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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Os partidos políticos no Brasil e suas ideologias




Por Zezinho de Caetés

Hoje, no Brasil, todos são de esquerda, pelo menos se julgarmos a partir dos partidos políticos. Em se tratando de pessoas, só os menos cuidadosos, como eu, dizem que são de direita. Eu me sinto como o Collor em 1992: um homem só. E talvez, porque não havia encontrado o nome certo para minha ideologia política.

Hoje, depois que li o texto do Sandro Vaia (publicado no Blog do Nobla em 16/08/2013 como título de “Democracia: Por onde começa”) que transcrevo abaixo, agora direi, mais propriamente que sou um “liberal conservador”, mesmo que dispense o corte inglês.

O que vem a ser isto? Resumidamente é muito simples. Sou a favor do sistema capitalista, com os freios normais onde ele não pode gerar a eficiência econômica adequada. Por exemplo, não sou a favor de privatizar o STF de maneira formal, embora saiba que, pela experiência que estou vendo no julgamento do mensalão, ele já quase está privatizado pela sanha dos advogados e dos juízes chicaneiros.

Os freios que devem existir para conter os monopólios e oligopólios que só prejudicam o consumidor, através de agências reguladores fortes e independentes dos governos, não podem, também, de existir, no sistema capitalista que prezo.

O respeito ao meio ambiente gerado pela fatalidade de termos explorado mal nossos recursos naturais, embora, sem muitos exageros como querer que nossos rios só sirvam para índio pescar é outro ponto importante nele. E nem vou dar exemplo para não me alongar e nem me meter na questão da produtividade no campo, porque hoje o agronegócio é tão importante para o Brasil, que ninguém é capaz de tentar fazer reforma agrária, sem parecer ridículo.

Sou a favor que as pessoas recebam pelo que elas produzem, e pela proteção daqueles que não podem produzir de uma forma digna. Isto inclui crianças e incapazes. Os velhos, como eu, que já não produzem e foram imprudentes naquilo que ganharam devem receber algo, embora, não de um tanto que desestimule aqueles que estão em idade produtiva de poupar para velhice.

Isto tudo envolve o problema da desigualdade em termos de renda, que ninguém em sã consciência pode defender. O que defendo é a igualdade das oportunidades. E nisto a educação e a informação são fundamentais. O coletivo não pode ser responsável pela irresponsabilidade de alguns em não aproveitarem as oportunidades que lhes foram dadas. É apenas um papel do coletivo viabilizar estas oportunidades. E não me venham culpar a História por isto, porque temos que fazer a História ser melhor no futuro.

Uma coisa, para mim é certa, e por isso não sou petista, e acho que a ideologia política deste partido pode levar o país a miséria, é gerar expectativas de que a igualdade é possível para apenas se manter no poder político, deixando de lado a economia e os recursos escassos que são necessários para que exista esta igualdade. Sem um crescimento da produtividade que só os sistema capitalistas foram capazes de produzir, qualquer tentativa de “igualizar” as pessoas só pode ser feita por baixo, isto é, tornando todos pobres, o que será o futuro do nosso país, se o PT continuar reinando.

E, com estas ideias, eu concordo plenamente com o Sandro Vaia de que não há partido no Brasil que me represente. Urge o aparecimento de um partido liberal, ou conservador, como queiram, para canalizar os votos de pessoas como eu, que lutaram muito para sobreviver, às suas custas, e que hoje não tem para onde ir. Ficam em dúvida entre os partidos de esquerda e o voto em branco. Eu prefiro votar em branco do que me deitar na rede com Marina, ir atrás do caixote do neto de Arraes com chapéu de palha na cabeça, ou mesmo seguir o bom moço Aécio.

Enquanto não aparece um partido ou mesmo alguém com o meu perfil, eu fico criticando o PT, o que já virou o esporte nacional. Aproveitem para tirar suas dúvidas com o texto do jornalista, que, por hoje, já cansei, e vou assistir ao julgamento do mensalão, para ver qual o próximo palavrão a ser aplicado ao Lewandowski.

“O governo e os políticos entenderam mal . O que o povo pediu nas ruas não foi uma reforma política, mas uma reforma na política.

A observação, tão simples quanto sagaz, é de um tuiteiro.

Por isso, as sugestões de uma Constituinte exclusiva ou de um plebiscito sobre reforma foram desprezadas ou simplesmente ignoradas até pelos próprios aliados do governo.

A panaceia tem um vício de origem: não é isso o que o povo está querendo. O que o povo está querendo também é indefinível , volátil e subjetivo, mas envolve ética, eficiência, fim dos privilégios, fim da malversação dos recursos públicos - o óbvio,enfim.

Os partidos políticos, incluindo o mais organizado e o mais popular deles - o PT - não chegam, juntos, a somar 50% de aprovação popular.

No Brasil, não existe sequer o espectro tradicional da representação de princípios que constitui o perfil tradicional dos partidos das democracias maduras do Ocidente, e que Norberto Bobbio, em seu clássico trabalho, Esquerda & Direita (editor UNESP), definiu e classificou assim:

a) na extrema-esquerda estão os movimentos simultaneamente igualitários e autoritários, a exemplo do jacobinismo;

b) no centro-esquerda, doutrinas e movimentos simultaneamente igualitários e libertários (o que ele chama de “socialismo liberal”), a exemplo dos partidos social-democratas;

c) no centro-direita, doutrinas e movimentos simultaneamente libertários e inigualitários, a exemplo dos partidos conservadores, “que se distinguem das direitas reacionárias por sua fidelidade ao método democrático”; e

d) na extrema-direita, doutrinas e movimentos antiliberais e antiigualitários, a exemplo do nazi-fascismo.

Aqui estamos ainda nos aspectos primitivos desse debate elementar: um partido social-democrata como o PSDB é definido na discussão ideológica pedestre que as redes sociais amplificam como “de direita” e “fascista”. O PT, um partido de prática social democrática, é confundido com um partido revolucionário, ainda que algumas de suas facções militantes se considerem, com um certo orgulho, como tal.

O fato é que essa radicalização provocada pela pura ignorância política e possivelmente pelas sequelas dos 20 anos de ditadura militar, que interditaram a existência de um partido forte e consistente do que Bobbio definia como “centro-direita”, provocaram um estranho fenômeno que consiste no seguinte: provavelmente o conjunto do pensamento majoritário da sociedade brasileira- que é uma espécie de liberalismo conservador (de corte inglês) não tem representação no Brasil.

Todos os partidos aqui são de esquerda, ou querem ser, ou imitam, ou fingem que são, porque têm medo de defender publicamente opiniões contrárias. O único que pretendia isso- o DEM - cometeu hara-kiri publico moral ou conceitual e dissolveu-se politicamente.


Começa por aí: sem partidos consistentes não há representatividade e sem representatividade não há democracia.”

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