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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A semana - O julgamento da Dilma, o indiciamento do Lula, a viagem do Temer...




Por Zé Carlos

Enfim, saímos dos jogos olímpicos para cair nos jogos políticos. Nesta semana que passou ninguém mais falou em medalhas, apenas em “merdalhas”, termo que não sei se existe mais o estou criando agora para rimar com petralhas, este já consagrado e que indica um indivíduo que ainda acredita que a nossa musa Dilma escapará do impeachment e que ainda tem esperança de que o Lula não será preso. O que vi foi um verdadeiro clima de 7 x 1 contra as hostes de Dilma. Se o placar final for de 6 x 1, contra ela, ainda é lucro. Mas, vou começar do final, como sempre faço quando quero matar de rir nossa imensidão de leitores, mesmo antes de contar a piada.

No sábado terminou primeira fase do julgamento de Dilma, e a impressão primeira é que, finalmente, a terei aqui na coluna daqui para o final de agosto, que já foi o mês do desgosto para muitos, mas, se isto acontecer de verdade, o nosso 7 de setembro poderá até ser antecipado. Afinal de contas estaremos libertos do julgo petista como ficamos livres do julgo português séculos atrás. No entanto, sugiro que comemoremos este fato histórico no próprio dia 7 de setembro. Talvez, seja o mais animado de muitos e muitos anos. Agora deixo um pouco o rejúbilo e vou aos fatos, como diria a Janaína Pascoal. E apertem o sinto porque o riso abundará daqui para frente.

E para ser justo, como sempre tento ser, o grande evento humorístico da semana foi mesmo o julgamento da Dilma, nossa musa. A primeira e melhor piada foi o presidente do STF, e sua suprema interpretação da Lei, ao ter transformado a melhor testemunha em informante. O Doutor Júlio Marcelo, seguindo a sisudez do juiz Moro não gosto de humor e eu duvido que algum dos senadores, exceto os já convictos para causa da ré, não tenha se convencido que qualquer menção a “golpe” é piada pronta. Mesmo como informante ele mostrou que é filhote do Moro e seguidor da Lava Jato que é a grande revolução em nossa pátria. E deitou e rolou com uma frase que aqui reproduzo para posteridade, que, penso eu, será aprovada, logo mais, pelos nossos juízes parlamentares:

“O dolo grita nos autos. Se a presidente da República não tiver responsabilidade sobre decretos e medidas provisórias, porque foram elaborados pela sua equipe, ela não vai ter responsabilidade sobre nada. Essa é uma tese da irresponsabilidade do governante”.

No entanto, como era de se esperar o humor puro e cristalino que esta coluna aborda veio do PT e o seu Quinteto Abilolado, que teve uma baixa sentida por todos. O senador Telmário Mota desistiu do grupo e foi substituído pela Kátia Abreu. Alguns dizem que agora o quinteto está muito melhor pelo timbre de voz da senadora agricultora, que quando canta muda até de cor. Eu nunca vi uma mulher gritar tanto. Agora o quinteto é formado por Vanessa Graidiotin, Gleise Hoffmann, Lindberg Farias, Kátia Abreu e Humberto Costa. Este último, um pernambucano da gema, que adora cantar: “Asa Branca bateu asas, e fugiu para ....”. Sua performance foi soberba logo em seu primeiro dia no julgamento. Conseguiram, com uma lorota atrás da outra, protelar o início da sessão por mais de meio dia, enquanto a plateia se deliciava e bolava de rir.

O Lindberg, mais conhecido pelo apelido de “170 bi” estava impagável. E sabendo que o presidente da sessão não é do ramo político, foi o rei do show. Quando ele quer mostrar que a Dilma é uma mulher honesta, seus trejeitos chegam aos píncaros do hilário. Quando alguém pergunta se deixar roubar torna uma pessoa mais honesta, então quem é o mais honesto de todos é o Lula. E talvez por isso o humor do grupo se torna tão refinado. E agora, estão cada vez melhores, porque dizem que há ensaios para o show todos os dias pois há uma equipe filmando um “filme”, ao invés de filmar os ratos, que pretende se chamar “Impeachment”. E talvez por isso o esforço dos defensores da nossa musa para que o ele seja impichada, ou impichimada como fala alguns senadores. Já imaginou o desperdício se ela escapar? Seria uma tragédia para o cinema nacional.

A Vanessa Graidiotin estava “superb” entre os girassóis dos seus vestidos. E a grande graça que ela faz é sua absoluta falta de “semacômetro” em suas atuações. Está deixando o Lewandowski louco, com aquele ar de quem diz: “Lá vem ela de novo...”. E aí começa a sessão de humor na defesa da “presidenta inocenta”. A Kátia Abreu, vinda da agricultura, com as mãos calejadas de fazer piados no campo, ao chegar à cidade causa sucesso com seus modelitos de piadas rurais. Quando ela diz que se a Dilma lesou os acionistas do Banco do Brasil, da Caixa e de outras instituições financeiras, foi para ajudar os pequenos agricultores, a plateia vem abaixo. É riso “prá mais de metro”. Já o Humberto só toca o “sambinha de uma nota só”, entre uma e outra versão do “Assum Preto”. Já a Gleise Hoffmann merece um novo parágrafo.

Esta brilhou a semana inteira, desde o primeiro dia. No primeiro abriu a boca e empinou o nariz para dizer que os senadores não tinham moral para julgar nossa musa, a Dilma. O valor da piada é porque, olhando em volta, é difícil dizer se ela está dizendo a verdade ou não. A nossa classe política virou piada exatamente por isso. É impossível descobrir qual o conceito de moral que a ela se aplique para uma boa análise. Daí, só o riso resolve. E não foi por menos que o Renan, logo o Renan, que, no dia seguinte, vendo quanto tinha sido atingido pela esposa do homem que é acusado de roubar os que tomaram crédito consignado, se doeu todo. Depois de uma escaramuça entre o Ronaldo Caiado e o Lindberg Farias, que quase se atracam mais uma vez, o Renan, menestrel das Alagoas, depois de pedir harmonia e compreensão, pois o show estava sendo visto internacionalmente, ecoou do plenário:

“Ontem, a senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o país que o Senado Federal não tinha moral para julgar a presidente da República. Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente uma senadora que, há 30 dias, o presidente do Senado conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo que havia sido feito pela Polícia Federal.”

Vejam a maestria na piada. O que ele quis dizer foi que havia sido imoral há 30 dias fazendo o STF ser também imoral. Ou seja, no Brasil se consegue todo significado para a palavra “moral”. Não em jeito. Rir ainda é o melhor remédio.

 E vejam que o grande show de humor se estendeu até o sábado, quase matando de rir todos os telespectadores e rádio ouvintes. Imaginem o estrago nas cordas hilariantes dos brasileiros na próxima semana, na qual, a nossa musa, a Dilma, resolveu fazer um show solo no julgamento. Dizem que já foi necessário colocar mais cadeiras para suportar a afluência de público que comparecerá ao Senado. E, não é só a apresentação da Dilma, per si, e sim que, dizem, o Lula entrará e sairá de braços dados com nossa musa, somente para mostrar a esta coluna que, em termos de humor, a harmonia prevalece entre eles. E eu já faço propaganda da coluna semanal próxima, que hoje começa,com a previsão de que ela responderá a todas questões feitas por cada senador. Como eu sei que a cada pergunta ela contará uma piada, não poderei garantir a sobrevivência de leitor algum daqui para frente.

Todavia, fiquemos com esta semana para não forçar a barra. E já que falamos de Lula, temos que introduzir o assunto imediatamente. O Lula foi indiciado pela Polícia Federal, sendo acusado como um corrupto ativo, passivo e como um lavador de dinheiro, enquanto sua esposa Marisa foi acusada de quase os mesmos crimes, pela operação Lava Jato. A novidade não é o indiciamento e sim a época em que isto foi feito. Logo no grande show do julgamento?! Já pensaram se o Lula for ao julgamento da Dilma, como previsto, e os juízes do Senado resolverem fazer justiça com as próprias mãos. Ele entrará de terno e sairá com o pijama listrado. Para esta coluna, não fará diferença porque o Lula poderá ser nosso colaborador de fora ou de dentro de uma cela. Basta ele resolver ditar as suas memórias para alguém que saiba escrever. O título já é uma certeza: “Nunca mais, na História deste país...”, com prefácio de Dilma.

E para não dizerem que só do PT vive esta coluna, li que também o José Serra e a Marta Suplicy entraram no show do Caixa 2. Ou seja, quando acabar o impeachment de Dilma, não só ela se dedicará em tempo integral a esta coluna. Temos muitos outros currículos para analisar, e já prometemos que faremos tudo para matar os nossos leitores de tanto rir, se sobreviverem à esta semana que se inicia, com o grande show de Dilma.


E o Michel Temer?! Este não apareceu muito esta semana, preparando seu show para a China, e junto com o Renan, para mostrar que além de ser presidente também pretende seguir a via humorística dos nossos políticos. E há pessoas que reclamam deste tipo de humor. Elas não perdem por esperar. Começou esta semana a propagando para as eleições municipais, que nos dará muito material por um longo tempo. Aguardem!

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