Por Zezinho de Caetés
Bem, meu senhores e minhas senhoras, apesar do nosso esforço
não conseguimos ir até o final da sessão de julgamento da ex-presidenta, em seu
primeiro dia. Até para nós que labutamos na política, como comentarista, foi
cansativo.
O PT e seus meninos conseguiram esticar a sessão até onde
dava, com vários números e performances que servirão muito bem para a coluna
semanal de humor do Zé Carlos. Desde repetir tudo o que foi dito na Comissão do
Impeachment durante os últimos dias, até o grande show da Gleisi Hoffman, teve
de tudo, como numa luta suja de boxe (Leia o texto lá embaixo para os detalhes
sórdido).
A Vanessa Graidiotin se superou. Com um vestido coberto de
girassóis que a leva a ficar parecida com uma frondosa árvore da Amazônia, não
parava de falar. O Lewandowski, que ao lado do Renan só ficava com uma cara de
quem está morrendo de vontade de fazer pipi, tentava conter os tumultos e
trejeitos criados por ela. E o Renan só ria, talvez, dizendo: “Agora você está vendo o que é bom prá tosse!”.
A senadora Fátima Bezerra deve ter esquecido em casa o
discurso para o início do julgamento e leu um antigo. Só pode ter sido, pois
este era por nós conhecido há muito tempo. Vi que ela não tentou usar a palavra
“golpe”, por um bom tempo, para não
ferir a sensibilidade do presidente do STF, que se veria como um golpista
contumaz.
Agora só falta a Dilma entrar no “golpe”, igual à Escola de Samba da Mangueira no encerramento dos
jogos olímpicos. E ela vai comparecer ao Senado na segunda-feira próxima, e
dizem que o Lula irá com ela, e mais umas 20 pessoas. Ou seja, vai quase a Lava
Jato inteira em defesa da ex-presidenta.
Realmente não sabemos o que o Lula, meu conterrâneo vai
fazer por lá. Será um grande risco para ele se o Sérgio Moro quiser atuar e
levá-lo para a República de Curitiba. Motivo tem. Só falta o momento, e quem
sabe não será no Senado na segunda?
E hoje começa tudo de novo, e agora com as testemunhas de
acusação. Por falar nelas, ontem por pedido do JECa, que anda meio tristonho, o
Lewandowski resolveu transformar o Júlio Marcelo de testemunha em informante,
tal qual Lula era do Golberi, segundo o Romeu Tuma Jr., em priscas eras. Foi a
melhor coisa que foi feita contra a Dilma. O procurador se sentiu mais livre e
solto para ensinar para o Brasil inteiro com quantas pedaladas se faz uma
fraude fiscal e com quantos decretos se destrói a economia de um país. Agora o
país entende perfeitamente por a Dilma tem que sair.
Pensamos ter sido o maior tiro no pé da Dilma que o JECa já
deu. Ao invés de ficar repetindo que foi o Cunha o culpado pelo impeachment,
por desvio de finalidade, agora ficamos sabendo que o culpado foi o Júlio
Marcelo, pela suas precisas e detalhadas informações. Obrigado, Júlio.
E para aqueles que nos acompanham e sabem que gostamos de
transcrever textos interessantes, levo a vocês o Josias de Souza, em seu Blog
hoje na matéria: “Quem tem moral no
Senado?, eis a questão”, onde ele procura detalhar a performance da Gleisi,
agora mais conhecida pelas lambanças do marido com os tomadores de crédito
consignado, do qual nos livramos por um fino.
Fiquem então com Josias, que daqui a pouco vamos começar com
outra dose de impeachment na veia do Brasil, para tentar curá-lo da herança
maldita do PT. E só para terminar, depois de fazerem um muro para dividir as
torcidas lá de frente do Congresso, eu não vi nenhum manifestante por lá, nem
contra nem a favor. Será que já esqueceram a Dilma?
“Quem tem moral no Senado para julgar Dilma?, eis a questão. A
interrogação vem a propósito de um arroubo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)
no primeiro dia do julgamento do processo de impeachment. Antes de responder à
pseudocuriosidade da senadora, vale a pena atrasar o relógio até 1992.
Imaginou-se que o impeachment de Fernando Collor e a posse de Itamar Franco —o
Michel Temer da época— entrariam para a história como marcos moralizadores da
política nacional.
A desfaçatez com que PC Farias —precursor de Delúbio e Vaccari—
comercializava sua influência no governo e dividia propinas com o presidente e
seu grupo político pareciam ótimas oportunidades para o país tomar jeito. Mas
deu tudo errado. Um escândalo produziu outro, e outro, e mais outro… Até
desaguar no mar de lama do mensalão. Que escorreu para o oceano do petrolão.
Que se misturou à ruína econômica no caldeirão em que arde o mandato de Dilma.
Decorridos 24 anos, o país se depara com o segundo processo de impeachment de
sua história e com a pergunta de Gleisi Hoffmann: Quem tem moral…?
Considerando-se que foi com o beneplácito de Lula que o PT se converteu
numa máquina coletora de dinheiro, que o mensalão e o petrolão têm sua origem
na gestão dele, que foi sob o seu patrocínio que petistas e aliados nomearam os
petrogatunos, que Dilma foi eleita e reeleita em cima de uma caixa registradora
tóxica, considerando-se tudo isso, mais o fato de o PT governar o país há 13
anos escorado em sarneys, renans, collors, malufs, cunhas e assemelhados,
chega-se à seguinte conclusão: o objetivo de Gleisi Hoffmann ao questionar a
moral dos colegas é desobrigar a política de fazer sentido.
Durante o governo Sarney, Lula chamava-o de “ladrão”. Golpeado por
Collor abaixo da linha da cintura na campanha presidencial de 1989, Lula pegou
em lanças pelo impeachment. Nessa época, o tratamento mais cortês que Collor
mereceu de Lula e de todo o petismo foi o de “corrupto''. Que dizer dos
insultos que o PT e seu morubixaba trocaram com Maluf? De repente, os
ex-moralistas associaram-se a todos os imorais num mesmo empreendimento
governamental. E anunciaram à nação: “Somos todos aliados! Somos uns a cara
esculpida e escarrada dos outros.”
Antes de borrifar perguntas na atmosfera seca do plenário do Senado,
Gleisi Hoffmann precisaria fornecer respostas: depois que fizeram tanto esforço
para se tornar iguais, como podem supor que ainda é possível distinguir uns dos
outros? Não eram todos aliados até ontem? Não foi sob o poder petista que
Cunha, Collor, Renan, Sarney, Jucá, Barbalho e tantos outros plantaram
bananeira dentro dos cofres da Petrobras e do setor elétrico?
Dilma, Lula e o PT chegaram à condição atual por seus próprios
deméritos. Por três mandatos, abasteceram a coligação governista de propinas. O
mensalão mal havia secado e já existia o petrolão. Deflagrada sob Dilma, a Lava
Jato emparedou corruptos e corruptores. Pela primeira vez, a oligarquia foi
para o xadrez. A corrupção passou a dar cadeia. Interrompido o provimento regular
de dinheiro sujo, aliados foram se convertendo em traidores.
Até bem pouco, Dilma enxergava o Senado como sua última trincheira.
Renan Calheiros era o heroi da resistência. Hoje, madame não consegue juntar 28
votos para salvar o mandato. O petismo é picado pelas serpentes que o poder
petista financiou. Num ambiente assim, tão conspurcado, a companheira Gleisi
renderia homenagens à lógica se evitasse questionar a moral alheia.
Gleisi faria um bem a si mesma se pelo menos adiasse suas reprimendas
para depois do encerramento do processo em que seu marido, Paulo Bernardo, é
acusado de tomar parte de um esquema que assaltou aposentados e servidores
pendurados no empréstimo consignado. A senadora terá muito mais moral depois
que ficar comprovado que seu marido não participou de tamanha imoralidade.
Quem tem moral no Senado para julgar Dilma?, eis a questão. A
interrogação vem a propósito de um arroubo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)
no primeiro dia do julgamento do processo de impeachment. Antes de responder à
pseudocuriosidade da senadora, vale a pena atrasar o relógio até 1992.
Imaginou-se que o impeachment de Fernando Collor e a posse de Itamar Franco —o
Michel Temer da época— entrariam para a história como marcos moralizadores da
política nacional.
A desfaçatez com que PC Farias —precursor de Delúbio e Vaccari—
comercializava sua influência no governo e dividia propinas com o presidente e
seu grupo político pareciam ótimas oportunidades para o país tomar jeito. Mas
deu tudo errado. Um escândalo produziu outro, e outro, e mais outro… Até
desaguar no mar de lama do mensalão. Que escorreu para o oceano do petrolão.
Que se misturou à ruína econômica no caldeirão em que arde o mandato de Dilma.
Decorridos 24 anos, o país se depara com o segundo processo de impeachment de
sua história e com a pergunta de Gleisi Hoffmann: Quem tem moral…?
Considerando-se que foi com o beneplácito de Lula que o PT se converteu
numa máquina coletora de dinheiro, que o mensalão e o petrolão têm sua origem
na gestão dele, que foi sob o seu patrocínio que petistas e aliados nomearam os
petrogatunos, que Dilma foi eleita e reeleita em cima de uma caixa registradora
tóxica, considerando-se tudo isso, mais o fato de o PT governar o país há 13
anos escorado em sarneys, renans, collors, malufs, cunhas e assemelhados,
chega-se à seguinte conclusão: o objetivo de Gleisi Hoffmann ao questionar a
moral dos colegas é desobrigar a política de fazer sentido.
Durante o governo Sarney, Lula chamava-o de “ladrão”. Golpeado por
Collor abaixo da linha da cintura na campanha presidencial de 1989, Lula pegou
em lanças pelo impeachment. Nessa época, o tratamento mais cortês que Collor
mereceu de Lula e de todo o petismo foi o de “corrupto''. Que dizer dos
insultos que o PT e seu morubixaba trocaram com Maluf? De repente, os
ex-moralistas associaram-se a todos os imorais num mesmo empreendimento governamental.
E anunciaram à nação: “Somos todos aliados! Somos uns a cara esculpida e
escarrada dos outros.”
Antes de borrifar perguntas na atmosfera seca do plenário do Senado,
Gleisi Hoffmann precisaria fornecer respostas: depois que fizeram tanto esforço
para se tornar iguais, como podem supor que ainda é possível distinguir uns dos
outros? Não eram todos aliados até ontem? Não foi sob o poder petista que
Cunha, Collor, Renan, Sarney, Jucá, Barbalho e tantos outros plantaram
bananeira dentro dos cofres da Petrobras e do setor elétrico?
Dilma, Lula e o PT chegaram à condição atual por seus próprios
deméritos. Por três mandatos, abasteceram a coligação governista de propinas. O
mensalão mal havia secado e já existia o petrolão. Deflagrada sob Dilma, a Lava
Jato emparedou corruptos e corruptores. Pela primeira vez, a oligarquia foi
para o xadrez. A corrupção passou a dar cadeia. Interrompido o provimento
regular de dinheiro sujo, aliados foram se convertendo em traidores.
Até bem pouco, Dilma enxergava o Senado como sua última trincheira.
Renan Calheiros era o heroi da resistência. Hoje, madame não consegue juntar 28
votos para salvar o mandato. O petismo é picado pelas serpentes que o poder
petista financiou. Num ambiente assim, tão conspurcado, a companheira Gleisi
renderia homenagens à lógica se evitasse questionar a moral alheia.
Gleisi faria um bem a si mesma se pelo menos adiasse suas reprimendas
para depois do encerramento do processo em que seu marido, Paulo Bernardo, é
acusado de tomar parte de um esquema que assaltou aposentados e servidores
pendurados no empréstimo consignado. A senadora terá muito mais moral depois
que ficar comprovado que seu marido não participou de tamanha imoralidade.”
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