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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dilma e Lula são um só? Rezem por mim!




Por Zezinho de Caetés

No último dia 30/07/2013, a Dora Kramer publicou um texto, no Estadão, com o título “Costela de Adão”, e que eu transcrevo logo abaixo destas minhas mal traçadas linhas. Nele ela toca em pontos importantes de antes, durante e até depois de hoje.

Primeiro ela fala sobre a dificuldade de expressão de Dilma, em português. Se o problema com nossa presidenta fosse apenas este, nem chegaria a ser um problema, se ela soubesse pelo menos a linguagem dos sinais para se comunicar. E até dizem que ela a usa nas reuniões dos ministérios quando não chama mais os ministros de burros, ela já faz com as mãos os gestos correto para quatro patas.

Nunca na história deste país, mesmo incluindo o Costa e Silva, de quem diziam que usava óculos escuros para não comer a farda, houve um presidente que se expressasse tão mal. O interessante disto é como se justificava sua (da presidenta) popularidade no início de governo. Penso eu, tudo era ainda a influência da figura do Lula sobre sua criatura. Com as manifestações, com o mensalão (em que ninguém acredita que o Lula não sabia), o caso da Rosemary Noronha, do qual ele está fugindo mais do que cubano para Miami, tudo foi para o espaço.

O mais importante do texto da Dora é quando ela disse em recente entrevista que ela e Lula eram uma espécie de mistério da Santíssima Trindade (obrigado amiga Lucinha) com apenas duas pessoas, o que é novo em termos religiosos, mas, em política não chega a ser um despropósito. Isto deixou o “volta Lula” no banho-maria, porque ninguém volta se nunca foi.

Dizem que já estão querendo que ela desdiga a entrevista declarando que não é bem assim e adotando outra versão das que a Dora cita, tentando deixar aberta a possibilidade de que ela não seja o Lula ou vice-versa. Vai ser muito difícil, porque agora os tempos são outros.

E chamo aqui a atenção para o texto abaixo naquilo que talvez seja mais importante do “mistério da santa dualidade” de Lula e Dilma. O que eles vão fazer com o salário mínimo depois de terem tirado do Congresso a prerrogativa de reajustá-lo? Este vai ser o principal imbróglio que o poste terá de enfrentar, depois de ter jogado nas costas dos parlamentares uma tal de Reforma Política, fora de hora, embora necessária. Foi um tiro no pé e difícil de curar, enquanto os médicos forem agora para o interior neste programa maluco do Mercadante.

Tomando o último tópico tocado pela Dora, sobre a propriedade da renúncia do Bento XVI, cedendo lugar ao Papa Francisco, eu pergunto: Por que a Dilma não chama o Temer? Pelo que vi na solenidade de despedida do Papa, pelo menos ele sabe se comportar como um presidente, mesmo abrindo a boca.

Fiquem com a Dora, que eu vou a uma igreja qualquer, não rezar, pois não sou tão chegado, mas, pedir, como o Papa Francisco, que rezem por mim, e por nós brasileiros, e que nos livre da Dilma, amém.

“A clareza na expressão de linguagem não é o forte da presidente Dilma Rousseff. Em suas declarações, verbos, substantivos, adjetivos e advérbios não primam pela harmonia. Nisso é parecida com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, mas com sinal trocado.

Na dificuldade com o manejo das palavras, ele torna simplista o argumento, usa a "quase lógica" que dispensa a coerência, mas parece convincente aos ouvidos do senso comum. A precisa conceituação foi feita pela cientista política Luciana Veiga ainda nos primórdios do governo Lula sobre os espantosos discursos dele.

Já Dilma é tortuosa. Falta-lhe fluência mesmo nos pronunciamentos escritos. No improviso, não raro diz alguma coisa que parece significar outra. Esta, por sua vez, dá margem a uma terceira interpretação e o conjunto nem sempre forma um raciocínio claro.

É o caso da recente afirmação que mereceu destaque na entrevista à Folha de S. Paulo, edição de domingo último, sobre a hipótese de o antecessor disputar a eleição de 2014 no lugar dela.

Disse a presidente: "Eu e o Lula somos indissociáveis. Então esse tipo de coisa, entre nós, não gruda, não cola. Agora, falar volta Lula e tal... Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu".

Não saiu do governo? Não foi aonde? Haveria na declaração da presidente uma confissão de tutela ou terá ela querido apenas sair pela tangente no assunto reeleição que, com seu beneplácito, foi posto à mesa por Lula no início do ano alegadamente para conter o crescimento da palavra de ordem "volta" no PT e adjacências?

Diante da quantidade de sombras de dúvidas que permeiam a resposta, a conclusão ficou ao gosto de cada freguês. Segundo a oposição, Dilma deu sinal de fraqueza, reconheceu que governa teleguiada pelo antecessor. De acordo com a situação, a presidente quis dizer que a nação petista é firme e indissolúvel como uma rocha.

Aqui também cabe uma terceira avaliação sobre o significado das palavras da presidente. Ao repudiar qualquer possibilidade de separação entre orientador e orientanda, Dilma praticamente anula a chance de armação de um plano B do PT para 2014 tendo como candidato o ex-presidente.

Se não foi essa a intenção da presidente ao dizer que os dois são "indissociáveis", deixou patente que Lula não poderá se apresentar em feitio de contraposição a ela, apresentada que foi ao País por ele como uma versão melhorada de sua imagem e semelhança.

Na mesma linha, o ex-presidente outro dia informou: "Dilma não é mais que uma extensão da gente lá". O eleitor haverá de concordar. Para o bem ou para o mal.

Sinuca. Quando mudou a regra de cálculo para o reajuste do salário mínimo a partir de 2012, o governo retirou do Congresso a prerrogativa de debater anualmente o assunto.

O argumento: a norma deveria ser permanente e, o aumento, estabelecido pela combinação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor com a taxa de crescimento da economia dos dois anos anteriores.

Na prática, agora, dois problemas: criou-se uma indexação, perigosa em tempos de inflação escapando da meta, e eliminou-se a possibilidade de divisão de responsabilidade com o Legislativo por reajuste reduzido em decorrência do PIB diminuto.

Emérito. Na celebração geral ao papa Francisco falta o reconhecimento ao antecessor Bento XVI por ter aberto espaço, com sua renúncia, para a pessoa certa no momento certo na condução da Igreja Católica.


Jorge Mario Bergoglio fala de humildade, simplicidade, reencontro da humanidade com valores da espiritualidade em contraposição aos excessos da materialidade. Joseph Ratzinger disse o mesmo com seu gesto de desprendimento.”

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