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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A carta de Dilma: Burrice não tem limites...




Por Zezinho de Caetés

Quem escreve sobre política, hoje, só tem uma escolha: Escrever sobre a carta de Dilma, nossa ex-presidenta, que ainda se considera inocenta. Confesso que nunca tinha visto tanta bobagem junta em umas poucas folhas de papel.

Uma coisa é certa, ela não será julgada pelo conjunto da “obra”, pois se assim fosse feito o Brasil federia mais do que a Baía da Guanabara, com seus esgotos levando a “obra” de todos os cariocas para o mar. Por isso, talvez, decidiram julgá-la apenas por um pouco da “obra” que fez enquanto estava Brasília. E, mesmo assim, é “obra” que não acaba mais, como constatou o Senado até agora.

Hoje, com a abundância de textos sobre a carta, escolhi um para abaixo transcrever (Ricardo Noblat – O Globo), que é muito bom, mas, começa errando no título: “Uma estrela que se apaga”. Onde já se viu falar um dia que a Dilma foi uma estrela acesa? Que eu me lembre, o período em que ela foi mais “brilhante” foi quando geria a lojinha de 1,99, que depois faliu, e, certamente, não por erro dela mas das “pautas bombas” dos consumidores.

Para homenageá-la eu diria apenas que ela vai se acabar junto com a Olimpíada, sem nenhuma medalha e desclassificada por jogo sujo. Afinal de contas, foi com mentiras que ela se elegeu em 2014, e, os delatores marqueteiros estão dizendo, com propinas em 2010.

Uma coisa já parece certa, no texto do Noblat. Hoje, ela já foi esquecida até pelo PT e até pelo Lula. Este, tentando ainda, com muita dificuldade, não ir preso. A Dilma, mesmo sendo presa depois de abaixarem seu foro privilegiado, ninguém nem pensa mais nela. Talvez, o juiz Sérgio Moro.

Eu, às vezes, fico pensando como a ex-presidenta inocenta escreveu uma carta daquelas. Só pode ter sido o fogo amigo. Afinal de contas, que tem amigos como o Mercadante, não carece de inimigos. Talvez, tenha sido por isso que a indiciaram no mesmo dia que ela a leu. Dizem que foi porque ela queria obstruir a justiça, mas, isto deve ter sido só uma desculpa. O indiciamento deve ter sido por excesso de burrice.

Agora fiquem com o Noblat para alguns detalhes da carta “dilmesca”, que eu vou curtir os jogos olímpicos. Daqui a pouco estarão usando o adjetivo “dilmesco”, que significa, uma coisa bem ruim, no Senado. Vou patentear o termo.

“Quem ainda aguenta ouvir falar da presidente afastada Dilma Rousseff? Talvez somente ela mesma, e os 81 senadores que começarão a julgá-la por crime de responsabilidade a partir do próximo dia 25. Quanto a esses, só por obrigação. Contam os dias que faltam para mudar de assunto.

A carta que Dilma escreveu aos senadores, e que divulgou ontem, é a prova definitiva de que ela nada mais tem a dizer de novo aos seus juízes e aos brasileiros. Nem em defesa do seu mandato, prestes a ser cassado. Nem em defesa do que fez ou deixou de fazer no seu período presidencial de cinco anos. Vejamos:

"Na jornada para me defender do impeachment me aproximei mais do povo, tive oportunidade de ouvir seu reconhecimento, de receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao meu governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram adotadas. Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos construir um novo caminho".

(A falsa humilde não cita um só erro que tenha cometido. Não apresenta uma só ideia capaz de iluminar o que ela chama de “novo caminho”.)

"Quem afasta o presidente pelo 'conjunto da obra' é o povo e, só o povo, nas eleições. Por isso, afirmamos que, se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de Estado".

(Havia uma dezena de referências ao “golpe” no original da carta. Restaram duas referências apenas. Dilma só oferece uma opção aos senadores que a julgarão: absolvê-la. Do contrário merecerão ser chamados de “golpistas”. Por tabela, igualmente de “golpista” merecerá ser chamado o presidente do Supremo Tribunal Federal, que comanda a fase final do impeachment.)

"Os atos que pratiquei foram atos legais, atos necessários, atos de governo. Atos idênticos foram executados pelos presidentes que me antecederam. Não era crime na época deles, e também não é crime agora".

(Em pelo menos três ocasiões até aqui, os senadores reconheceram que os atos cometidos por Dilma, e pelos quais será julgada, configuram crime, sim senhor. Dilma perdeu todas as ações que impetrou na Justiça para abortar o processo de impeachment.)

"Jamais se encontrará na minha vida registro de desonestidade, covardia ou traição. Ao contrário dos que deram início a este processo injusto e ilegal, não tenho contas secretas no exterior, nunca desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal ou de terceiros e não recebi propina de ninguém".

(Dilma não será julgada por desonestidade, covardia ou traição. Mas por ter gasto muito além do que o Congresso autorizara. Isso configura crime de responsabilidade, segundo a Constituição. No futuro, poderá ser julgada por ter tentado obstruir a Justiça e até por corrupção, a depender do que ainda está sendo investigado pela Lava-Jato.)

"A restauração plena da democracia requer que a população decida qual é o melhor caminho para ampliar a governabilidade e aperfeiçoar o sistema político eleitoral brasileiro".

(O parágrafo acima tem a ver com a proposta feita por Dilma de realização de um plebiscito para que os brasileiros decidam se querem antecipar a próxima eleição presidencial. Ela também propôs uma reforma política. A ideia da reforma é velha. Ela falou em reforma muitas vezes e nunca a levou adiante. Quanto a antecipação da eleição presidencial de 2018, nem o Congresso concorda nem mesmo o PT.)

"A vida me ensinou o sentido mais profundo da esperança. Resisti ao cárcere e à tortura. Gostaria de não ter que resistir à fraude e à mais infame injustiça”. (...) "Quem deve decidir o futuro do país é o nosso povo. A democracia deve vencer".


(Aí está o cerne da narrativa que Dilma tenta construir para passar à História: a guerrilheira urbana que lutou contra a ditadura, que foi presa e torturada, foi também eleita presidente duas vezes e acabou derrubada vítima de um golpe infame. Dilma acha que o país lhe deve os sofrimentos que passou no cárcere. Dilma será deposta pelos muitos erros que cometeu. O que ela chama de “golpe” tem o nome de impeachment na Constituição.)”

Um comentário:

  1. EIS O QUE DIZ O JORNALISTA ELIO GASPARI SOBRE A TAL CARTA(QUE NÃO É AQUELA DO WALDICK SORIANO):


    "A presidente afastada vive seus últimos dias de poder na redoma do Alvorada, transformado em magnífico calabouço. Lá espera o automóvel que a conduzirá ao aeroporto. Poderia ter sido diferente, se ela e o PT tivessem entendido que estar no poder não significa poder fazer o que se queira. Algum dia essa ficha haverá de cair."

    P.S.: - FICHA, UMA OVA!!! ELA, EM CARNE E OSSO É QUEM VAI DESABAR MORRO ABAIXO, FOGO ACIMA...

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