O título que dei a esta postagem sobre o filme do UOL da
semana que passou, é o novo slogan do Tiririca, hoje deputado federal, para
tentar a reeleição no próximo ano. É a última parte do filme e começo meus
comentários por ela, porque representa, no sentido humorístico do filme, a
política brasileira.
Pelo dicionário que uso, micar tem alguns significados
básicos: não ter êxito; gorar, fracassar, malograr ou ficar com um título que
perdeu o valor ou é de difícil aceitação. Neste último caso as ações da empresa
do Eike Batista micaram. No primeiro significam que o Brasil prescisa
urgentemente de uma Reforma Política para não micar. A importância do palhaço
(sem ofensa) Tiririca para seu partido é crucial. Muitos foram eleitos com os
seus sufrágios e, se sua intenção é continuar para ser candidato muitos outros
serão eleitos, e sendo tornam-se também “palhaços”.
Para quem via a propaganda do seu partido na TV, sentiu, que em termos de
gordura corporal, ele cresceu e muito. Este é, se não o único, o ponto mais
hilariante do filme.
Aliás, virou moda, desde Ronald Reagan nos EEUU, passando
por Arnold Schwarzenegger (confesso que fui à internet para saber como se
escreve), e aqui o Romário, o Netinho, além dos BBBs da plantão, sua entrada na
política. Por que então não lançarmos o Roberto Carlos para presidente? Ele já é rei (não sei se ele me mandará tirar
este texto do ar porque não pedi autorização a ele para dizer isto) mas a
monarquia perdeu no plebiscito. Partido é o que não falta. Li ontem que o PSB
lançará o Bernardinho a governador do Rio de Janeiro. Se lançassem o Magrão
aqui, não teria para ninguém.
Com os outros assuntos do filme só ri quando o Maluf canta o
Roberto Carlos. O Maluf é um recordista de condenações, e se fosse preso por
todas elas teria que viver uns 500 anos para cumprir a sentença. E enquanto
isto o óleo de peroba está pela hora da morte no mercado, pois ele usa o
produto para passar em sua cara todos os santos dias. Mas, se algum eleitor
paulista me ler, ele promete que voltará nas próximas eleições como o número
1111. Cara de pau maior, impossível. Desta última condenação ainda cabe
recurso, e de recurso em recurso, a madeira de sua cara virará fóssil.
Pensando bem, se São Paulo ainda é a locomotiva do Brasil,
este já descarrilhou faz tempo. Não percam de ver a farra dos auditores fiscais
da prefeitura. É quase inacreditável o que se vê no filme. Chegamos à triste
conclusão de que, no Brasil, o crime compensa. E como compensa! Li outro dia, o
depoimento de um empresário paulista, que não se identifica, e não é por isso
que não diz a verdade, de que em São Paulo, é difícil se ter um negócio onde
não se pague propina, para que ele funcione. Isto é, em parte, devido a nossa
grande burocracia, mas, também, é devido à esgarçadura moral do nosso tempo. E se
só fosse em São Paulo, seria ótimo. Os “Reis
do Camarote” (apelido dado, pela sua vida nababesca, a Alexandre Almeida,
um dos fiscais envolvidos), existem em todos os lugares, cumprindo também seus
Dez Mandamentos. E o mais triste é o que diz uma mocinha no filme, que ele
declara que rouba mesmo. Vamos ver em que dar, tendo recursos, bons advogados e
embargos infringentes.
Agora fiquem com o resumo do roteiro do filme do UOL, se
quiserem rir, comecem pelo fim, vendo a propagando do Tiririca, porque sem ele
o filme mica. O resto é um choro só, apesar da bela canção do Roberto.
“O deputado federal
Paulo Maluf (PP-SP) parece não ter levado muito a sério a sua condenação no
Tribunal de Justiça e a suspensão dos seus direitos políticos por conta do
superfaturamento de obra na época em que era prefeito de São Paulo. Prova disso
é que ele está em campanha e convidou até uma repórter do UOL a votar nele. E
na semana do 'Rei do Camarote', auditores fiscais da Prefeitura de São Paulo
investigados pelo Ministério Público mostram que eles também têm vida de luxo, riqueza
e ostentação.”
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