Por Zezinho de Caetés
Neste quase início de semana (o início mesmo o Zé Carlos
fica com ele), fiquei procurando um texto para fazer o que mais gosta
atualmente: Nariz de Cera, que alguns
definem como um parágrafo introdutório
que retarda a entrada no assunto específico do texto e que é sinal de prolixidade,
e eu o defino como a necessidade absoluta de introduzir coisas importantes, e
que gostaríamos de tê-las escrito.
Tudo isto para dizer que não encontrei um bom texto hoje na
mídia e recorri a um que li semana passada, da Mary Zaidan, publicada no Blog
do Noblat, com o título de “Lula culpa o
Brasil”, que, como sempre, abaixo o transcrevo.
Motivo da escolha: Lula era
meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo! E semana passada mexi com ele quando
explorei aqui a besteira que ele fez ao recorrer à ONU, para se livrar do Sérgio
Moro. O efeito foi imediato. Foi pego por outro juiz, o Ricardo Leite, de
Brasília. Agora, como se dizia lá em nosso interior: “Nem o mel, nem a cabaça!”, ou seja, não conseguiu se livrar do
Moro, e se afogou no Leite.
Se conheço bem a peça, acho que ele vai fazer de tudo para
se safar da cadeia. E não estou pensando aqui em asilo político, suicídio a la Vargas, etc. Estou pensando no
Brizola que já dizia: “Lula, para chegar
ao poder, pisa até no pescoço da mãe”. Agora, o que ele faria para não ser
preso? Dona Lindu, é apenas um parque no Recife, então...
Certas, horas, quando penso no meu conterrâneo, eu chego a
ter saudades do Enéias, lembram? (Vejam lá em baixo um vídeo com ele, que pode
ser chamado de “Rabo de Cera”). Não
que concorde inteiramente com ele, mas, há que se ter algum preparo formal para
ser presidente. E olhem, que não estou dizendo títulos e outras coisas que
podem ajudar mas não definem um bom presidente. Basta ver a ex-presidenta que
diz ter tantos doutorados quantos o Lula agora os tem, pelo menos, “honoris causa”, e foi o que foi.
Chega dá pena! Mas, o Lula vai continuar pisando na bola, e
se deixarem, ele faz até gol contra o Brasil, para se livrar do Moro 2, como
diz o esquecido Zé Carlos. E o pior é que se prever que venham por aí o Moro 2,
4, 5....
Fiquem com a Mary, que eu vou guardar as bandeiras que usei
nas manifestações de domingo. Quem sabe precisaremos delas outra vez?
“Fingir que não é com ele, mentir para livrar a sua cara e a sua pele
são traços impressos na personalidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Sempre foi assim. Desde os palanques de São Bernardo do Campo -- quando
recitava palavras de ordem óbvias diante da massa e de uma ditadura que lhe era
dócil --, até à quase inacreditável petição contra o Estado brasileiro que
impetrou, na quinta-feira, junto à Comissão de Direitos Humanos da ONU. Uma
alma narcisa que só pensa em si. Que xinga e elogia, soca e abraça por
conveniência e só age na primeira pessoa.
O mesmo Lula que em 1993 escorraçou a Câmara dos Deputados afirmando
que ela abrigava “300 picaretas” dedicou loas à Casa, 10 anos depois, ao
receber a Suprema Distinção Legislativa: “não existe nada mais nobre que um
mandato parlamentar”.
Pouco despois de se eleger em 2002, desfilou de braços dados com José
Sarney, a quem já acusara de ser “grileiro”. Adulou Renan Calheiros para ficar
em pé durante o processo do mensalão; bajulou Paulo Maluf – que já fora o mal
em si – para eleger Fernando Haddad, o prefeito mais impopular que São Paulo já
teve.
Algumas lembranças do Lula de ocasião fazem arrepiar até a esquerda
cativa que ainda hoje o aplaude. Collor de Mello que o diga. A entrevista ao
Bom Dia Brasil, na TV Globo, pouco antes de ser eleito presidente da República
pela primeira vez, é simbólica. Ali, elogiou, em alto e bom som, os governos de
Garrastazu Médici e Ernesto Geisel, que “pensavam o Brasil estrategicamente”. E
discordou de bate-pronto da afirmativa do entrevistador sobre as altas taxas de
inflação que os generais deixaram como herança. “Não é verdade”, assegurou.
Depois de vencer a eleição, Lula soltou ainda mais a verve. Fez do hoje
condenado e preso José Dirceu o “capitão do time”, para depois puxar-lhe o
tapete. Foi a público, em cadeia de rádio e TV, pedir desculpas pela traição
dos seus no escândalo do mensalão, ocorrência que, meses depois, passou a negar
peremptoriamente.
Quando se vê sem alternativas, escolhe a categoria de vítima, posando
como perseguido da mídia e da elite. A mesma elite que lhe prestou favores
pessoais e garantiu os bilhões para custear o sonho da hegemonia petista. Tudo
à custa de generosas propinas nos negócios públicos.
Ainda que um pouco chamuscado, livrou-se do mensalão. E, se já podia
tudo, Lula acreditou no infinito. Inventou Dilma Rousseff, enfiou-a goela
abaixo do PT e dos aliados, provocando uma indigestão que nem todos os bilhões
desviados de obras públicas, dos fundos de pensão e do sabe-se lá mais onde,
foram suficientes para curar.
Vieram a Lava-Jato, o processo de impeachment de Dilma, a incerteza, o
medo da cadeia.
O Lula que agora recorre à ONU não é mais o mesmo. Está fragilíssimo.
Por ironia da história, virou réu em Brasília – não em Curitiba --
quase que simultaneamente à sua tentativa de estender ao mundo a sua versão de
mártir.
Mas suas bravatas já não ecoam. O processo que tenta impor em Genebra é
um amontoado de mentiras. O cerne da peça -- o juiz Sérgio Moro age
arbitrariamente para forçar delações de prisioneiros e não há tribunais para
rever as sentenças – desintegrou-se em uma simples nota da Associação dos Juízes
Federais do Brasil (Ajufe): “O sistema processual brasileiro garante três
instâncias recursais e, até o momento, menos de 4% das decisões do juiz Sérgio
Moro foram reformadas”. E a tentativa de dizer que as acusações que pairam
sobre si não passam de uma ação articulada de forças conservadoras para impedir
a sua candidatura em 2018 beira o ridículo.
O Lula que agora recorre à ONU, seja para criar um fato novo em
pré-impeachment ou facilitar uma eventual solicitação de asilo político no
futuro, se mostra miúdo, debilitado, anêmico.
Ao acusar a Polícia Federal, a mesma que ele tanto elogiava durante o
seu governo, e a Justiça, para a qual ele e sua sucessora indicaram 13
ministros, oito dos onze em atividade na Suprema Corte, Lula enterra-se,
definitivamente, na lama.
Sua defesa age como se todas as instituições brasileiras – incluindo a
imprensa, é claro -- fossem criminosas. E ele, só ele, inocente. O Lula que
agora recorre à ONU é patético.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário