Por Zé Carlos
A campanha eleitoral começou para valer. Então, preparem-se,
lenços de papel na mão para chorar de tanto rir. Embora, a semana que passou não
só viveu de campanha política para efeitos humorísticos. Eu sei que todos já
riram com a notícia, mas, riam outra vez, sempre é bom. O Dunga é realmente o
técnico da seleção brasileira, como era previsto. Ele produziu entrevistas
interessantes, em que não disse nada. Também, depois de Felipão, do Parreira e
do desastre da Copa, seria pedir demais, não é mesmo?
Outro fato marcante foi a morte do grande escritor Ariano
Suassuna, que virou campanha política, mas, o filme do UOL, que apresento
abaixo, não faz nenhuma menção, mesmo versando sobre a campanha. No entanto,
não é porque o enterro do artista virou campanha (a Dilma veio chorosa e o
Eduardo chorando, não vi o Aécio e outros candidatos a presidência, pois talvez
não houvesse vaga nos jatinhos para virem) que é motivo de riso. Eu ri muito
foi quando pensei nas coisas que o tornaram realmente imortal: seus
personagens. Sem querer fazer analogias politicamente incorretas eu perguntei a
mim mesmo se o enterro foi em latim. É, foi-se o homem e ficaram o João Grilo e
a Caetana à espreita. Que injustiça, ela não encontrou o Maluf, que é o tema
principal do filme de hoje.
Voltemos a ele então! O Maluf é a estrela principal e, mesmo
se não fizesse nada, já seria motivo de riso. Mas, ele faz. Desde o início
quando os roteiristas abordam o tema Aeroporto do Aécio. Como todos sabem,
alguém descobriu que o Aécio Neves fez um aeroporto em terras de um tio. O
candidato nega de pés juntos, e diz que as terras já eram do Estado de Minas e
ele só fez umas melhorias na pista de pouso. Maluf entra em cena diz que ele
fez o aeroporto para ele (o Aécio). Eu sei que onde tem fumaça há fogo, mas,
quando Maluf fala mal de alguém, este alguém merece um crédito de confiança.
E nesta esparrela, do Maluf, quem caiu foi a Dilma Roussef
porque o partido de Maluf está apoiando a reeleição da presidente, e quer fazer
os santinhos de sua campanha com ela. Eu sabia que ele já tinha fotos com o
Lula, com o Haddad e até com o Papa, mas, com Dilma, não. Mas, não se
apoquentem pois breve ele subirá às escadas do Palácio do Planalto para ser
fotografado com ela, e quem sabe, até com Michel Temer, afinal o PMDB está em
todas.
Já que tocamos no nome da presidente, você viram algo mais
hilário do que os vai-e-vens do caso da Petrobrás? Sumiram bilhões de reais e
até hoje ninguém descobriu quem foi o culpado pelo sumiço. Parece até pum em
ambiente fechado. Não foi ninguém, e fica-se sempre procurando um “cachorro
expiatório”. E o TCU, julgando pelo cheiro, com a participação de dois
pernambucanos (José Jorge e Múcio Monteiro) depois de analisar os odores do
petardo bilionário, chegou à conclusão de que seria impossível ter sido Dilma a
autora. Não porque ela não pode, como qualquer outra pessoa, aliviar num
reunião do conselho, e sim porque o odor era tão forte que seria impossível
alguém produzi-lo sozinho. Descobriram que foram todos os diretores os
culpados. Resta agora apenas individualizar os odores para ver quem são os mais
ou menos culpados. E haja riso.
E como a campanha começou mesmo não poderia faltar uma
denúncia contra o candidato de Pernambuco, não o Lula (será que isto está
descartaddo?), e sim o Eduardo Campos. Um deputado acusa o PSB, partido do qual
ele é o presidente, de tentar suborná-lo para que ele apoiasse seu candidato a
governador, o Paulo Câmara, mais conhecido aqui como o Poste do Edu, em
analogia como os postes do Lula. Dizem que o Eduardo não falou nada a respeito,
e eu acho que não o fez, porque foram apenas 6 milhões de reais, que comparando
com o dizem que o Aécio gastou para construir o aeroporto em Minas, é uma
pechincha. E onde está o motivo de riso? Talvez no nome do partido, o PROS, que
não sei o que significa. Aliás, o sistema partidário brasileiro é uma fonte
inesgotável de riso, em todos os aspectos. Imaginem que há ainda um partido
comunista de linha albanesa que adora comemorar os aniversários do ditador
coreano. Guarde um pouco de riso, porque tem muito mais.
Na semana antepassada eu disse que se poderia rir com a
guerra entre Israel e os Palestinos devido à repetição dos mesmos fatos anos
após anos. Aquele riso contido de quem os horrores da guerra só não são maiores
do que a capacidade humana em sobreviver a ela. Esta semana temos mais um
motivo de riso se esquecermos estes horrores e entrarmos nos gabinetes onde as
guerras são tramadas, ou seja, na diplomacia. É que o Brasil condenou a reação
de Israel pela sua ação em Gaza, dizendo que ela foi “desproporcional”. Pelo que li, o número de foguetes lançados pelos
Palestinos em território israelense era muito alto e não eram foguetes de
procissão, como os que via lá em Bom Conselho. E eu fiquei sem saber o que seria
uma reação “proporcional” de Israel,
país cuja criação o Brasil aprovou no ano em que eu nasci. Talvez, o atual
governo brasileiro, quisesse que não houvesse reação nenhuma e o povo judeu
deveria deixar seu território e andar pelo deserto até pagar pelos seus
pecados. E foi, talvez, por não concordar com isto, que eles disseram que o
Brasil era uma potência econômica mas, um anão
diplomático, numa ofensa inadmissível ao povo de baixa estatura, cometendo
um ato de discriminação abominável. Eu ri quando lembrei dos “anões do orçamento” e do Dunga, o da
Branca de Neve, é claro.
Eu ainda estava com um pouco de força para rir, até quando
um jornalista, no filme, pergunta a Maluf quais as chances de a Dilma perder as
eleições. O grande correligionário da presidente, ao responder que só se o
avião em que ela estivesse caísse, deu uma resposta malufiana, isto é, ultra risível.
E ele foi além, quantificando estas chances: Dilma tem 98% de chances de ser
eleita, Aécio 1,89% e Eduardo 0,1%. Ainda bem que isto vindo de Maluf as
margens de erro são de 100%. Consegui rir até aí. E comecei a chorar
copiosamente quando ele, em resposta ao jornalista, disse que só iria se
aposentar na política quando morresse, e que ainda estava formando e orientando
vários políticos novos no congresso nacional. E continuo chorando até agora,
pelo simples fato de pensar que isto é possível. Afinal de contas, se ele se
aposentar, vai em cana, e não é só ele que está nesta situação na política
brasileira.
Devido ao chororô, deixo vocês com o resumo do roteiro
(feitos pelos produtores do UOL) e em seguida com o filme e espero que nesta
semana que entra eu posso voltar a sorrir.
“A campanha do senador
Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, enfrentou uma turbulência com a
denúncia de que o governo de Minas Gerais construiu um aeroporto de R$ 14
milhões em uma fazenda de propriedade da família do tucano quando ele governava
o Estado. Aécio disse que não há irregularidades no caso, mas o Ministério
Público poderá investigá-lo.
A presidente Dilma
Rousseff (PT), candidata à reeleição, enfrenta um índice alto de desaprovação
ao seu governo e conta um apoio controverso na campanha eleitoral: o do
deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que já prepara santinhos com propaganda
da petista.
O candidato do PSB à
reeleição, Eduardo Campos, também sofreu com uma denúncia: a do deputado
federal José Augusto Maia (PROS-PE), que disse que seu partido recebeu oferta
de R$ 6 milhões para apoiar a candidatura de Paulo Câmara ao governo de
Pernambuco.”
E o governo de Israel chamou o Brasil “anão diplomático”
depois de o Itamaraty criticar a ofensiva militar contra os palestinos na Faixa
de Gaza.
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