Por José Antônio Taveira Belo /
Zetinho
Andar de ônibus em cidade grande
é divertido, quando no mais é cômico. Nesta manha fui ao centro do Recife. O
ônibus superlotado, como sempre, as 7h30mim. O transito engarrafado, os
passageiros suavam devido o calor e o motorista impaciente arrancava e freava
rápido fazendo com que todos se segurassem para não cair uns sobre os outros.
Duas senhoras começaram a se incomodar e reclamar. – O Senhor acha que esta carregando boi? Aqui vão gente e gente velha,
tenha mais consciência! Se a senhora sua mãe estivesse aqui o senhor agiria
desta forma? Ai começou o burburinho dentro do coletivo. Cada um dava a sua
opinião e o transito cada vez mais lento e o calor aumentava. Novos reclamos
aconteceram agora com um jovem dos seus dezoitos anos. Saiu do seu lugar e
começou a falar mal ao motorista. Ai coisa pegou. O motorista com o cobrador
começou a discutir. As palavras de baixo calão começaram a surgir. Um cidadão
que estava com a mulher sentada no lugar dos idosos, se arvoreceu contra o
motorista dizendo que ele estava desrespeitando os passageiros que ele se
mantivesse calado, pois do contrario ligaria para a policia e denunciaria
aquele maus tratos e comunicaria a empresa sobre este mau comportamento. Meu amigo eu estou no meu lugar tranquilo,
dirigindo sossegado e vem pessoas me esculhambar. Vão todos para “aquele
lugar”. Veja o transito desgraçado que estamos enfrentando? Eu posso passar por
cima de todos os carros que vão à frente? Então tem que ter paciência e não vir
me esculhambar como se eu fosse o culpado. Ai começaram alguns dar razão ao
motorista enquanto outros falavam dos palavrões que se fez ouvir. Em frente ai
Hospital do Câncer o ônibus parou. Desceu um cidadão e disse para o motorista –
Você é muito mal educado, não respeita
ninguém! Mais meu senhor que foi eu fiz? Eu não fiz nada a não ser dirigir
neste transito maluco. Bem empregado, disse uma senhora! É por isso que tem
muita confusão e às vezes acaba em agressão porque não suportamos este tipo de
coisa, disse o motorista. Ânimos acalmaram um pouco. Mas, ao descer pela
porta traseira, o rapaz provocou o motorista e o cobrador chamando-os de
“motorista safado”. O motorista parou o carro e pegou um pedaço de ferro e ia
partir para agredir o rapaz, porem as pessoas o seguram sob os gritos de
mulheres que ali estava sentada. Eu ia
quebrar este cara no pau, mas um dia eu o encontro e ai... Uns cochichos e
nada mais. As duas mulheres que reclamaram no inicio, começaram a falar mal da
filha da vizinha. Visse mulher, como a Renatinha esta saindo? Adotou a moda
piriguete, sainha vendo o fundo da calcinha vermelha, blusa escandalosa, cabelo
amarelo cor de fogo, para mim é menina de programa. Toda noite sai e não se
sabe a hora que chega. Dona Margarida e Seu Eugenio nada podem fazer – ela é
dona do seu nariz. Quando quebrar vem em nosso socorro, dizia. Ontem a noite
foi uma confusão danada, por volta das duas e meia da manhã, quando ela chegou.
Estava embriagada, e falando coisa sem nexo. O rapaz que veio trazer veio de
taxi, Informou aos pais que ela estava num bar na companhia de um senhor já
velho, que dava para ser seu pai, a embriagou e colocou
no taxi e desapareceu. Tu não ouviste o barulho? Não, não ouvi, disse. Então
estavas morta, porque uma confusão daquelas, somente mesmo estando morta. Eu me
acordei logo que ela chegou, pois, o moço chamou pelo seu Eugenio. Pois é minha
amiga a mulherada esta exagerando no comportamento. A minha filha, não é coisa
que se cheire. Tenho todo o dia falado sobre o seu comportamento. A semana
passada ela saiu do trabalho, com as amigas e foram para um barzinho. Chegou
por volta das duas horas da manha, com bafo de cerveja e o mau cheiro do
cigarro. Perdi a paciência. Tinha um cabo de vassoura na cozinha, taquei-lhe no
espiaço que ela se contorceu, mais outra paulada que ela saiu direto para a
cama chorando e com a costa e as pernas com a marca pela vassourada. O meu
marido queria dar-lhe mais, mas eu não deixei, com cinturão. Esta menina vai me
levar à loucura ou a delegacia. Eu não criei filha para ser “mulher de
programa” é o que vai acontecer com este procedimento. Fomos dormir. No outro
dia, ela tinha que ir trabalhar nada falou e não tomou café da manhã pegou a
sua bolsa e saiu dizendo – vou me virar. Tu viste mulher eu não me arrependo de
nada. Se quiser dar para “puta” que dê mais não frequentando a minha casa,
porque aqui a coisa é diferente, o “pau vai comer”. É minha amiga os filhos no
tempo de hoje só dão desgosto aos pais, mas o que fazer? É aguentar o
sofrimento e a tristeza...
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