Por Carlos Sena (*)
As recentes interdições dos
nossos supermercados por venderem CARNE PODRE me remeteram a um fato ocorrido
nos Estados Unidos. Essa história ouvi de uma amiga que é amiga da protagonista
do fato: uma brasileira foi passar uma temporada nos EUA e, certo dia, comprou
um frango congelado num dos supermercados perto da sua residência. Esqueceu o
bicho dentro do congelador e até aí tudo bem, pois lá ele estava protegido.
Belo dia, passados muitos meses ela se lembrou do tal do frango e decidiu
utilizá-lo num jantar. Quando ela olha a validade do “bichinho” já houvera
vencida fazia meses. Então, como boa “brasileira” (entre aspas mesmo) pegou o
bicho e o levou ao supermercado alegando que a validade estava vencida e que,
portanto, queria reparação. O supermercado imediatamente chamou o chefe da área
que, mais que depressa acionou sua equipe. Explicou o ocorrido e determinou que
fizessem uma supervisão geral nas geladeiras da loja e na câmara fria de
estoque. De repente, parecia uma “operação de guerra” – tudo na frente da
“cliente” brasileira. Diante dessa operação de guerra causada por um frango com
“prazo de validade vencido”, a cliente não teve muito o que fazer. Consciência
pesada diante das demissões que, certamente ocorreriam no setor de frios do
supermercado, a brasileira chamou o responsável geral a sós e abriu o jogo.
Disse que era brasileira e que pensou que não causasse tanto alvoroço aquele
seu “frango fora da validade”. E concluiu: eu comprei dentro do prazo certo,
mas ele perdeu a validade porque eu demorei a consumir... Como essa história
foi contada a uma amiga pela própria protagonista, não sabemos da reação do
supermercado. Porque essa consumidora desonesta merecia uma ação indenizatória
ao supermercado. Se fosse no Brasil, certamente ela teria seu “frango” trocado
por outro, pois nossos supermercados são tão desonestos quanto ela, salvo
melhor juízo. Mas, diante do que vimos no Recife nos últimos dias, com grandes
redes sendo autuadas por nos venderem carnes e laticínios vencidos, não seria
difícil. Porque seria melhor trocar por outro a se expor nas suas fragilidades
e irresponsabilidades cidadãs e sanitárias.
------------------
(*) Publicado no Recanto de
Letras em 11/04/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário