Por Zezinho de Caetés
O texto abaixo transcrito do Sandro Vaia (Blog do Noblat –
08/11/2013) se chama de “BRICS terão
série B”. Em pleno término do campeonato brasileiro de futebol ele vem a
calhar. O que ele diz, com outras palavras, é que o Brasil está mais para o
Náutico do que para o Cruzeiro, mas o PT só ver a tabela de classificação
invertida.
Tudo que este governo tem de bom foi herdado dos anteriores,
principalmente, o respeito ao Plano Real no primeiro governo de Lula, onde ele
tirou as calças para os banqueiros e viu que para sentar na cadeira do
Planalto, tinha que reconhecer que o que vinha sendo feito era bom e o povo
estava gostando. Depois veio o Bolsa Família, hoje considerado o maior programa
de compra de votos do mundo, pois os bolsistas familiares acham que o dinheiro
vem do bolso do Lula, pai dos pobres. Quem seria contra seu próprio pai? E ela
foi outra herança.
Ou seja, a tabela do campeonato é invertida de forma
mentirosa e vergonhosa. Ver o programa eleitoral do PT na TV chega a ser
vexaminoso. São refrãos que não tem mais o mínimo de sentido. Alguém escrevendo
“Abaixo a Ditadura”, quando hoje a
ditadura é exercida pelo Partido, através da cooptação e da intimidação. O que
foi o mensalão senão uma tentativa torpe de tornar o partido senhor da verdade
absoluta através da compra de parlamentares?
O descaso com que estão tratando o processo inflacionário me
mete medo. Só quem viveu o processo hiperinflacionário do Brasil, quando Zé
Sarney, hoje o grande aliado do PT, mandava confiscar o boi no pasto, para que
a carne não subisse de preço, sabe o que isto significa. Será que qualquer
semelhança com a Venezuela é mera coincidência? Penso que, se o partido
continuar no poder, chegaremos logo lá, beijando a múmia do Chávez.
Mas, fiquem com o Vaia que, em rápidas pinceladas mostra
que, em política no Brasil, mentira pode não ter as pernas curtas, e se não
tomarmos cuidado vamos para a Série B.
“Um keynesiano em cada esquina para melhor servir você.
Lembra desse slogan? Era de uma loja que vendia artigos populares -
claro que não tinha Keynes no slogan, era apenas uma loja.
O Brasil é um país peculiar onde o partido que agora está no poder
conseguiu chegar lá porque fez uma declaração pública dizendo que respeitaria
todos os fundamentos da política econômica implantada pelo adversário e contra
a qual ele votou.
E também por ter ampliado um programa que chamava de bolsa esmola e que
a partir do momento em que foi multiplicado passou a ser o maior programa de
inclusão social do mundo. Agora todo mundo pode plantar a sua macaxeira e
manter intacta a sua dignidade.
O país é tão peculiar que descobriu que estava sendo espionado pelas
agências de segurança do governo norte-americano e transformou isso num formoso
cavalo de batalha para ser usado nos programas eleitorais, até que se descobriu
que fazia a mesma coisa, mas com intenções civilizatórias, e não expiatórias.
“Mas é diferente” passou a ser o slogan para justificar tudo o que o
partido no poder criticava nos outros e faz igual. A diferença é que o seu
igual é diferente daquele dos outros. Por que razão? Simples, os outros fazem
coisas para o mal, ao passo que ele faz as mesmas coisas mas é para o bem.
Difícil de entender? É que você não entende a diferença entre a
deontologia do bem e a do mal.
A peculiaridade se tornou tão diferenciada, que o eufemismo tomou o
lugar da verdade.
A inflação anda pelas tabelas beirando perigosamente o teto da meta,
mas o ministro Guido Mantega diz que essa é uma característica inerente a esta
época do ano. A teoria deve ter alguma coisa a ver com a característica da
temperatura do outono. Serão as folhas mortas? Quando o verão chegar, as coisas
vão mudar.
O equilíbrio fiscal sempre teve um significado claro, que é a ação que
não permite -- ou não deve permitir -- que o governo gaste muito mais daquilo
que arrecada. É mais ou menos o efeito carnê das Casas Bahia: não gaste 100 se você
ganha 80. As consequências disso costumam ser desastrosas: chamam elegantemente
de déficit público ou de descontrole das contas públicas. Cobre-se o rombo com
emissão de títulos, aumenta a dívida, a inflação cresce.
O governo inventou a chamada “contabilidade criativa” para mudar o
dinheiro daqui pra lá e fingir que ele nasce em árvore, mas o desalmado mercado
e as agências de avaliação de risco que só se deixam enganar quando interessa a
elas, conhecem os truques e sabem detectá-los à distância.
O fato é que os Brics, que são uma espécie de Fifa que reúne países
emergentes, uma federação inexistente de iniciais que serve para nomear países
em fase de desenvolvimento acelerado, está prestes a rebaixar o Brasil para a
série B.
Tudo isso para provar que é mais difícil criar os fundamentos de um
país sólido e de crescimento sustentável do que encher urnas de votos quando
esse é um fim em si mesmo.”
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