Por Carlos Sena (*)
Ah, a beleza. Por que se diz que
beleza não põe mesa? Ou o correto é
"beleza não se põe na mesa? Certo é que beleza é um "código"
cognitivo que cada pessoa estabelece por dentro para dimensionar coisas e
pessoas do lado de fora. Ah, mas "quem ama o feito bonito lhe
parece". Perfeito, porque beleza continua sendo fundamental, qual nos
disse o "poetinha". Mas, a beleza caminha no tempo e no espaço e vai
se adequando aos modos e às modas vigentes e civilizatórias. Se um dia "A
Monalisa" foi pintada porque representava um modelo de beleza italiana da
época, hoje não mais seria. Do mesmo jeito que a magricela Gisele Biutchen (é
assim que se escreve?) talvez nem fosse vista se fosse no tempo da
"Monalisa", ou a "Gioconda".
Ainda bem que há o belo
"particular". Entendo-o como sendo aquele sentimento de beleza que
transcende ao mesmo tempo em que limita um individuo dentro de si para consigo
mesmo. Porque o sentimento do "belo" deve transcender o pictórico, o
tátil, o material, e se consolidar, inclusive, porque não vemos a música e
achamos linda. Também nos emocionamos com atitudes fraternas e verbalizamos que
elas são "lindas".
Acredito nessa fantasia do belo e
da beleza em todos os sentidos que a vida se constituir. Porque o nosso mundo
continua sendo minado por pessoas que só veem o copo "meio vazio".
Precisamos do "belo" dentro de nós independente de padrões culturais
estabelecidos ou mesmo com eles. Porque a vida é bela e dificilmente sem a
beleza incrustada por dentro, (talvez lá onde "a alma humana se
confraterniza com o coração e o pulmão da gente"), a gente nao se perca
achando graça nas banalidades violentas que a sociedade de consumo nos tem
disponibilizado como sendo "boas e belas"...
Beleza é mesma fundamental e quem
ama o "feio", certamente estará amando a pessoa mais bonita e isso é
bom e eu gosto...
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 17/07/2014
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