Por Zé Carlos
E lá vou eu outra vez, fuçar a semana que passou para
retirar dela o suprassumo do humor, meta a que me proponho a dobrá-la a cada
semana, já que o país me permite. E para não variar e ajudar minha já
incipiente memória, começo do seu final, mostrando o que publicou uma revista
semanal. Veja bem, o STF, talvez com inveja de outras instituições que
frequentam esta coluna hebdomadariamente, parece querer entrar nela também. O
Dias Toffoli, sim aquele ministro que era funcionário do PT e foi promovido
pelo Lula para o STF, foi delatado premiadamente por um dirigente de uma
empreiteira, de ter usado seus serviços de forma pouco republicana. O ministro,
usando de humor escrachado disse que conhecia o empreiteiro mas nunca pediu
favor a ele. Aparentemente, não há humor nenhum envolvido na angelical relação.
Entretanto, quando pensamos que foi o mesmo empreiteiro que reformou os imóveis
e sítios do Lula, que não são do Lula, não há como não cair na gargalhada.
Então, até que enfim a justiça começa a vir para a coluna.
E agora voltemos para o início da semana, onde produzimos
muito humor, que pode até ser chamado de humor olímpico. Imaginem qual a melhor
desculpa, em pleno Rio de Janeiro, para alguém que chegou em casa tarde, vindo
da esbórnia, e tem que explicar por que estava com a carteira vazia. Para quem
morou lá, como eu, não há outra a alternativa viável a não ser dizer que foi
assaltado. E se disser que foi com um revólver na cabeça, o frisson será ainda
maior. Pois isto foi o que aconteceu com 4 nadadores americanos. Criaram uma
mentira maior do que as da nossa musa, a Dilma, na campanha eleitoral, e o
mundo riu de nós. Mas, como dizem, ri melhor quem ri por último, descobriram a
mentira dos cabras-sarados, e o mundo riu outra vez. Só que agora foram os
brasileiros e cariocas que riram por último. Claro, eu sei, que isto não diz
que o Rio de Janeiro tornou-se uma cidade da harmonia e da paz por causa dos
Jogos Olímpicos. Mas, pelo menos não incluímos mais cocô nos nossos jogos com
esta estória maluca. Chega as águas verdes nas piscinas que tantos estranharam,
mas, era apenas uma homenagem à bandeira nacional.
Mas, nem de filas, águas verdes, falta de comida e
americanos mentirosos viveram as Olimpíadas do Rio. No sábado eu voltei a 2014,
quando fiquei chorando o 7 x 1 contra a Alemanha que tanto nos envergonhou,
porém, com o sinal trocado, e fui à janela gritar feito um maluco: “É ouro, é ouro, é ouro...”. Até que
enfim, mesmo que ainda tenha ficado
devendo 6 gols, a seleção brasileira nos tirou da vergonha, e, espero que daqui
para frente tome vergonha. Mesmo se tivesse havido mais problemas, só em ver o
Neymar chorar de alegria, já valeram os Jogos. Além disto, tivemos a festa de encerramento, que, para mim, foi o melhor momento da festa. Afinal de contas ouvir música de Luiz Gonzaga e ver os bonecos do Mestre Vitalino, realmente, não tem preço. Voltei ao Alto do Moura lá em Caruaru. Só faltou o Pedro de Lara atravessando aquele espaço com seu tradicional ramo de flores, e o Basto Peroba tocando sua sanfona para festa ficar completa.
Andando para trás e morrendo atropelado como os caranguejos
da Baía da Guanabara, volto para o início da semana, e finzinho da outra, onde,
no domingo o Usain Bolt deixou mais uma vez sua marca de velocidade nos jogos.
Refiro-me a isto, não só pelo gesto do raio que ele faz a cada vitória, e que
as pessoas pensam ser um gesto inocente. É claro que não é. O que ele quer
dizer é que a vida sem humor, passa como um raio, pois todos envelhecemos mais
depressa. Volto também à semana antepassada porque, devido a problemas
particulares, escrevi sobre ela apenas até sexta-feira e devo dizer que a Dilma
não renunciou nem no sábado, nem no domingo e nem o Lula foi preso. Portanto
não houve nada de especial no que se perdeu.
E por falar em Dilma, nossa musa, que, se Deus quiser,
estará conosco aqui na coluna, em tempo integral e dedicação exclusiva, para
deleite dos nossos parcos leitores, resolveu escrever cartas. E pela sua verve
humorística a carta só poderia ser de humor, como foi comprovada em sua leitura
para jornalistas lá no Palácio da Alvorada cercada de emas para todos os lados.
Dizem que, enquanto ela lia, os presentes riam tanto, que ela, sempre
compassiva, vendo que eles não estavam em condições de fazer perguntas e
continuar o show, foi embora logo depois do ponto final. Então como não
compartilhar estes momentos com nossos leitores? Vamos à carta, ou pelo menos
aos seus trechos mais hilariantes, correndo o risco de morte risonha entre
aqueles que lerem a todos. Por isso, explico a cada passo para mostrar que tudo
não passa do humor explícito de nossa musa.
“AO SENADO FEDERAL E
AO POVO BRASILEIRO
Brasília, 16 de agosto
de 2016
Dirijo-me à população
brasileira e às senhoras senadoras e aos senhores senadores para manifestar
mais uma vez meu compromisso com a democracia e com as medidas necessárias à
superação do impasse político que tantos prejuízos já causou ao país.”
Vejam, queridos leitores e queridas leitoras, o senso de
humor de nossa musa. Quando se esperava após este início, que ela dissesse: “Como é para o bem do povo e felicidade geral
da nação, diga ao povo que vou prá Porto Alegre”, ela engata:
“Meu retorno à Presidência,
por decisão do Senado Federal, significará a afirmação do Estado Democrático de
Direito e poderá contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e
promissora realidade política.”
Pode? Vocês queriam o que? Que os espectadores parassem de
rir? Claro que não. Foi riso do começo ao fim. Veja o que ela diz logo em
seguida, sem deixar nem os presentes se recomporem:
“Minha
responsabilidade é grande. Na jornada para me defender do impeachment me
aproximei mais do povo, tive oportunidade de ouvir seu reconhecimento, de
receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao meu governo, a erros que
foram cometidos e a medidas e políticas que não foram adotadas. Acolho essas
críticas com humildade e determinação para que possamos construir um novo caminho.”
Ora, ora, como acreditar no arrependimento da Dilma e em sua
humildade, no reconhecimento dos seus erros, se durante quase uma década ela
quase que nos mata de rir? E, se há algum leitor que continue vivo, vejam esta:
“Precisamos fortalecer
a democracia em nosso país e, para isto, será necessário que o Senado encerre o
processo de impeachment em curso, reconhecendo, diante das provas irrefutáveis,
que não houve crime de responsabilidade. Que eu sou inocente.”
Tenho que parar por aqui, por ter certeza de quem estava nos
lendo já está no hospital com embolia hilariante. Dilma inocente, é demais para
os nossos ouvidos. O correto, segundo uma senadora do Amazonas é “inocenta”. Inocente somos nós que ainda
rimos das piadas dela e as colocamos aqui fazendo maldade com nossos leitores. No
entanto, minha crueldade é tanta que não consigo parar por aqui e coloco mais
esta piada, que apesar de antiga, agora vem revestida com outros elementos:
“Por isso, afirmamos
que, se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um
golpe de Estado.”
Ou seja, a Dilma está dentro do Palácio da Alvorada, à tripa
forra, como se dizia lá em Bom Conselho e diz que pode sofrer um golpe de
Estado. É embasbacante! Pois meu senhores e senhores, imaginem o que não
teremos para comentar, na desta semana, a outra, quando já se sabe que ela vai
apresentar seu grande show na sessão do Senado que a julgará se cometeu ou não
crime de responsabilidade. Nem precisaria, todavia, para divertir mais a
plateia vejam o que ela disse em seguida:
“Estou convencida da
necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o
objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições,
bem como sobre a reforma política e eleitoral.”
Todos são contra o plebiscito, desde o Papa Francisco até o
Rui Falcão que é presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), partido este que
deveria mudar de nome para Partido dos Humoristas (PH), já que conta também com
o Lula, nosso grande colaborador, porque não sabem que tudo faz parte do humor
ferino da Dilma. O plebiscito, na hora H, seria para saber se ela deve ou não
continuar andando por este país, fazendo shows em todas as cidades. Eu votarei
sim! E, para não matar de vez os leitores, vou ao final do discurso dela,
momento onde todos já estavam desmaiados, quando ela disse, com aquela seu ar
jocoso:
“A democracia há de
vencer.”
Eu só complearia: “E o
riso também!”.
Mas, como nem só de pão deve viver o homem, mas, sim, também
de todo humor que sai da boca dos políticos, eu continuo minha missão semanal,
embora seja difícil deixar a Dilma de lado. Soube só ontem que descobriram ser
a Odebrecht a maior eleitora do PT em todos os tempos, fazendo doações
propineiras que chegam a mais de R$ 100.000.000,00. É, realmente o PH ácido
predominou durante todo o reinado do Guido Mantega como ministro da Fazenda, dizem
os delatores premiados ligados à empresa. Então, chega desta conversa de que a
Dilma é o Lula são culpados. O culpado é Mantega! Não resisto e rio igual faço
nas redes sociais: kkkkkkkkk....
E, talvez, para o humor, o que mais importou na semana que
passou, foi o começo da campanha para eleições municipais. E a principal fonte
de humor é como os candidatos se virarão em arranjar dinheiro para gastar nas
campanhas, já que o rio das empresas secou. Então já se sabe que a criatividade
será o melhor remédio para enfrentar a escassez de fundos. Quanto a isto, até
agora eu não sei quem são os candidatos aqui no Recife, onde voto, nem em Bom
Conselho, onde gostaria de votar. Só sei que lá na terra de Papacaça o número
de candidatos já passou de 20 para 2. Quanto ao número de candidatos a
vereadores eu nem imagino. Não sei nem se o vereador que me processou, vai usar
a verba que pede, por alguém ter escrito sobre ele neste blog, pois até agora a
justiça ainda não foi feita, para o bem ou para o mal. O fato humorístico nisto
é que ele deve usar às rádios para defender a liberdade de expressão. Ainda bem
que a justiça é lenta.
Já que estamos falando de eleições municipais, quem aparece,
de chofre, é o nosso colaborador, o Lula. Ele quer que o PT lance candidatos em
todos os quadrantes, sem saber que este partido não tem mais ninguém que queira
ser candidato por ele. E o grande show de Lula é correr atrás do Fernando
Haddad para que ele aceite seu apoio e o atual prefeito de São Paulo correndo
dele. Não sei se o João Paulo, aqui no Recife, corre também. Seria de morrer de
pena se não fosse o potencial humorístico do Lula, que agora, tem como tarefa
principal dizer que, além de não possuir nada de material, não possui nenhum
pecado venial, e que é tudo invenção do sisudo Sérgio Moro. Ele já apelou para
a justiça de São Paulo, para o STF, para a OEA e para a ONU, para ver se não
vai contar piadas em Curitiba fazendo dupla com o Zé Dirceu (imaginem o sucesso
da dupla Lula Jararaca e Dirceu Ratinho!). Agora só falta mesmo apelar para São
Pedro ou mesmo para São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. E já que ainda
estamos em clima de olimpíada, não há como concluir que o Lula só se livrará
desta no salto com vara, e pulando
mais do que nosso atleta que pegou a medalha de ouro, ou senão, dando um duplo
twist carpado, no solo.
E o Temer? Este já está tranquilo e calmo que deixará a
interinidade na próxima semana, quando a Dilma já estiver fazendo seus shows lá
em Porto Alegre. Parafraseando o senador Humberto Costa: “Dilma é guerreira e não tem nada a Temer!”. Portanto, Temer vai
tentar fazer com que ela tema alguma coisa, deixando de ir ao encerramento das
Olimpíadas com medo das vais, igual ao que fez nossa musa na abertura. Delegou
as vaiais a Rodrigo Maia, novo presidente da Câmara. E depois vai fazer umas
viagens para dizer ao mundo que “habemus
presidente”. Eu sei que o marido da Marcela vai ser um colaborador natural
desta coluna, tanto pelo seu cargo quanto por sua predileção pelo humor erudito,
recheado de mesóclises. Aguardá-lo-ei, ansiosamente!
Enfim, foi uma semana verdadeiramente olímpica, e com aqui o
humor abunda, recebi, pelas redes sociais, hoje sem as culpadas de tudo, uma
mensagem dizendo que nunca se viu um povo com a criatividade do brasileiro, e
eu terminei rindo, já pedindo desculpas aos baianos, aos novos e aos velhos,
mas, tive que colocar a imagem acima, na qual o Cristo Redentor aparece
submergindo a um tempestade apocalíptica, no Rio de Janeiro, e trazendo a frase,
loga acima da foto do baiano Isaquias Queiroz (a quem a coluna parabeniza pelo
feito de ter ganho 3 medalhas canoando pela Lagoa Rodrigo de Freitas):
“A certeza de que o
fim do mundo está próximo vem quando um baiano ganha três medalhas olímpicas em
provas de velocidade!”
Eu, apesar de rir muito, fiquei pensando na calamidade que
se abateria sobre o Brasil se a Dilma voltasse à presidência, e, assim sendo
não poderia vir se dedicar a esta coluna semanal. Seria realmente o caos para
o humorismo nacional e internacional, mesmo que ela voltasse de
canoa, pelo Lago Paranoá. E já que a nossa musa é um assunto inesgotável, em termos de humor, ela decidiu, na semana que passou, ir, pessoalmente, fazer sua defesa junto aos senadores. Pasmem, li na mídia que no roteiro do show, ela até chorará, fazendo o Brasil morrer de rir. Será imperdível!
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