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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Copa das Copas, Eleição das Eleições e Picareta das Picaretas




Por Zezinho de Caetés

Nesta época de Copa do Mundo, ou enquanto o Brasil permanecer nela, nada é lido a não ser que o Neymar ou Felipão sejam citados. Estou escrevendo na véspera do jogo Brasil x Alemanha e teria até 5000 textos para comentar sobre o atropelamento do melhor jogador do Brasil por um bonde colombiano. Portanto, não sei se a partir de amanhã ainda estarei na frente da TV para ver a Argentina jogar contra a Holanda. Se o Brasil sair, só me restará torcer pela Holanda, pois prefiro a volta do Maurício de Nassau ao Palácio do Campo das Princesas, à volta Maradona.

Nesta dúvida, eu pensei, pensei e pensei e disse: vou comentar hoje um texto que não tem nada de futebol. Vi que seria difícil encontrar e comecei a procurar por países. Na América Latina era quase impossível encontrar e também nos outros continentes. Procurei, procurei e procurei, até que vi um texto que dizia: “Cuba é uma favela no paraíso caribenho”. Eu até agora não sei se o autor quis xingar as favelas ou apenas dizer que Cuba é o único país do mundo que não gosta de futebol. Vocês já viram Cuba na CONCACAF? Os Estados Unidos eram assim, mas chegaram já à conclusão, influenciados por Pelé, de que sem futebol os países ficam tristes e isolados.

O artigo em questão não é novo, e saiu mais precisamente em 04/03/2001, sendo seu autor um jornalista gaúcho (Juremir Machado da Silva), e eu o transcrevo logo abaixo para sua apreciação, e que tem como título: “CUBA, O INFERNO NO PARAÍSO”, publicado no Correio do Povo.

Em princípio, pelo tempo já decorrido de sua (do jornalista) viagem a Cuba, eu duvidei até que os cubanos tivessem mudado de opinião e deixado de lado a revolução para se dedicar ao futebol. Logo vi que não. Ora, se Fidel nunca morre, por que mudar de atitude? E a ideia do grande líder revolucionário cubano é exatamente não permitir esportes nos quais possa haver reuniões de mais de 5 pessoas, para não conspirar contra sua revolução, que ele tentou exportar pela América Latina e África, tendo até relativo sucesso na Venezuela. Aqui no Brasil, para que ele tenha o mesmo sucesso basta que o PT ganhe outra eleição para presidente. Então iremos ficar sem papel higiênico e vamos cair de maduro. Além disto, coitado do Neymar, ou começa a lutar boxe ou nunca mais será campeão do mundo.

Mas, espero que quando a AGD publicar este meu texto, todos possam lê-lo já comemorando mais uma vitória do Brasil na Copa, e que todos concluam que o socialismo leva também à morte do futebol.

Como sempre faço, li a coluna do Zé Carlos que resume a semana (aqui) e adorei a menção aos Poste dos Postes, para “rimar” com a Copa das Copas. Então lembro para que vocês não esqueçam de que a próxima eleição será a Eleição das Eleições, e de forma nenhuma poderemos nela eleger a Picareta das Picaretas. Preciso nomear?

Agora fiquem com o texto sobre Cuba, que para mim não é novidade, pois leio a Yoani Sanchez quase sempre e já li e ouvi outros relatos sobre este país. Se duvidam, chamem um cubano do Programa Mais Médicos, garanta a ele que não há ninguém mais escutando e peça para ele falar do seu país. Não se deprima, veja o Brasil no Maracanã no próximo domingo e se for contra a Argentina,  torça contra o Papa Francisco.

“Na crônica da semana passada, tentei, pela milésima vez, aderir ao comunismo. Usei todos os chavões que conhecia para justificar o projeto cubano. Não deu certo. Depois de 11 dias na ilha de Fidel Castro, entreguei de novo os pontos.

O problema do socialismo é sempre o real. Está certo que as utopias são virtuais, o não-lugar, mas tanto problema com a realidade inviabiliza qualquer adesão. Volto chocado: Cuba é uma favela no paraíso caribenho.

Não fiquei trancando no mundo cinco estrelas do hotel Habana Libre. Fui para a rua. Vi, ouvi e me estarreci. Em 42 anos, Fidel construiu o inferno ao alcance de todos. Em Cuba, até os médicos são miseráveis. Ninguém pode queixar-se de discriminação. É ainda pior. Os cubanos gostam de uma fórmula cristalina: ‘Cuba tem 11 milhões de habitantes e 5 milhões de policiais’. Um policial pode ganhar até quatro vezes mais do que um médico, cujo salário anda em torno de 15 dólares mensais. José, professor de História, e Marcela, sua companheira, moram num cortiço, no Centro de Havana, com mais dez pessoas (em outros chega a 30). Não há mais água encanada. Calorosos e necessitados de tudo, querem ser ouvidos. José tem o dom da síntese: ‘Cuba é uma prisão, um cárcere especial. Aqui já se nasce prisioneiro. E a pena é perpétua. Não podemos viajar e somos vigiados em permanência. Tenho uma vida tripla: nas aulas, minto para os alunos. Faço a apologia da revolução. Fora, sei que vivo um pesadelo. Alívio é arranjar dólares com turistas’. José e Marcela, Ariel e Julia, Paco e Adelaida, entre tantos com quem falamos,pedem tudo: sabão, roupas, livros, dinheiro, papel higiênico, absorventes. Como não podem entrar sozinhos nos hotéis de luxo que dominam Havana, quando convidados por turistas, não perdem tempo: enchem os bolsos de envelopes de açúcar. O sistema de livreta, pelo qual os cubanos recebem do governo uma espécie de cesta básica, garante comida para uma semana. Depois, cada um que se vire. Carne é um produto impensável.

José e Marcela, ainda assim, quiseram mostrar a casa e servir um almoço de domingo: arroz, feijão e alguns pedaços de fígado de boi. Uma festa. Culpa do embargo norte-americano? Resultado da queda do Leste Europeu? José não vacila: ‘Para quem tem dólares não há embargo. A crise do Leste trouxe um agravamento da situação econômica. Mas, se Cuba é uma ditadura, isso nada tem a ver com o bloqueio’. Cuba tem quatro classes sociais: os altos funcionários do Estado, confortavelmente instalados em Miramar; os militares e os policiais; os empregados de hotel (que recebem gorjetas em dólar); e o povo. ‘Para ter um emprego num hotel é preciso ser filho de papai, ser protegido de um grande, ter influência’, explica Ricardo, engenheiro que virou mecânico e gostaria de ser mensageiro nos hotéis luxuosos de redes internacionais.

Certa noite, numa roda de novos amigos, brinco que,quando visito um país problemático, o regime cai logo depois da minha saída. Respondem em uníssono:

Vamos te expulsar daqui agora mesmo’. Pergunto por que não se rebelam, não protestam, não matam Fidel? Explicam que foram educados para o medo, vivem num Estado totalitário, não têm um líder de oposição e não saberiam atacar com pedras, à moda palestina. Prometem, no embalo das piadas, substituir todas as fotos de Che Guevara espalhadas pela ilha por uma minha se eu assassinar Fidel para eles.

Quero explicações, definições, mais luz. Resumem: ‘Cuba é uma ditadura’. Peço demonstrações: ‘Aqui não existem eleições. A democracia participativa, direta, popular, é um fachada para a manipulação. Não temos campanhas eleitorais, só temos um partido, um jornal, dois canais de televisão, de propaganda, e, se fizéssemos um discurso em praça pública para criticar o governo, seríamos presos na hora’.

Ricardo Alarcón aparece na televisão para dizer que o sistema eleitoral de Cuba é o mais democrático do mundo. Os telespectadores riem: ‘É o braço direito da ditadura. O partido indica o candidato a delegado de um distrito; cabe aos moradores do lugar confirmá-lo; a partir daí, o povo não interfere em mais nada. Os delegados confirmam os deputados; estes, o Conselho de Estado; que consagra Fidel’.Mas e a educação e a saúde para todos? Ariel explica: ‘Temos alfabetização e profissionalização para todos, não educação. Somos formados para ler a versão oficial, não para a liberdade.

A educação só existe para a consciência crítica, à qual não temos direito. O sistema de saúde é bom e garante que vivamos mais tempo para a submissão’.José mostra-me as prostitutas, dá os preços e diz que ninguém as condena:’Estão ajudando as famílias a sobreviver’. Por uma de 15 anos, estudante e bonita, 80 dólares. Quatro velhas negras olham uma televisão em preto e branco, cuja imagem não se fixa. Tentam ver ‘Força de um Desejo’. Uma delas justifica: ‘Só temos a macumba (santería) e as novelas como alento. Fidel já nos tirou tudo.Tomara que nos deixe as novelas brasileiras’. Antes da partida,José exige que eu me comprometa a ter coragem de, ao chegar ao Brasil, contar a verdade que me ensinaram: em Cuba só há ‘rumvoltados’.”

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P.S.: Caro Zé Carlos, se você puder coloque este PS no meu texto onde falo das Copas das Copas. Acabei de ver a Alemanha jogar e o Brasil correr atrás da bola. Tal qual o Brasil do PT, ele estava irreconhecível. Agora, tanto dentro como fora de campo o Brasil fez a Copinha das Copinhas. 7 x 1 foi uma dose excessiva, e só nos resta que em outubro tiremos a Picareta das Picaretas da presidência. Eu só quero ver se ela terá coragem de comparecer ao Maracanã para entregar a taça aos alemães. Se for, depois não reclame dos xingamentos. Ela merece e o Lula (o Enganador dos Enganadores na política e Pé Frio dos Pés Frios no futebol) muitos mais. Obrigado.
Zezinho de Caetés.

Um comentário:

  1. O PT TINHA PLANOS PARA TENTAR FAZER DA EVENTUAL VITÓRIA UMA ARMA PARA ESMAGAR OS ADVERSÁRIOS. OS BLOGS SUJOS FINANCIADOS PELO PT DECIDIRAM “MONITORAR” ÀS AVESSAS O DEBATE: TOLHENDO AS CRÍTICAS, INTIMIDANDO OS CRÍTICOS, TENTANDO SILENCIAR AS VOZES DISCORDANTES, COLANDO A PECHA DE SABOTADORES NAQUELES QUE DISCORDAVAM DO NAZISTA FELIPÃO, DA POSTE DILMA E DO BONECO LULA. A PETEZADA(LEIA-SE DILMA) DECIDIU, INFELIZMENTE, FAZER POLITICAGEM COM A COPA DO MUNDO. A MÁQUINA PUBLICITÁRIA OFICIAL NÃO TEVE PUDOR NEM MESMO DE PEGAR CARONA NA CONTUSÃO DE NEYMAR, TENTANDO TRANSFORMÁ-LO NUMA ESPÉCIE DE HERÓI NACIONAL. MESMO ASSIM A SELEÇÃO PERDEU, MAS FICA PARA O POVO O LEGADO DA COPA, ESTÁDIOS INÚTEIS DE CARA MANUTENÇÃO E A DÍVIDA DOS ROUBOS.

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