Por Zé Carlos
Não tem outra forma de começar a escrever sobre a semana que
passou que não seja pelo seu final. O dia 5 de agosto vai ficar marcado em
minha memória, não apenas por ser aniversário de uma das minhas filhas. Agora
também ela será lembrada pela abertura das Olimpíadas no Rio de Janeiro, que
foi um espetáculo marcante. Sei que gastaram muito na construção daquelas
favelas onde deitaram e bordaram vários dos nossos artistas famosos como Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Anita e também Elza Soares, que pelo rosto estava com uma
saudade danada de Garrincha. Simplesmente brilhante, conseguiu empanar até o
fedor da Baía de Guanabara e esconder os assaltos no meio da rua, enquanto os
gringos procuravam Pokémons.
Desde o início até o seu encerramento que, mesmo sem Pelé,
segundo dizem, não foi porque seu patrocinador não deixou, mas, com o Guga, a
Hortência e Wanderley Cordeiro de Lima que, apesar de não fazer aviãozinho na
chegada, conseguiu acender a tocha. Entretanto, a festa não seria inesquecível
se não fosse pela presença de Temer, que só vim descobrir quase no final,
quando a câmera focalizou alguém triste e abatido junto do homem do COI. E foi
ele o grande astro da noite ao fazer seu discurso, que por dever de ofício
tenho que abaixo reproduzi-lo:
“Depois desta
maravilhosa festa, declaro inaugurados os Jogos Olímpicos de Rio, que se celebram
na uuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhh!!!”
Foi maravilhoso, seguido pelo estouro dos fogos de
artifícios, que foram tantos que, certa hora pensei ser um ataque do Estado
Islâmico com napalm. Graças a Deus não foi, e até agora não se tem notícias
deles, o que espero, continue assim.
E ainda na semana, começaram os jogos que por terem regras
diferentes começaram até antes da abertura, no caso, esportes que nos
interessam de perto como o futebol. Confesso que gostei mais da Marta do que do
Neymar, principalmente, depois do empate de ontem com o Iraque. Que vergonha!
Não sei porque ainda a discriminação dos gêneros jogarem separados. Colocando
Marta e Formiga na seleção masculina seria medalha de ouro certa.
Bem, mas deixemos as Olimpíadas de lado, pelo menos por
hoje, porque o humor que dela provirá abundará nas próximas semanas, sem
dúvida. E se pensam que o humor político parou por causa dos jogos, ledo
engano. Ele ficou mais aguçado ainda.
Tomem como exemplo a nossa musa, a Dilma, que com certeza
viu o espetáculo da abertura, sem ela lá. Eu não vi, mas, dá para imaginar porque
o Temer parecia com as orelhas vermelhas na hora do seu recordista discurso.
Pois é, ele já começou como o nosso primeiro medalhista de o discurso mais
curto de todos os tempos, enquanto a Dilma, mesmo sem comparecer deve ter
recebido uma medalha pelo maior número de palavrões ditos por uma presidenta,
quando viu o presidente ainda interino bater este recordo e ser saudado com
tanto barulho.
Afora estas reações normais, ela continua no seu show de
humor intimista, contando as piadas tradicionais: “Foi Golpe!”, “Não sabia de
nada!”, “Nunca pedalei!” (dita
enquanto pedalava pelas cercanias do Palácio da Alvorada), “O culpado é o FHC!”, “No Congresso abunda a misoginia!” e a
mais nova delas, que está fazendo sucesso de público, é quando ela diz que
escreverá uma carta, dizendo: “Se eu
voltar, eu saio em seguida!”, e promete, assim que estiver de volta ao
Palácio do Planalto, ligar uma vitrola e ouvir a Elizeth Cardoso cantando, para
se vingar dos organizadores da abertura olímpica que não citaram o autor desta
bela canção, que assim termina:
Ai, vontade de ficar
mas tendo de ir embora
Ai, que amar é se ir
morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima
um momento breve
De uma estrela pura
cuja luz morreu
Numa noite escura,
triste como eu
Canção esta que o autor, Vinícius de Moraes deve ter
composto para pessoas que querem ser presidentes e não podem por vários
motivos.
Desde que o Anastasia apresentou seu relatório à Comissão de
Impeachment, e que foi aprovado por ela, que a canção acima, que tem como
título original “Serenata do adeus”,
é mais conhecida como o “Melô do
Impeachment”, por motivos óbvios, é claro. Dizem que também era a canção
preferida do Collor e do Richard Nixon, em inglês, é claro.
Para ser justo, como sempre tento ser, não foram só os shows
intimistas que prevaleceram na vida atribulada de nossa estrela maior do humor.
A Dilma também deu entrevista aos mil. Numa delas ela disse:
“Eu não acho que
nenhuma instituição participou do golpe enquanto instituição. Acho que
integrantes de todas as instituições, de uma forma ou de outra, tiveram
presença no golpe.”
Ou seja, é uma piada onde ela junta golpe com golpe e não
tem golpe. A turma vai ao delírio. Ainda falando no golpe, atacou, se referindo
ao Temer, lembrando que ele colocou no Palácio um mulher mais bonita que ela, e,
além disso, tomou seu lugar nas Olimpiadas:
“…Não foi apenas um
traidor. Ele é mais um usurpador. Ele conspirou pelo golpe. E ele, nesse
processo de impeachment, se conduziu de forma muito pouco ética comigo e com o
conjunto da população brasileira.”
Quando a plateia explode em gargalhadas, ela ainda se lembra
de um dos nossos grandes colaboradores, o Lula, que está um pouco sumido tentando
provar que não é dono de nada, não sabe de nada em sua briga com o sisudo
Sérgio Moro:
“Eu acredito que Lula
é um homem íntegro e correto, que tem sido objeto de uma grande perseguição. As
pesquisas mostram que é um candidato forte para as eleições de 2018. Não
acredito, hoje, que Lula vá ser preso. Se for, haverá uma grande comoção no
país. O presidente Lula vai saber responder às acusações de forma correta e
mostrar seu compromisso com a justiça do país.”
Vê-se então como o Brasil é o país da piada pronta. Quando
chega ao ponto do Lula depender da ajuda de Dilma para não ser preso, é porque
a casa caiu para todo mundo que o cercava. E aí, não tem jeito: Rir é o melhor
remédio!
E por falar em Sérgio Moro, o juiz, ele esteve na Câmara
esta semana falando sobre corrupção. Pois pasmem, o cara não conseguiu tirar um
sorriso dos presentes. O cara não está mesmo para fazer graça. Ele disse que
não pretende se candidatar a nada, mostrando de uma vez que não tem vocação
para o humor. Sua principal tarefa é terminar a Operação Lava Jato que deverá
começar breve sua mais fase que será a Operação Pokéjato Go. Explico: A febre
do Pokémon Go, um aplicativo para celular, o qual, quem não souber o que significa
é porque não tem netos, como eu, levou os procuradores a procurarem Pokémons,
que eles chamam de Pokéjatos, pelas ruas do país e até no exterior. Até ontem
eles já capturaram o SpearowDirceu, o PoliwagDelúbio, o PidgeyDelcídio, entre outros que, segundo dizem são Pokéjatos
de alta periculosidade e valiosos, segundo meus netos. Estão á procura agora do
Pokéjato dos Pokéjatos que se chama KrabbyLula. Eles desconfiam da existência
da GeodudeVana, mas, ainda não tem certeza se ela valiosa.
Ainda continuando com a Pokéjato, os procuradores procuram
tanto que descobriram ter apreendido um Pokéjato que abriu o bico, e anda
dizendo onde se escondem outros seus colegas, o que é de grande valia para esta
fase da Operação Java Jato. Este pokéjato boquirroto chama-se, dizem,
StaryuOdebrecht. Pasmem, que ele disse conhecer bem onde podem ser encontrados
o PidgeyTemer, o PincirAécio e o HorseaSerra. Esta nova fase está prometendo, e
devo voltar a ela nas próximas semanas.
Bem, devido aos jogos, que não nos deixam em paz, esperando
diante da TV uma medalha de ouro para o Brasil, eu suspendo por aqui esta
coluna semanal, embora, antes tenha que dizer, para ser justo, como sempre
tento ser, que até ontem o Brasil havia já ganho uma medalha de prata, que foi comemorada
muito, principalmente, no Rio de Janeiro, onde há uma grande competição entre
os bandidos e os turistas. Explico: A medalha foi no Tiro de Carabina. E que
Deus nos proteja.
Procurando ser justo, agora sem repetição, coloco abaixo,
fazendo justiça ao Vinicius de Moraes, um vídeo do “Melô do Impeachment” , em homenagem.
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