Por Carlos Sena. (*)
Vai chegar um tempo em que o
"politicamente correto" tem que ser correto, sem o politicamente.
Porque tudo hoje em dia entra no contexto exagerado do que seja uma minoria. Ou
do que seja um preconceito disseminado na maioria, mas que uma minoria dentro
dele sofre além da conta. Porque o politicamente correto nem sempre é ajustado
às situações. Há negros que, bem resolvidos internamente, não se melindram com
certas coisas duvidosas acerca da raça negra, por exemplo. Acerca dos gays,
então, tudo toma uma dimensão maior que chega, nalguns casos, ao exageram no
"politicamente correto". Por isso espero um momento em que o CORRETO
seja a lei para tudo, embora saibamos que isso demanda muito tempo. Porque o
"politicamente correto", sem levar em conta os excessos, tem levado
muitas pessoas a um repensar positivo acerca dos seus preconceitos. Esse é o
lado positivismo da questão. Num outro tempo, quem sabe no próximo século, não
haja mais "politicamente", mas apenas o correto. Enquanto isso, algumas
pessoas que sem encontram "protegidas" pela moda abusam. Por tudo
elas logo ameaçam, logo prometem abrir processo, logo querem chamar a polícia.
Na questão gay nada mais justo do que vivermos convivendo com eles e os seus
amores. Mas, não me parece justo, um casal de gays, por exemplo, se exceder em
carícias só pra provocar os héteros que estiverem em volta. Nesse caso, o
respeito tem que ser recíproco.
Claro que jamais seremos a favor
de qualquer ato discriminatório. Da mesma forma que se não nos tocar dos exageros
do "politicamente correto" chegaremos ao ponto de não podermos
comprar feijão preto na feira ou o mercado. Algum preto que estiver por perto
poderá se ofender. Ou não?
Melhor a ponderação. E a certeza
de que um dia o "correto" não precisará do "politicamente"
para sobreviver.
------------------
(*) Publicado no Recanto de
Letras em 29/06/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário