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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A semana - Abertura das Olimpíadas, o record do Temer e a Operação Pokéjato Go




Por Zé Carlos

Não tem outra forma de começar a escrever sobre a semana que passou que não seja pelo seu final. O dia 5 de agosto vai ficar marcado em minha memória, não apenas por ser aniversário de uma das minhas filhas. Agora também ela será lembrada pela abertura das Olimpíadas no Rio de Janeiro, que foi um espetáculo marcante. Sei que gastaram muito na construção daquelas favelas onde deitaram e bordaram vários dos nossos artistas famosos como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Anita e também Elza Soares, que pelo rosto estava com uma saudade danada de Garrincha. Simplesmente brilhante, conseguiu empanar até o fedor da Baía de Guanabara e esconder os assaltos no meio da rua, enquanto os gringos procuravam Pokémons.

Desde o início até o seu encerramento que, mesmo sem Pelé, segundo dizem, não foi porque seu patrocinador não deixou, mas, com o Guga, a Hortência e Wanderley Cordeiro de Lima que, apesar de não fazer aviãozinho na chegada, conseguiu acender a tocha. Entretanto, a festa não seria inesquecível se não fosse pela presença de Temer, que só vim descobrir quase no final, quando a câmera focalizou alguém triste e abatido junto do homem do COI. E foi ele o grande astro da noite ao fazer seu discurso, que por dever de ofício tenho que abaixo reproduzi-lo:

“Depois desta maravilhosa festa, declaro inaugurados os Jogos Olímpicos de Rio, que se celebram na uuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhh!!!”

Foi maravilhoso, seguido pelo estouro dos fogos de artifícios, que foram tantos que, certa hora pensei ser um ataque do Estado Islâmico com napalm. Graças a Deus não foi, e até agora não se tem notícias deles, o que espero, continue assim.

E ainda na semana, começaram os jogos que por terem regras diferentes começaram até antes da abertura, no caso, esportes que nos interessam de perto como o futebol. Confesso que gostei mais da Marta do que do Neymar, principalmente, depois do empate de ontem com o Iraque. Que vergonha! Não sei porque ainda a discriminação dos gêneros jogarem separados. Colocando Marta e Formiga na seleção masculina seria medalha de ouro certa.

Bem, mas deixemos as Olimpíadas de lado, pelo menos por hoje, porque o humor que dela provirá abundará nas próximas semanas, sem dúvida. E se pensam que o humor político parou por causa dos jogos, ledo engano. Ele ficou mais aguçado ainda.

Tomem como exemplo a nossa musa, a Dilma, que com certeza viu o espetáculo da abertura, sem ela lá. Eu não vi, mas, dá para imaginar porque o Temer parecia com as orelhas vermelhas na hora do seu recordista discurso. Pois é, ele já começou como o nosso primeiro medalhista de o discurso mais curto de todos os tempos, enquanto a Dilma, mesmo sem comparecer deve ter recebido uma medalha pelo maior número de palavrões ditos por uma presidenta, quando viu o presidente ainda interino bater este recordo e ser saudado com tanto barulho.

Afora estas reações normais, ela continua no seu show de humor intimista, contando as piadas tradicionais: “Foi Golpe!”, “Não sabia de nada!”, “Nunca pedalei!” (dita enquanto pedalava pelas cercanias do Palácio da Alvorada), “O culpado é o FHC!”, “No Congresso abunda a misoginia!” e a mais nova delas, que está fazendo sucesso de público, é quando ela diz que escreverá uma carta, dizendo: “Se eu voltar, eu saio em seguida!”, e promete, assim que estiver de volta ao Palácio do Planalto, ligar uma vitrola e ouvir a Elizeth Cardoso cantando, para se vingar dos organizadores da abertura olímpica que não citaram o autor desta bela canção, que assim termina:

Ai, vontade de ficar mas tendo de ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima um momento breve
De uma estrela pura cuja luz morreu
Numa noite escura, triste como eu

Canção esta que o autor, Vinícius de Moraes deve ter composto para pessoas que querem ser presidentes e não podem por vários motivos.

Desde que o Anastasia apresentou seu relatório à Comissão de Impeachment, e que foi aprovado por ela, que a canção acima, que tem como título original “Serenata do adeus”, é mais conhecida como o “Melô do Impeachment”, por motivos óbvios, é claro. Dizem que também era a canção preferida do Collor e do Richard Nixon, em inglês, é claro.

Para ser justo, como sempre tento ser, não foram só os shows intimistas que prevaleceram na vida atribulada de nossa estrela maior do humor. A Dilma também deu entrevista aos mil. Numa delas ela disse:

“Eu não acho que nenhuma instituição participou do golpe enquanto instituição. Acho que integrantes de todas as instituições, de uma forma ou de outra, tiveram presença no golpe.”

Ou seja, é uma piada onde ela junta golpe com golpe e não tem golpe. A turma vai ao delírio. Ainda falando no golpe, atacou, se referindo ao Temer, lembrando que ele colocou no Palácio um mulher mais bonita que ela, e, além disso, tomou seu lugar nas Olimpiadas:

“…Não foi apenas um traidor. Ele é mais um usurpador. Ele conspirou pelo golpe. E ele, nesse processo de impeachment, se conduziu de forma muito pouco ética comigo e com o conjunto da população brasileira.”

Quando a plateia explode em gargalhadas, ela ainda se lembra de um dos nossos grandes colaboradores, o Lula, que está um pouco sumido tentando provar que não é dono de nada, não sabe de nada em sua briga com o sisudo Sérgio Moro:

“Eu acredito que Lula é um homem íntegro e correto, que tem sido objeto de uma grande perseguição. As pesquisas mostram que é um candidato forte para as eleições de 2018. Não acredito, hoje, que Lula vá ser preso. Se for, haverá uma grande comoção no país. O presidente Lula vai saber responder às acusações de forma correta e mostrar seu compromisso com a justiça do país.”

Vê-se então como o Brasil é o país da piada pronta. Quando chega ao ponto do Lula depender da ajuda de Dilma para não ser preso, é porque a casa caiu para todo mundo que o cercava. E aí, não tem jeito: Rir é o melhor remédio!

E por falar em Sérgio Moro, o juiz, ele esteve na Câmara esta semana falando sobre corrupção. Pois pasmem, o cara não conseguiu tirar um sorriso dos presentes. O cara não está mesmo para fazer graça. Ele disse que não pretende se candidatar a nada, mostrando de uma vez que não tem vocação para o humor. Sua principal tarefa é terminar a Operação Lava Jato que deverá começar breve sua mais fase que será a Operação Pokéjato Go. Explico: A febre do Pokémon Go, um aplicativo para celular, o qual, quem não souber o que significa é porque não tem netos, como eu, levou os procuradores a procurarem Pokémons, que eles chamam de Pokéjatos, pelas ruas do país e até no exterior. Até ontem eles já capturaram o SpearowDirceu, o PoliwagDelúbio, o PidgeyDelcídio,  entre outros que, segundo dizem são Pokéjatos de alta periculosidade e valiosos, segundo meus netos. Estão á procura agora do Pokéjato dos Pokéjatos que se chama KrabbyLula. Eles desconfiam da existência da GeodudeVana, mas, ainda não tem certeza se ela valiosa.

Ainda continuando com a Pokéjato, os procuradores procuram tanto que descobriram ter apreendido um Pokéjato que abriu o bico, e anda dizendo onde se escondem outros seus colegas, o que é de grande valia para esta fase da Operação Java Jato. Este pokéjato boquirroto chama-se, dizem, StaryuOdebrecht. Pasmem, que ele disse conhecer bem onde podem ser encontrados o PidgeyTemer, o PincirAécio e o HorseaSerra. Esta nova fase está prometendo, e devo voltar a ela nas próximas semanas.

Bem, devido aos jogos, que não nos deixam em paz, esperando diante da TV uma medalha de ouro para o Brasil, eu suspendo por aqui esta coluna semanal, embora, antes tenha que dizer, para ser justo, como sempre tento ser, que até ontem o Brasil havia já ganho uma medalha de prata, que foi comemorada muito, principalmente, no Rio de Janeiro, onde há uma grande competição entre os bandidos e os turistas. Explico: A medalha foi no Tiro de Carabina. E que Deus nos proteja.

Procurando ser justo, agora sem repetição, coloco abaixo, fazendo justiça ao Vinicius de Moraes, um vídeo do “Melô do Impeachment” , em homenagem.


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