Por Zezinho de Caetés
É, realmente, está muito difícil. O Brasil empatar com a
África do Sul indica que, apesar dos esforços das mulheres, os homens continuam
pernas-de-pau no futebol. E mais difícil ainda, está para a ex-presidenta Dilma
e, por tabela, para o PT.
Quem viu ontem, como eu, a última sessão da Comissão de
Impeachment deve ter concluido, como previ: a Dilma já era. Nem a renovação da
escalação do Quinteto Abilolado com a entrada da Katia Abreu, a mulher que
grita, e nem os decibéis expelidos pela boca do Lindberg Farias, foram
suficientes para ganhar um só voto. O quinteto continua quinteto.
E, como detalha bem o Ricardo Noblat no texto de hoje,
abaixo transcrito do seu Blog (“PT dá
tchau a Dilma!”), o Partido (outrora) dos Trabalhadores, que já havia
desistido de pegar na alça do caixão ex-presidenta renitenta, agora quer fugir
até do enterro da indigitada.
Também pudera, a proposta de convocar eleições se ela voltasse
do túmulo, só pode ter sido incentivada pelo Mercadante, que se encontra “fazendo ouvido de mercador”, para a Lava
Jato não perceber que ele, o Delcídio e o Lula estão na mesma parada de tentativa
de obstrução da Justiça.
E, neste ponto, o presidente do PT está correto no que fala
na citação lá embaixo. É uma ideia de jerico e jericas, como foram muitas da ex-presidenta e seus assessores.
Aliás, quem tem assessores políticos como o Lindberg e o JECa, não precisa mais
de armas para um suicídio assistido, como á a proposta de convocar eleições.
Não deu outra. Ontem, pelo elástico (desculpem o chavão) placar
de 14 x 5, saiu o féretro político da ex-presidenta, que agora será velada no
Senado, até o final de agosto, quando será cremada pelo restante dos
parlamentares. E soubemos que o cadáver já estava tão mal cheiroso que até o
Lewandowisky concordou em antecipar o enterro definitivo, e ela própria, através
do Pai de Santo Renan, disse que queria acabar com a aquela agonia e ser
enterrada logo.
Então, mais uma vez, o mês de agosto entrará para a História
brasileira, e com mais uma morte, no caso, política. Ao contrário de Getúlio,
que pelas suas próprias mãos, saiu da vida para entrar na história, a Dilma
está saindo da história para cair na vida. Também ao contrário de Jânio, ela não
renunciou, foi renunciada.
E, venhamos e convenhamos, juntando os milhões que não
votaram nela com os arrependidos que votaram, o Brasil só será alegria neste mês,
que era do desgosto, e passará a ser do gosto, se, durante o cortejo para Porto
Alegre, o Neymar voltar a jogar bem e o Brasil ganhar o ouro nas Olimpíadas.
Agora fiquem com o Noblat que eu irei me engajar, como
tantos outros brasileiros, em torcer para que o Brasil faça melhor com os
atletas do que os organizadores fizeram com os nossos Jogos Olímpicos. E
somente, pela inspiração momentânea, repito o Senador Magno Malta, ontem na
Comissão de Impeachment, citando a música cantada pela Roberta Miranda, agora
mais conhecido como “O melô de Dilma”
(*):
Vá com Deus! Vá com
Deus!....
“Por mais que oficialmente ele negasse, sabia-se que o PT havia
abandonado a presidente Dilma Rousseff desde que se convencera da
impossibilidade da volta dela.
Foi na segunda quinzena de abril último quando a Câmara dos Deputados
aprovou a instauração do processo de impeachment.
De lá para cá, o PT se convenceu também da inconveniência de um
eventual retorno. Melhor para o partido e para Lula desligarem-se rapidamente
da herança maldita de Dilma, e dela por tabela, passando à oposição ao governo
Michel Temer, e dedicando-se a colher aqui e ali as vitórias possíveis nas
eleições de outubro.
Mas faltava emitir um sinal forte de que para o partido, Dilma já era.
Não falta mais. Após reunião, ontem, da Executiva Nacional do PT, Rui Falcão,
seu presidente, afirmou que não vê viabilidade alguma na proposta de um
plebiscito sobre novas eleições que Dilma defenderá em carta a ser enviada por
ela aos senadores.
Falcão demoliu a proposta com um pronunciamento curto e direto:
- Em primeiro lugar, a presidente tem que pedir autorização para
realizar plebiscito. Em segundo, para antecipar eleição, teria que saber se é
clausula pétrea (da Constituição) ou não. O Supremo tem que se pronunciar sobre
isso. Caso não seja clausula pétrea, precisa de emenda constitucional, que
requer duas votações na Câmara e no Senado com dois terços aprovando isso. Em
terceiro, caso aprove a antecipação, a eleição só poderia se realizar logo após
essa decisão. O que significaria que as novas eleições se realizariam em 2018,
na melhor das hipóteses. Não vejo nenhuma viabilidade para esse tipo de
proposta.
A ideia de plebiscito para antecipar a eleição presidencial de 2018
esbarraria em outro obstáculo que Falcão esqueceu: o desejo de mais de dois
terços dos brasileiros de ver Dilma pelas costas, já. Se os senadores aderissem
à proposta dela, Dilma reassumiria o cargo e nele ficaria até a eleição do seu
sucessor. Quem quer isso? Nem o PT.
Dilma jamais foi PT, que por sua vez nunca se sentiu confortável ao
lado dela. Lula a escolheu porque detesta quem possa lhe fazer sombra.
Imaginava voltar à presidência da República em 2014. Dilma não lhe fez sombra,
mas não abriu mão de concorrer à reeleição. Ganhou. Para começar a perder no
dia seguinte.”
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(*) Nota da AGD: Adicionamos, abaixo, o som da bela música cantada
pela Roberta Miranda citada pelo Zezinho. Devemos avisar que ele não faz parte
do texto do nobre colaborador.
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