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terça-feira, 27 de setembro de 2016

HÁ 50 ANOS! II





Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho



Passado a euforia da excursão para Natal e Caicó, arregaçamos as mangas para realização da entrega dos certificados e do baile em grande festa merecida. Com esta determinação começamos a confecção de convites, flamulas, confirmação do salão da Associação Garanhuense de Atletismo – AGA, a orquestra e a localização das mesas para a família e os convidados. Tudo tinha que sair perfeito. A entrega dos diplomas já estava acertado com a secretaria do Colégio Diocesano de Garanhuns em seu salão nobre, pela parte da manhã, precisamente às 10 horas.  Ai começou a batalha para a vestimenta – todos de terno preto e gravata a gosto, na cor.  Camisa de manga compridas, branca. Começou um problema que tinha que ser superado. Todos os alfaiates estavam com encomendas para ser entregue aos fregueses no final de ano e não tinham condições de receber novos trabalhos. Os alfaiates botavam a mão na cabeça, quando consultados pedíamos para dar um jeitinho brasileiro. Alegávamos a formatura. . Alguns, depois de muita conversa e amabilidade, resolvia ficar com o tecido, ora casimira, linho, tropical para confeccionar o terno.  Trabalhavam até altas horas da noite para dar conta do trabalho.  Tinha somente duas alfaiatarias - Zé Barbosa na Rua Melo Peixoto, antiga Jatobá e Amaro Costa, na Avenida Treze de Maio. Muito de nós ficamos aperreados com o “não”, “não posso confeccionar, pois já temos muito encomendas”, e assim por diante a alegação de cada alfaiate. Muitos recorreram a outras cidades, principalmente, aquelas ligadas a Garanhuns, a cidade de São João, Palmeirina, Santa Terezinha, Brejão e tantas outras e no final todos estávamos vestidos para receber a conquista de muitos anos de estudo. Neste meio tempo, procuramos homenagear os nossos professores, aqueles que nos ensinaram viver com dignidade e honestamente para o serviço para qual estamos aptos a desenvolver. Chegamos pela manhã ensolarada, com os convidados para a solenidade da entrega do diploma. As cadeiras enfileiram, com encosto branco, onde cada um se assentava enquanto a mesa era composta pelo diretor e professores. A ansiedade tomava conta de todos. Os convidados iam chegando, pouco a pouco, sentando-se em lugar apropriado. Começaram a solenidade com o cântico do Hino Nacional, todos de pé cantando em alta voz. Em seguida o Diretor parabenizou todos os concluintes e começou a chamada nome por nome. Levantamos e com a madrinha íamos até a mesa sendo entregue o diploma sob uma chuva de palmas. A solenidade foi encarrada com o hino do Colégio, todos em pé de peito estufado, cantando – Alto padrão de civismo e de glória,/ Templo sagrado de luz e saber, /!É o penhor de estupenda vitória, / Que para nós o lutar é vencer / Por Deus marchamos, levando a bandeira / Da pátria nossa gentil brasileira./ Avante, pois, com ardor juvenil / Pelo Brasil, pelo Brasil! / Eis lá no céu o Cruzeiro luzindo / Emblema augusto de crença e amor / É noite! A terra dorme sorrindo / Pra despertar com mais fulgor / Ouvindo a voz da clarim da alvorada / Chamando à luta uma nova jornada / Ginasianos, nome imortal / Seja a instrução nosso ideal / Astro brilhante que anima e aquece / curva-se a fronte para uma prece / E dentro de nós a alma suspira / Aos pais, aos mestres um grato louvor / Cheguem as notas deste hino de amor / Ginásio amigo, querido lar / tudo faremos por te exaltar. As lagrimas escorriam pelo rosto de muitas pessoas que ali presenciava este grande acontecimento. A noite enluarada e as estelas no céu azul escuro contemplavam as famílias e convidados chegando para o grande baile. As pessoas subiam devagarinho a escadaria da AGA. As senhoras e senhoritas todas alinhadas de vestidos longos, azuis, amarelo, cor de rosa, branco, vermelho. Os colares e os brincos ornamentavam os semblantes de cada uma. Os anéis vistosos. A maquiagem dava aquele tom de elegância a cada uma delas, os penteados cada um mais charmoso, sustentados por laquê para não se desmanchar pelo vento, Os homens elegantemente vestidos em seus ternos escuros e claros. As camisas brancas, outros com listras bem fininhas, azuis quase não se notando. As gravatas de varias cores, listradas presa por uma presilha brilhante. As abotoaduras sobressaia pela manga da camisa. Os sapatos brilhosos mostrando a meia de seda. Era uma elegância sem comentários. O nosso povo de garanhuense sabem se vestir elegantemente. Ao adentramos no salão as mesas estavam deslumbrante, forradas com toalha branca e no meio um jarrinho com o nome do convidado. Todos iam se achegando tomando seus lugares enquanto a orquestra se preparava para dar os seus acordes. Visitamos cada mesa, onde recebíamos parabéns e saímos alegremente. Os garçons já serviam as mesas com uísque, Ron Montilha e cervejas bem geladinha. O baile começou às 22h30min quando os pares começaram a dançar até às 4h30min. Foi uma noite maravilhosa que até hoje é relembrada com carinho e com muita saudades. 

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