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terça-feira, 6 de agosto de 2013

SOCORRO! SOCORRO!




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Gritos alucinantes na madrugada. Acordei no silencio do meu quarto e fiquei ouvindo correrias e vozes de pessoas na rua. Logo após o silencio duradouro. Nenhum sinal de ruído. Tudo voltou à calmaria. No outro dia soubemos por intermédio de algumas pessoas que aquele barulho foi motivado por um casal. “Briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”, disse Juvenal em uma roda de amigos.
  
Tudo aconteceu por causa do marido ter apanhado a mulher em flagrante com outro homem. Ele já vinha desconfiando da sua saída do trabalho para chegar a casa. Todos os dias tinham serão. Chegava sempre por volta das dez e meia da noite.  Ao sair de casa pela manhã disse que ia sair tarde do trabalho e iria dormir na casa de uma amiga, pois, tinha chegar bem cedo no trabalho. Achou aquele gesto estranho. Porque não dormir em casa? Todo o dia não chegava tarde? Ficou desconfiado e disse “Vou te apanhar”. Ela responde - “Não precisa já combinei com a amiga que passarei a noite em sua casa”.

Neste dia, marido foi a sua espera, para confirmar o que alguns amigos já tinha lhe avisado. É gaia Juvenal! É gaia, homem! Alertou um dos seus amigos mais chegados, Orlando. Chegou por volta das seis horas na cidade. Ficou de tocaia em uma esquina da rua Duque de Caxias, vendo o expediente da loja se encerrar. Os empregados iam saindo aos pouco, se curvando para passar por baixo da meia porta. As luzes se apagaram e a sua mulher saiu acompanhada da amiga Valeria em direção a Avenida Guararapes. Seguiu um pouco distante, quase a perdendo de vista. Mas acompanhou até a Rua do Sol, e viu quando ela apanhou um carro preto, entrando e a amiga seguiu pela Ponte Duarte Coelho, em direção a Avenida Conde da Boa Vista. Apressou o passo e alcançou a sua amiga, que tomada de susto embranqueceu.  Valeria para onde foi a minha mulher? Pega de surpresa emudeceu. Você sabe muito bem para onde ela foi e eu quero que me diga, pois de acordo que ela me falou ia para sua casa pernoitar, pois, amanhã teria que ir logo cedo para a loja. Não sei não! Quem é o cara do carro preto, que você deu com a mão saudando-o? Também não sei! Como não sabe se você o cumprimentou? Mas hoje vou descobrir o que esta acontecendo e você sabe que não estou para brincadeira. Ficou atordoado em pé na ponte sem saber o que fazer, pois, o carro preto desapareceu em com destino a Rua Floriano Peixoto e com certeza se dirigindo para a zona Sul. A amiga se afastou com pressa e ao mesmo tempo ele viu quando ela tirou o celular da bolsa e colocando no ouvido, por certo ela estava avisando o acontecido. Ele ao mesmo tempo, ligou do seu celular e a ligação foi para Caixa Postal. Apanhou o ônibus e voltou para casa, ou melhor, dizendo ficou na espreita da sua chegada. De madrugada foi aquela confusão que vocês ouviram. Foram tapas, puxão de cabelos no meio da noite – ele dizia - você não disse que não vinha para casa? Ia dormir na casa da amiga falsa Valeria? Fale cachorra! Fale sua sem vergonha! Quenga safada! Vou arrancar-lhe os cabelos! E como está chegando há esta hora aqui? Vai me apanhar mais, pois “mulher safada” tem que apanhar e muito!


Muitos dos vizinhos já sabiam o que iria acontecer, porque Orlando comentou a intenção do Juvenal em apanhar a mulher em flagrante e tinha avisado aos outros colegas o que poderia acontecer. Por volta das nove horas da noite Juvenal chega à rua sob o olhar dos amigos. Disse – Nunca desconfiei do comportamento dela! Mas vi com os meus próprios olhos que um dia a terra vai comer, quando ela entrou em um carro preto na cidade. Foi um momento angustiante, tentei correr mais já era tarde. Vou aguardar a sua chegada.   E foram bater na Delegacia. E nós não sabemos o aconteceu, pois, voltaram para casa após a confusão. Mais tarde quem sabe?

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