Por Zezinho de Caetés
No último dia 30/07/2013, a Dora Kramer publicou um texto,
no Estadão, com o título “Costela de
Adão”, e que eu transcrevo logo abaixo destas minhas mal traçadas linhas.
Nele ela toca em pontos importantes de antes, durante e até depois de hoje.
Primeiro ela fala sobre a dificuldade de expressão de Dilma,
em português. Se o problema com nossa presidenta fosse apenas este, nem
chegaria a ser um problema, se ela soubesse pelo menos a linguagem dos sinais
para se comunicar. E até dizem que ela a usa nas reuniões dos ministérios
quando não chama mais os ministros de burros, ela já faz com as mãos os gestos
correto para quatro patas.
Nunca na história deste país, mesmo incluindo o Costa e
Silva, de quem diziam que usava óculos escuros para não comer a farda, houve um
presidente que se expressasse tão mal. O interessante disto é como se
justificava sua (da presidenta) popularidade no início de governo. Penso eu,
tudo era ainda a influência da figura do Lula sobre sua criatura. Com as
manifestações, com o mensalão (em que ninguém acredita que o Lula não sabia), o
caso da Rosemary Noronha, do qual ele está fugindo mais do que cubano para
Miami, tudo foi para o espaço.
O mais importante do texto da Dora é quando ela disse em
recente entrevista que ela e Lula eram uma espécie de mistério da Santíssima
Trindade (obrigado amiga Lucinha) com apenas duas pessoas, o que é novo em
termos religiosos, mas, em política não chega a ser um despropósito. Isto
deixou o “volta Lula” no banho-maria,
porque ninguém volta se nunca foi.
Dizem que já estão querendo que ela desdiga a entrevista
declarando que não é bem assim e adotando outra versão das que a Dora cita,
tentando deixar aberta a possibilidade de que ela não seja o Lula ou
vice-versa. Vai ser muito difícil, porque agora os tempos são outros.
E chamo aqui a atenção para o texto abaixo naquilo que
talvez seja mais importante do “mistério
da santa dualidade” de Lula e Dilma. O que eles vão fazer com o salário
mínimo depois de terem tirado do Congresso a prerrogativa de reajustá-lo? Este
vai ser o principal imbróglio que o poste terá de enfrentar, depois de ter
jogado nas costas dos parlamentares uma tal de Reforma Política, fora de hora,
embora necessária. Foi um tiro no pé e difícil de curar, enquanto os médicos
forem agora para o interior neste programa maluco do Mercadante.
Tomando o último tópico tocado pela Dora, sobre a
propriedade da renúncia do Bento XVI, cedendo lugar ao Papa Francisco, eu
pergunto: Por que a Dilma não chama o Temer? Pelo que vi na solenidade de
despedida do Papa, pelo menos ele sabe se comportar como um presidente, mesmo
abrindo a boca.
Fiquem com a Dora, que eu vou a uma igreja qualquer, não
rezar, pois não sou tão chegado, mas, pedir, como o Papa Francisco, que rezem
por mim, e por nós brasileiros, e que nos livre da Dilma, amém.
“A clareza na expressão de linguagem não é o forte da presidente Dilma
Rousseff. Em suas declarações, verbos, substantivos, adjetivos e advérbios não
primam pela harmonia. Nisso é parecida com o ex-presidente Luiz Inácio da
Silva, mas com sinal trocado.
Na dificuldade com o manejo das palavras, ele torna simplista o
argumento, usa a "quase lógica" que dispensa a coerência, mas parece
convincente aos ouvidos do senso comum. A precisa conceituação foi feita pela
cientista política Luciana Veiga ainda nos primórdios do governo Lula sobre os
espantosos discursos dele.
Já Dilma é tortuosa. Falta-lhe fluência mesmo nos pronunciamentos
escritos. No improviso, não raro diz alguma coisa que parece significar outra.
Esta, por sua vez, dá margem a uma terceira interpretação e o conjunto nem
sempre forma um raciocínio claro.
É o caso da recente afirmação que mereceu destaque na entrevista à
Folha de S. Paulo, edição de domingo último, sobre a hipótese de o antecessor
disputar a eleição de 2014 no lugar dela.
Disse a presidente: "Eu e o Lula somos indissociáveis. Então esse
tipo de coisa, entre nós, não gruda, não cola. Agora, falar volta Lula e tal...
Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu".
Não saiu do governo? Não foi aonde? Haveria na declaração da presidente
uma confissão de tutela ou terá ela querido apenas sair pela tangente no
assunto reeleição que, com seu beneplácito, foi posto à mesa por Lula no início
do ano alegadamente para conter o crescimento da palavra de ordem
"volta" no PT e adjacências?
Diante da quantidade de sombras de dúvidas que permeiam a resposta, a
conclusão ficou ao gosto de cada freguês. Segundo a oposição, Dilma deu sinal
de fraqueza, reconheceu que governa teleguiada pelo antecessor. De acordo com a
situação, a presidente quis dizer que a nação petista é firme e indissolúvel
como uma rocha.
Aqui também cabe uma terceira avaliação sobre o significado das
palavras da presidente. Ao repudiar qualquer possibilidade de separação entre
orientador e orientanda, Dilma praticamente anula a chance de armação de um
plano B do PT para 2014 tendo como candidato o ex-presidente.
Se não foi essa a intenção da presidente ao dizer que os dois são
"indissociáveis", deixou patente que Lula não poderá se apresentar em
feitio de contraposição a ela, apresentada que foi ao País por ele como uma
versão melhorada de sua imagem e semelhança.
Na mesma linha, o ex-presidente outro dia informou: "Dilma não é
mais que uma extensão da gente lá". O eleitor haverá de concordar. Para o
bem ou para o mal.
Sinuca. Quando mudou a regra de cálculo para o reajuste
do salário mínimo a partir de 2012, o governo retirou do Congresso a
prerrogativa de debater anualmente o assunto.
O argumento: a norma deveria ser permanente e, o aumento, estabelecido
pela combinação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor com a taxa de
crescimento da economia dos dois anos anteriores.
Na prática, agora, dois problemas: criou-se uma indexação, perigosa em
tempos de inflação escapando da meta, e eliminou-se a possibilidade de divisão
de responsabilidade com o Legislativo por reajuste reduzido em decorrência do
PIB diminuto.
Emérito. Na celebração geral ao papa Francisco
falta o reconhecimento ao antecessor Bento XVI por ter aberto espaço, com sua
renúncia, para a pessoa certa no momento certo na condução da Igreja Católica.
Jorge Mario Bergoglio fala de humildade, simplicidade, reencontro da
humanidade com valores da espiritualidade em contraposição aos excessos da
materialidade. Joseph Ratzinger disse o mesmo com seu gesto de desprendimento.”
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