura que não cai
Mourão, mourão
Catuca por baixo que ele vai”
E o Lula sentiu-se catucado por
baixo e tentou mostrar que se ele é algum general não é da quadrilha e sim do
humor. Juntou toda sua claque particular, que hoje se compõe apenas de pessoas
que já conseguiram o suficiente para entrar num hotel 5 estrelas e rasgou o
verbo. Todos que o viram e ouviram devem estar rindo até hoje, e é obrigação
minha nessa coluna semanal, quase repeti-lo para alcançar sua meta de mata-los
todos de embolia hilariante. E, vejam bem, se não conseguir, claro que dobrarei
a meta, como nos ensinou nossa musa, a Dilma.
Em primeiro lugar, vejam o gênio
humorístico do Lula! Ele convocou uma entrevista coletiva com a imprensa, e
esta já sabendo do seu potencial, preparou perguntas mil para abrilhantar o
show. Lula o que fez? Fez um stand up,
que é aquele tipo de show que assisti certa vez do Chico Anísio, onde ele
falava sozinho e deixava, tal qual o Lula conseguiu, todos com as calças
borradas de tanto rir. É ou não é um pândego? Todavia, vamos ao show
propriamente dito, ou, pelo menos, aos seus melhores momentos, pois se o
colocarmos todo, o leitor que odeia prolixidade não me lerá mais. Para aqueles
que gostam de detalhes “sórdidos”, no
final desta coluna eu coloco os vídeos do show de Lula, completo, e também da
entrevista dos procuradores também completa. E para honrar a missão desta
coluna semanal, que é fazer rir, também coloco um vídeo hilário do Felipe Moura
Brasil, que, se houver algum leitor vivo, até lá, com certeza entrará em óbito.
E vamos aos melhores momentos, em
minha opinião, porque há outras pessoas que dizem terem sido os melhores
momentos aqueles onde o Lula chora feito bezerro desmamado. Pode até ser,
porque até na arte de chorar, o nosso colaborador é imbatível. Vejam que o seu
choro é mais convincente do que o da Dilma, que não chora mais, pois agora sua
função é cuidar do neto. E como eu sei, esta tarefa só traz alegrias. Um dos
grandes momentos do show foi quando ele, com um olho na plateia amestrada e outro nos
papagaios de pirata que o rodeavam, disse:
“A profissão mais honesta é a do político. Por mais ladrão que seja,
todo ano ele tem que ir para rua tentar voto. O concursado, não, faz uma
faculdade e tem emprego garantido pelo resto da vida”.
O que se viu da Gleisi Hoffman
foi um sorriso de canto a canto da boca, enquanto o Lindberg Farias se esforçava
para não cair no chão bolando de rir, sendo ambos inocentados pelo “chefe”. Era o momento supremo da arte do
humor. Eu me pergunto o que algum concursado petista pôde dizer numa hora
destas. Na certa ficará calado, deixará o emprego e se tornará político para
seguir o “chefe”. E aqueles que
fizeram uma faculdade e estão desempregados, na certa, correrão atrás do “comandante” pedindo concursos públicos. Também
imagino aqueles que agora estão pedindo votos para vereador e prefeito,
chegando de casa em casa e dizendo: “Sou
político, mas, não sou ladrão! Preciso do seu voto para me eleger, e depois,
caso eleito, seja o que Deus quiser, pois vou fazer concurso!”. Óbvio que
quem não conhece o nosso pândego Lula, pensará que ele estava maluco; no
entanto, quem conhece sabe, que ele estava usando sua veia humorística com “general da bandalheira”
Querem mais? Depois do que se
disse, com provas e convicção, sobre o que Lula aprontou nos últimos tempos, seria
um desrespeito a ele repetir sua piada principal: “Eu não sabia!”. Vejam que quase todos que o cercavam foram quase todos
presos, como o Zé Dirceu, Delúbio, Genoíno, Vaccari e tantos outros que estão
na fila, como a Dilma, Renan, Gleisi e tantos outros. Então, se se disser que o
Lula não sabia de nada, estará chamando-o de burro ou pelo menos débil mental.
E não prender o Lula, pelo menos pela “teoria
do domínio do fato”, que não entendo muito bem, mas, sei que diz que o “chefe sempre rouba junto com o chefiado ou é
um humorista”, seria um preconceito contra um pobre operário. E quando
pensamos assim e ele diz:
“Provem uma corrupção minha que irei a pé para ser preso.”
Não há como se penalizar pelo seu
sofrimento em andar tanto para Curitiba sem enviar para um camburão de primeira
classe para ele. E estas são duas piadas entre muitas em seu show. Mas, só para
matar os preguiçosos de rir, vejam o que ele disse ainda, mesmo quando alguns
da plateia já estavam verdes de tanto rir, se referindo a sua honestidade:
“Não é que somos mais honestos que ninguém. É que nós tiramos da sala o
tapete que escondia a corrupção neste país. Vale para o PT e para qualquer
outro partido. Acho que só ganha de mim aqui no Brasil, Jesus Cristo”.
Quando a pessoa chega a este
nível de humor não há outra alternativa a não ser julgá-lo “hors concours” como Clóvis Bornai na
fantasia. Lula dizer que aqui no Brasil só Jesus Cristo é mais honesto do que
ele deve ter levado ao riso até as ordens celestiais, quando São Pedro, tal
qual aquela imagem na Matriz de Bom Conselho, “dava o dedo” para os fiéis, e era vítima de infame piada. Mas,
fiquemos por aqui, com o Lula, deixando os detalhes, para os que quiserem, com
os vídeos lá em baixo.
Entretanto, para ser justo, como
sempre tento ser, não podemos esquecer o Temer, que parece mais enrolado do que
novelo rendeira. Ele, mesmo depois de ser ungido no cargo de presidente de
forma permanente, não deixou de ser vítima da campanha “Fora Temer!”. Aliás, o meu neto mais novo, quando o indico [o
Temer] na televisão perguntando quem é ele, ele responde: “É o Fora Temer, vovô!”. Ou seja, quem está na presidência é o “Fora Temer” que continua se esforçando
para ser contratado por esta coluna, pela indecisão. Se ele agir assim em casa,
penso que o Michelzinho sorrir quando ele diz que lhe dará umas palmadas; já
sabe que ele vai se arrepender na “hora h”.
Enquanto isto, a piada do gastos públicos controlados vai nos fazendo rir.
E assim termino mais uma narrativa
de uma semana e já aguardo a próxima para brindar os meus remanescentes leitores.
Fiquem com os vídeos e até lá!
Nenhum comentário:
Postar um comentário