Por
José Antonio Taveira Belo / Zetinho
Gritos
alucinantes na madrugada. Acordei no silencio do meu quarto e fiquei ouvindo
correrias e vozes de pessoas na rua. Logo após o silencio duradouro. Nenhum
sinal de ruído. Tudo voltou à calmaria. No outro dia soubemos por intermédio de
algumas pessoas que aquele barulho foi motivado por um casal. “Briga de marido
e mulher, ninguém mete a colher”, disse Juvenal em uma roda de amigos.
Tudo
aconteceu por causa do marido ter apanhado a mulher em flagrante com outro
homem. Ele já vinha desconfiando da sua saída do trabalho para chegar a casa. Todos
os dias tinham serão. Chegava sempre por volta das dez e meia da noite. Ao sair de casa pela manhã disse que ia sair tarde
do trabalho e iria dormir na casa de uma amiga, pois, tinha chegar bem cedo no
trabalho. Achou aquele gesto estranho. Porque não dormir em casa? Todo o dia
não chegava tarde? Ficou desconfiado e disse “Vou te apanhar”. Ela responde - “Não
precisa já combinei com a amiga que passarei a noite em sua casa”.
Neste
dia, marido foi a sua espera, para confirmar o que alguns amigos já tinha lhe
avisado. É gaia Juvenal! É gaia, homem! Alertou um dos seus amigos mais
chegados, Orlando. Chegou por volta das seis horas na cidade. Ficou de tocaia
em uma esquina da rua Duque de Caxias, vendo o expediente da loja se encerrar.
Os empregados iam saindo aos pouco, se curvando para passar por baixo da meia
porta. As luzes se apagaram e a sua mulher saiu acompanhada da amiga Valeria em
direção a Avenida Guararapes. Seguiu um pouco distante, quase a perdendo de
vista. Mas acompanhou até a Rua do Sol, e viu quando ela apanhou um carro
preto, entrando e a amiga seguiu pela Ponte Duarte Coelho, em direção a Avenida
Conde da Boa Vista. Apressou o passo e alcançou a sua amiga, que tomada de
susto embranqueceu. Valeria para onde
foi a minha mulher? Pega de surpresa emudeceu. Você sabe muito bem para onde
ela foi e eu quero que me diga, pois de acordo que ela me falou ia para sua
casa pernoitar, pois, amanhã teria que ir logo cedo para a loja. Não sei não!
Quem é o cara do carro preto, que você deu com a mão saudando-o? Também não
sei! Como não sabe se você o cumprimentou? Mas hoje vou descobrir o que esta
acontecendo e você sabe que não estou para brincadeira. Ficou atordoado em pé
na ponte sem saber o que fazer, pois, o carro preto desapareceu em com destino
a Rua Floriano Peixoto e com certeza se dirigindo para a zona Sul. A amiga se
afastou com pressa e ao mesmo tempo ele viu quando ela tirou o celular da bolsa
e colocando no ouvido, por certo ela estava avisando o acontecido. Ele ao mesmo
tempo, ligou do seu celular e a ligação foi para Caixa Postal. Apanhou o ônibus
e voltou para casa, ou melhor, dizendo ficou na espreita da sua chegada. De
madrugada foi aquela confusão que vocês ouviram. Foram tapas, puxão de cabelos
no meio da noite – ele dizia - você não disse que não vinha para casa? Ia
dormir na casa da amiga falsa Valeria? Fale cachorra! Fale sua sem vergonha! Quenga
safada! Vou arrancar-lhe os cabelos! E como está chegando há esta hora aqui?
Vai me apanhar mais, pois “mulher safada” tem que apanhar e muito!
Muitos
dos vizinhos já sabiam o que iria acontecer, porque Orlando comentou a intenção
do Juvenal em apanhar a mulher em flagrante e tinha avisado aos outros colegas
o que poderia acontecer. Por volta das nove horas da noite Juvenal chega à rua
sob o olhar dos amigos. Disse – Nunca desconfiei do comportamento dela! Mas vi
com os meus próprios olhos que um dia a terra vai comer, quando ela entrou em
um carro preto na cidade. Foi um momento angustiante, tentei correr mais já era
tarde. Vou aguardar a sua chegada. E foram bater na Delegacia. E nós não sabemos
o aconteceu, pois, voltaram para casa após a confusão. Mais tarde quem sabe?
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