Por Zé Carlos
Enfim, saímos dos jogos olímpicos para cair nos jogos
políticos. Nesta semana que passou ninguém mais falou em medalhas, apenas em “merdalhas”, termo que não sei se existe
mais o estou criando agora para rimar com petralhas, este já consagrado e que
indica um indivíduo que ainda acredita que a nossa musa Dilma escapará do
impeachment e que ainda tem esperança de que o Lula não será preso. O que vi
foi um verdadeiro clima de 7 x 1 contra as hostes de Dilma. Se o placar final
for de 6 x 1, contra ela, ainda é lucro. Mas, vou começar do final, como sempre
faço quando quero matar de rir nossa imensidão de leitores, mesmo antes de
contar a piada.
No sábado terminou primeira fase do julgamento de Dilma, e a
impressão primeira é que, finalmente, a terei aqui na coluna daqui para o final
de agosto, que já foi o mês do desgosto para muitos, mas, se isto acontecer de
verdade, o nosso 7 de setembro poderá até ser antecipado. Afinal de contas
estaremos libertos do julgo petista como ficamos livres do julgo português
séculos atrás. No entanto, sugiro que comemoremos este fato histórico no
próprio dia 7 de setembro. Talvez, seja o mais animado de muitos e muitos anos.
Agora deixo um pouco o rejúbilo e vou aos fatos, como diria a Janaína Pascoal.
E apertem o sinto porque o riso abundará daqui para frente.
E para ser justo, como sempre tento ser, o grande evento
humorístico da semana foi mesmo o julgamento da Dilma, nossa musa. A primeira e
melhor piada foi o presidente do STF, e sua suprema interpretação da Lei, ao ter
transformado a melhor testemunha em informante. O Doutor Júlio Marcelo,
seguindo a sisudez do juiz Moro não gosto de humor e eu duvido que algum dos
senadores, exceto os já convictos para causa da ré, não tenha se convencido que
qualquer menção a “golpe” é piada
pronta. Mesmo como informante ele mostrou que é filhote do Moro e seguidor da
Lava Jato que é a grande revolução em nossa pátria. E deitou e rolou com uma
frase que aqui reproduzo para posteridade, que, penso eu, será aprovada, logo
mais, pelos nossos juízes parlamentares:
“O dolo grita nos
autos. Se a presidente da República não tiver responsabilidade sobre decretos e
medidas provisórias, porque foram elaborados pela sua equipe, ela não vai ter
responsabilidade sobre nada. Essa é uma tese da irresponsabilidade do governante”.
No entanto, como era de se esperar o humor puro e cristalino
que esta coluna aborda veio do PT e o seu Quinteto Abilolado, que teve uma
baixa sentida por todos. O senador Telmário Mota desistiu do grupo e foi
substituído pela Kátia Abreu. Alguns dizem que agora o quinteto está muito
melhor pelo timbre de voz da senadora agricultora, que quando canta muda até de
cor. Eu nunca vi uma mulher gritar tanto. Agora o quinteto é formado por
Vanessa Graidiotin, Gleise Hoffmann, Lindberg Farias, Kátia Abreu e Humberto
Costa. Este último, um pernambucano da gema, que adora cantar: “Asa Branca bateu asas, e fugiu para
....”. Sua performance foi soberba logo em seu primeiro dia no julgamento.
Conseguiram, com uma lorota atrás da outra, protelar o início da sessão por
mais de meio dia, enquanto a plateia se deliciava e bolava de rir.
O Lindberg, mais conhecido pelo apelido de “170 bi” estava impagável. E sabendo que
o presidente da sessão não é do ramo político, foi o rei do show. Quando ele
quer mostrar que a Dilma é uma mulher honesta, seus trejeitos chegam aos
píncaros do hilário. Quando alguém pergunta se deixar roubar torna uma pessoa
mais honesta, então quem é o mais honesto de todos é o Lula. E talvez por isso
o humor do grupo se torna tão refinado. E agora, estão cada vez melhores,
porque dizem que há ensaios para o show todos os dias pois há uma equipe
filmando um “filme”, ao invés de
filmar os ratos, que pretende se chamar “Impeachment”.
E talvez por isso o esforço dos defensores da nossa musa para que o ele seja
impichada, ou impichimada como fala alguns senadores. Já imaginou o desperdício
se ela escapar? Seria uma tragédia para o cinema nacional.
A Vanessa Graidiotin estava “superb” entre os girassóis dos seus vestidos. E a grande graça que
ela faz é sua absoluta falta de “semacômetro”
em suas atuações. Está deixando o Lewandowski louco, com aquele ar de quem diz:
“Lá vem ela de novo...”. E aí começa
a sessão de humor na defesa da “presidenta
inocenta”. A Kátia Abreu, vinda da agricultura, com as mãos calejadas de fazer
piados no campo, ao chegar à cidade causa sucesso com seus modelitos de piadas
rurais. Quando ela diz que se a Dilma lesou os acionistas do Banco do Brasil,
da Caixa e de outras instituições financeiras, foi para ajudar os pequenos
agricultores, a plateia vem abaixo. É riso “prá
mais de metro”. Já o Humberto só toca o “sambinha de uma nota só”, entre uma e outra versão do “Assum Preto”. Já a Gleise Hoffmann
merece um novo parágrafo.
Esta brilhou a semana inteira, desde o primeiro dia. No
primeiro abriu a boca e empinou o nariz para dizer que os senadores não tinham
moral para julgar nossa musa, a Dilma. O valor da piada é porque, olhando em
volta, é difícil dizer se ela está dizendo a verdade ou não. A nossa classe
política virou piada exatamente por isso. É impossível descobrir qual o
conceito de moral que a ela se aplique para uma boa análise. Daí, só o riso
resolve. E não foi por menos que o Renan, logo o Renan, que, no dia seguinte,
vendo quanto tinha sido atingido pela esposa do homem que é acusado de roubar
os que tomaram crédito consignado, se doeu todo. Depois de uma escaramuça entre
o Ronaldo Caiado e o Lindberg Farias, que quase se atracam mais uma vez, o
Renan, menestrel das Alagoas, depois de pedir harmonia e compreensão, pois o
show estava sendo visto internacionalmente, ecoou do plenário:
“Ontem, a senadora
Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o país que o Senado Federal não
tinha moral para julgar a presidente da República. Como uma senadora pode fazer
uma declaração dessa? Exatamente uma senadora que, há 30 dias, o presidente do
Senado conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do
seu esposo que havia sido feito pela Polícia Federal.”
Vejam a maestria na piada. O que ele quis dizer foi que
havia sido imoral há 30 dias fazendo o STF ser também imoral. Ou seja, no
Brasil se consegue todo significado para a palavra “moral”. Não em jeito. Rir ainda é o melhor remédio.
E vejam que o grande
show de humor se estendeu até o sábado, quase matando de rir todos os
telespectadores e rádio ouvintes. Imaginem o estrago nas cordas hilariantes dos
brasileiros na próxima semana, na qual, a nossa musa, a Dilma, resolveu fazer
um show solo no julgamento. Dizem que já foi necessário colocar mais cadeiras
para suportar a afluência de público que comparecerá ao Senado. E, não é só a
apresentação da Dilma, per si, e sim que, dizem, o Lula entrará e sairá de
braços dados com nossa musa, somente para mostrar a esta coluna que, em termos
de humor, a harmonia prevalece entre eles. E eu já faço propaganda da coluna
semanal próxima, que hoje começa,com a previsão de que ela responderá a todas
questões feitas por cada senador. Como eu sei que a cada pergunta ela contará
uma piada, não poderei garantir a sobrevivência de leitor algum daqui para
frente.
Todavia, fiquemos com esta semana para não forçar a barra. E
já que falamos de Lula, temos que introduzir o assunto imediatamente. O Lula
foi indiciado pela Polícia Federal, sendo acusado como um corrupto ativo,
passivo e como um lavador de dinheiro, enquanto sua esposa Marisa foi acusada
de quase os mesmos crimes, pela operação Lava Jato. A novidade não é o
indiciamento e sim a época em que isto foi feito. Logo no grande show do
julgamento?! Já pensaram se o Lula for ao julgamento da Dilma, como previsto, e
os juízes do Senado resolverem fazer justiça com as próprias mãos. Ele entrará
de terno e sairá com o pijama listrado. Para esta coluna, não fará diferença
porque o Lula poderá ser nosso colaborador de fora ou de dentro de uma cela.
Basta ele resolver ditar as suas memórias para alguém que saiba escrever. O
título já é uma certeza: “Nunca mais, na
História deste país...”, com prefácio de Dilma.
E para não dizerem que só do PT vive esta coluna, li que
também o José Serra e a Marta Suplicy entraram no show do Caixa 2. Ou seja,
quando acabar o impeachment de Dilma, não só ela se dedicará em tempo integral
a esta coluna. Temos muitos outros currículos para analisar, e já prometemos
que faremos tudo para matar os nossos leitores de tanto rir, se sobreviverem à
esta semana que se inicia, com o grande show de Dilma.
E o Michel Temer?! Este não apareceu muito esta semana,
preparando seu show para a China, e junto com o Renan, para mostrar que além de
ser presidente também pretende seguir a via humorística dos nossos políticos. E
há pessoas que reclamam deste tipo de humor. Elas não perdem por esperar.
Começou esta semana a propagando para as eleições municipais, que nos dará
muito material por um longo tempo. Aguardem!
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