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segunda-feira, 28 de julho de 2014

A semana - Começou a campanha. Aeroporto, propina, Dunga e Maluf




Por Zé Carlos

A campanha eleitoral começou para valer. Então, preparem-se, lenços de papel na mão para chorar de tanto rir. Embora, a semana que passou não só viveu de campanha política para efeitos humorísticos. Eu sei que todos já riram com a notícia, mas, riam outra vez, sempre é bom. O Dunga é realmente o técnico da seleção brasileira, como era previsto. Ele produziu entrevistas interessantes, em que não disse nada. Também, depois de Felipão, do Parreira e do desastre da Copa, seria pedir demais, não é mesmo?

Outro fato marcante foi a morte do grande escritor Ariano Suassuna, que virou campanha política, mas, o filme do UOL, que apresento abaixo, não faz nenhuma menção, mesmo versando sobre a campanha. No entanto, não é porque o enterro do artista virou campanha (a Dilma veio chorosa e o Eduardo chorando, não vi o Aécio e outros candidatos a presidência, pois talvez não houvesse vaga nos jatinhos para virem) que é motivo de riso. Eu ri muito foi quando pensei nas coisas que o tornaram realmente imortal: seus personagens. Sem querer fazer analogias politicamente incorretas eu perguntei a mim mesmo se o enterro foi em latim. É, foi-se o homem e ficaram o João Grilo e a Caetana à espreita. Que injustiça, ela não encontrou o Maluf, que é o tema principal do filme de hoje.

Voltemos a ele então! O Maluf é a estrela principal e, mesmo se não fizesse nada, já seria motivo de riso. Mas, ele faz. Desde o início quando os roteiristas abordam o tema Aeroporto do Aécio. Como todos sabem, alguém descobriu que o Aécio Neves fez um aeroporto em terras de um tio. O candidato nega de pés juntos, e diz que as terras já eram do Estado de Minas e ele só fez umas melhorias na pista de pouso. Maluf entra em cena diz que ele fez o aeroporto para ele (o Aécio). Eu sei que onde tem fumaça há fogo, mas, quando Maluf fala mal de alguém, este alguém merece um crédito de confiança.

E nesta esparrela, do Maluf, quem caiu foi a Dilma Roussef porque o partido de Maluf está apoiando a reeleição da presidente, e quer fazer os santinhos de sua campanha com ela. Eu sabia que ele já tinha fotos com o Lula, com o Haddad e até com o Papa, mas, com Dilma, não. Mas, não se apoquentem pois breve ele subirá às escadas do Palácio do Planalto para ser fotografado com ela, e quem sabe, até com Michel Temer, afinal o PMDB está em todas.

Já que tocamos no nome da presidente, você viram algo mais hilário do que os vai-e-vens do caso da Petrobrás? Sumiram bilhões de reais e até hoje ninguém descobriu quem foi o culpado pelo sumiço. Parece até pum em ambiente fechado. Não foi ninguém, e fica-se sempre procurando um “cachorro expiatório”. E o TCU, julgando pelo cheiro, com a participação de dois pernambucanos (José Jorge e Múcio Monteiro) depois de analisar os odores do petardo bilionário, chegou à conclusão de que seria impossível ter sido Dilma a autora. Não porque ela não pode, como qualquer outra pessoa, aliviar num reunião do conselho, e sim porque o odor era tão forte que seria impossível alguém produzi-lo sozinho. Descobriram que foram todos os diretores os culpados. Resta agora apenas individualizar os odores para ver quem são os mais ou menos culpados. E haja riso.

E como a campanha começou mesmo não poderia faltar uma denúncia contra o candidato de Pernambuco, não o Lula (será que isto está descartaddo?), e sim o Eduardo Campos. Um deputado acusa o PSB, partido do qual ele é o presidente, de tentar suborná-lo para que ele apoiasse seu candidato a governador, o Paulo Câmara, mais conhecido aqui como o Poste do Edu, em analogia como os postes do Lula. Dizem que o Eduardo não falou nada a respeito, e eu acho que não o fez, porque foram apenas 6 milhões de reais, que comparando com o dizem que o Aécio gastou para construir o aeroporto em Minas, é uma pechincha. E onde está o motivo de riso? Talvez no nome do partido, o PROS, que não sei o que significa. Aliás, o sistema partidário brasileiro é uma fonte inesgotável de riso, em todos os aspectos. Imaginem que há ainda um partido comunista de linha albanesa que adora comemorar os aniversários do ditador coreano. Guarde um pouco de riso, porque tem muito mais.

Na semana antepassada eu disse que se poderia rir com a guerra entre Israel e os Palestinos devido à repetição dos mesmos fatos anos após anos. Aquele riso contido de quem os horrores da guerra só não são maiores do que a capacidade humana em sobreviver a ela. Esta semana temos mais um motivo de riso se esquecermos estes horrores e entrarmos nos gabinetes onde as guerras são tramadas, ou seja, na diplomacia. É que o Brasil condenou a reação de Israel pela sua ação em Gaza, dizendo que ela foi “desproporcional”. Pelo que li, o número de foguetes lançados pelos Palestinos em território israelense era muito alto e não eram foguetes de procissão, como os que via lá em Bom Conselho. E eu fiquei sem saber o que seria uma reação “proporcional” de Israel, país cuja criação o Brasil aprovou no ano em que eu nasci. Talvez, o atual governo brasileiro, quisesse que não houvesse reação nenhuma e o povo judeu deveria deixar seu território e andar pelo deserto até pagar pelos seus pecados. E foi, talvez, por não concordar com isto, que eles disseram que o Brasil era uma potência econômica mas, um anão diplomático, numa ofensa inadmissível ao povo de baixa estatura, cometendo um ato de discriminação abominável. Eu ri quando lembrei dos “anões do orçamento” e do Dunga, o da Branca de Neve, é claro.

Eu ainda estava com um pouco de força para rir, até quando um jornalista, no filme, pergunta a Maluf quais as chances de a Dilma perder as eleições. O grande correligionário da presidente, ao responder que só se o avião em que ela estivesse caísse, deu uma resposta malufiana, isto é, ultra risível. E ele foi além, quantificando estas chances: Dilma tem 98% de chances de ser eleita, Aécio 1,89% e Eduardo 0,1%. Ainda bem que isto vindo de Maluf as margens de erro são de 100%. Consegui rir até aí. E comecei a chorar copiosamente quando ele, em resposta ao jornalista, disse que só iria se aposentar na política quando morresse, e que ainda estava formando e orientando vários políticos novos no congresso nacional. E continuo chorando até agora, pelo simples fato de pensar que isto é possível. Afinal de contas, se ele se aposentar, vai em cana, e não é só ele que está nesta situação na política brasileira.

Devido ao chororô, deixo vocês com o resumo do roteiro (feitos pelos produtores do UOL) e em seguida com o filme e espero que nesta semana que entra eu posso voltar a sorrir.

A campanha do senador Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, enfrentou uma turbulência com a denúncia de que o governo de Minas Gerais construiu um aeroporto de R$ 14 milhões em uma fazenda de propriedade da família do tucano quando ele governava o Estado. Aécio disse que não há irregularidades no caso, mas o Ministério Público poderá investigá-lo.

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, enfrenta um índice alto de desaprovação ao seu governo e conta um apoio controverso na campanha eleitoral: o do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que já prepara santinhos com propaganda da petista.

O candidato do PSB à reeleição, Eduardo Campos, também sofreu com uma denúncia: a do deputado federal José Augusto Maia (PROS-PE), que disse que seu partido recebeu oferta de R$ 6 milhões para apoiar a candidatura de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco.”

E o governo de Israel chamou o Brasil “anão diplomático” depois de o Itamaraty criticar a ofensiva militar contra os palestinos na Faixa de Gaza.


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