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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

SEMPRE NOS ÔNIBUS




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho


Andar de ônibus em cidade grande é divertido, quando no mais é cômico. Nesta manha fui ao centro do Recife. O ônibus superlotado, como sempre, as 7h30mim. O transito engarrafado, os passageiros suavam devido o calor e o motorista impaciente arrancava e freava rápido fazendo com que todos se segurassem para não cair uns sobre os outros. Duas senhoras começaram a se incomodar e reclamar. – O Senhor acha que esta carregando boi? Aqui vão gente e gente velha, tenha mais consciência! Se a senhora sua mãe estivesse aqui o senhor agiria desta forma? Ai começou o burburinho dentro do coletivo. Cada um dava a sua opinião e o transito cada vez mais lento e o calor aumentava. Novos reclamos aconteceram agora com um jovem dos seus dezoitos anos. Saiu do seu lugar e começou a falar mal ao motorista. Ai coisa pegou. O motorista com o cobrador começou a discutir. As palavras de baixo calão começaram a surgir. Um cidadão que estava com a mulher sentada no lugar dos idosos, se arvoreceu contra o motorista dizendo que ele estava desrespeitando os passageiros que ele se mantivesse calado, pois do contrario ligaria para a policia e denunciaria aquele maus tratos e comunicaria a empresa sobre este mau comportamento. Meu amigo eu estou no meu lugar tranquilo, dirigindo sossegado e vem pessoas me esculhambar. Vão todos para “aquele lugar”. Veja o transito desgraçado que estamos enfrentando? Eu posso passar por cima de todos os carros que vão à frente? Então tem que ter paciência e não vir me esculhambar como se eu fosse o culpado. Ai começaram alguns dar razão ao motorista enquanto outros falavam dos palavrões que se fez ouvir. Em frente ai Hospital do Câncer o ônibus parou. Desceu um cidadão e disse para o motorista – Você é muito mal educado, não respeita ninguém! Mais meu senhor que foi eu fiz? Eu não fiz nada a não ser dirigir neste transito maluco. Bem empregado, disse uma senhora! É por isso que tem muita confusão e às vezes acaba em agressão porque não suportamos este tipo de coisa, disse o motorista. Ânimos acalmaram um pouco. Mas, ao descer pela porta traseira, o rapaz provocou o motorista e o cobrador chamando-os de “motorista safado”. O motorista parou o carro e pegou um pedaço de ferro e ia partir para agredir o rapaz, porem as pessoas o seguram sob os gritos de mulheres que ali estava sentada. Eu ia quebrar este cara no pau, mas um dia eu o encontro e ai... Uns cochichos e nada mais. As duas mulheres que reclamaram no inicio, começaram a falar mal da filha da vizinha. Visse mulher, como a Renatinha esta saindo? Adotou a moda piriguete, sainha vendo o fundo da calcinha vermelha, blusa escandalosa, cabelo amarelo cor de fogo, para mim é menina de programa. Toda noite sai e não se sabe a hora que chega. Dona Margarida e Seu Eugenio nada podem fazer – ela é dona do seu nariz. Quando quebrar vem em nosso socorro, dizia. Ontem a noite foi uma confusão danada, por volta das duas e meia da manhã, quando ela chegou. Estava embriagada, e falando coisa sem nexo. O rapaz que veio trazer veio de taxi, Informou aos pais que ela estava num bar na companhia de um senhor já velho, que dava para ser seu pai, a embriagou e colocou no taxi e desapareceu. Tu não ouviste o barulho? Não, não ouvi, disse. Então estavas morta, porque uma confusão daquelas, somente mesmo estando morta. Eu me acordei logo que ela chegou, pois, o moço chamou pelo seu Eugenio. Pois é minha amiga a mulherada esta exagerando no comportamento. A minha filha, não é coisa que se cheire. Tenho todo o dia falado sobre o seu comportamento. A semana passada ela saiu do trabalho, com as amigas e foram para um barzinho. Chegou por volta das duas horas da manha, com bafo de cerveja e o mau cheiro do cigarro. Perdi a paciência. Tinha um cabo de vassoura na cozinha, taquei-lhe no espiaço que ela se contorceu, mais outra paulada que ela saiu direto para a cama chorando e com a costa e as pernas com a marca pela vassourada. O meu marido queria dar-lhe mais, mas eu não deixei, com cinturão. Esta menina vai me levar à loucura ou a delegacia. Eu não criei filha para ser “mulher de programa” é o que vai acontecer com este procedimento. Fomos dormir. No outro dia, ela tinha que ir trabalhar nada falou e não tomou café da manhã pegou a sua bolsa e saiu dizendo – vou me virar. Tu viste mulher eu não me arrependo de nada. Se quiser dar para “puta” que dê mais não frequentando a minha casa, porque aqui a coisa é diferente, o “pau vai comer”. É minha amiga os filhos no tempo de hoje só dão desgosto aos pais, mas o que fazer? É aguentar o sofrimento e a tristeza...

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