Por Zezinho de Caetés
Quem escreve sobre política, hoje, só tem uma escolha:
Escrever sobre a carta de Dilma, nossa ex-presidenta, que ainda se considera inocenta.
Confesso que nunca tinha visto tanta bobagem junta em umas poucas folhas de
papel.
Uma coisa é certa, ela não será julgada pelo conjunto da “obra”, pois se assim fosse feito o
Brasil federia mais do que a Baía da Guanabara, com seus esgotos levando a “obra” de todos os cariocas para o mar.
Por isso, talvez, decidiram julgá-la apenas por um pouco da “obra” que fez enquanto estava Brasília.
E, mesmo assim, é “obra” que não
acaba mais, como constatou o Senado até agora.
Hoje, com a abundância de textos sobre a carta, escolhi um
para abaixo transcrever (Ricardo Noblat – O Globo), que é muito bom, mas,
começa errando no título: “Uma estrela
que se apaga”. Onde já se viu falar um dia que a Dilma foi uma estrela
acesa? Que eu me lembre, o período em que ela foi mais “brilhante” foi quando geria a lojinha de 1,99, que depois faliu, e,
certamente, não por erro dela mas das “pautas
bombas” dos consumidores.
Para homenageá-la eu diria apenas que ela vai se acabar
junto com a Olimpíada, sem nenhuma medalha e desclassificada por jogo sujo.
Afinal de contas, foi com mentiras que ela se elegeu em 2014, e, os delatores
marqueteiros estão dizendo, com propinas em 2010.
Uma coisa já parece certa, no texto do Noblat. Hoje, ela já foi
esquecida até pelo PT e até pelo Lula. Este, tentando ainda, com muita
dificuldade, não ir preso. A Dilma, mesmo sendo presa depois de abaixarem seu
foro privilegiado, ninguém nem pensa mais nela. Talvez, o juiz Sérgio Moro.
Eu, às vezes, fico pensando como a ex-presidenta inocenta
escreveu uma carta daquelas. Só pode ter sido o fogo amigo. Afinal de contas,
que tem amigos como o Mercadante, não carece de inimigos. Talvez, tenha sido
por isso que a indiciaram no mesmo dia que ela a leu. Dizem que foi porque ela
queria obstruir a justiça, mas, isto deve ter sido só uma desculpa. O
indiciamento deve ter sido por excesso de burrice.
Agora fiquem com o Noblat para alguns detalhes da carta “dilmesca”, que eu vou curtir os jogos
olímpicos. Daqui a pouco estarão usando o adjetivo “dilmesco”, que significa, uma coisa bem ruim, no Senado. Vou
patentear o termo.
“Quem ainda aguenta ouvir falar da presidente afastada Dilma Rousseff?
Talvez somente ela mesma, e os 81 senadores que começarão a julgá-la por crime
de responsabilidade a partir do próximo dia 25. Quanto a esses, só por
obrigação. Contam os dias que faltam para mudar de assunto.
A carta que Dilma escreveu aos senadores, e que divulgou ontem, é a
prova definitiva de que ela nada mais tem a dizer de novo aos seus juízes e aos
brasileiros. Nem em defesa do seu mandato, prestes a ser cassado. Nem em defesa
do que fez ou deixou de fazer no seu período presidencial de cinco anos.
Vejamos:
"Na jornada para
me defender do impeachment me aproximei mais do povo, tive oportunidade de
ouvir seu reconhecimento, de receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao
meu governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram
adotadas. Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos
construir um novo caminho".
(A falsa humilde não cita um só erro que tenha cometido. Não apresenta
uma só ideia capaz de iluminar o que ela chama de “novo caminho”.)
"Quem afasta o
presidente pelo 'conjunto da obra' é o povo e, só o povo, nas eleições. Por
isso, afirmamos que, se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade,
teríamos um golpe de Estado".
(Havia uma dezena de referências ao “golpe” no original da carta.
Restaram duas referências apenas. Dilma só oferece uma opção aos senadores que
a julgarão: absolvê-la. Do contrário merecerão ser chamados de “golpistas”. Por
tabela, igualmente de “golpista” merecerá ser chamado o presidente do Supremo
Tribunal Federal, que comanda a fase final do impeachment.)
"Os atos que
pratiquei foram atos legais, atos necessários, atos de governo. Atos idênticos
foram executados pelos presidentes que me antecederam. Não era crime na época
deles, e também não é crime agora".
(Em pelo menos três ocasiões até aqui, os senadores reconheceram que os
atos cometidos por Dilma, e pelos quais será julgada, configuram crime, sim
senhor. Dilma perdeu todas as ações que impetrou na Justiça para abortar o
processo de impeachment.)
"Jamais se
encontrará na minha vida registro de desonestidade, covardia ou traição. Ao
contrário dos que deram início a este processo injusto e ilegal, não tenho
contas secretas no exterior, nunca desviei um único centavo do patrimônio
público para meu enriquecimento pessoal ou de terceiros e não recebi propina de
ninguém".
(Dilma não será julgada por desonestidade, covardia ou traição. Mas por
ter gasto muito além do que o Congresso autorizara. Isso configura crime de
responsabilidade, segundo a Constituição. No futuro, poderá ser julgada por ter
tentado obstruir a Justiça e até por corrupção, a depender do que ainda está
sendo investigado pela Lava-Jato.)
"A restauração
plena da democracia requer que a população decida qual é o melhor caminho para
ampliar a governabilidade e aperfeiçoar o sistema político eleitoral
brasileiro".
(O parágrafo acima tem a ver com a proposta feita por Dilma de
realização de um plebiscito para que os brasileiros decidam se querem antecipar
a próxima eleição presidencial. Ela também propôs uma reforma política. A ideia
da reforma é velha. Ela falou em reforma muitas vezes e nunca a levou adiante.
Quanto a antecipação da eleição presidencial de 2018, nem o Congresso concorda
nem mesmo o PT.)
"A vida me
ensinou o sentido mais profundo da esperança. Resisti ao cárcere e à tortura.
Gostaria de não ter que resistir à fraude e à mais infame injustiça”. (...)
"Quem deve decidir o futuro do país é o nosso povo. A democracia deve
vencer".
(Aí está o cerne da narrativa que Dilma tenta construir para passar à
História: a guerrilheira urbana que lutou contra a ditadura, que foi presa e
torturada, foi também eleita presidente duas vezes e acabou derrubada vítima de
um golpe infame. Dilma acha que o país lhe deve os sofrimentos que passou no
cárcere. Dilma será deposta pelos muitos erros que cometeu. O que ela chama de
“golpe” tem o nome de impeachment na Constituição.)”
EIS O QUE DIZ O JORNALISTA ELIO GASPARI SOBRE A TAL CARTA(QUE NÃO É AQUELA DO WALDICK SORIANO):
ResponderExcluir"A presidente afastada vive seus últimos dias de poder na redoma do Alvorada, transformado em magnífico calabouço. Lá espera o automóvel que a conduzirá ao aeroporto. Poderia ter sido diferente, se ela e o PT tivessem entendido que estar no poder não significa poder fazer o que se queira. Algum dia essa ficha haverá de cair."
P.S.: - FICHA, UMA OVA!!! ELA, EM CARNE E OSSO É QUEM VAI DESABAR MORRO ABAIXO, FOGO ACIMA...