“A ousadia do MST
O Estado de S. Paulo
Já foi o tempo em que o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadia “latifúndios improdutivos”,
nome que o bando usa para qualificar qualquer fazenda que ocupa e depreda em
nome do que chama de “reforma agrária”. Antenado com as novas tendências e
ciente de que a luta contra a corrupção está na crista da onda, o MST deflagrou
sua mais recente “jornada nacional de luta pela reforma agrária” sob o slogan
“Corruptos, devolvam nossas terras!”.
É claro que se trata de rematada
impostura, mas não se pode esperar nada diferente de um movimento cuja origem –
é o que eles dizem em seu site – remonta aos “primeiros indígenas” que “se
levantaram contra a mercantilização e apropriação pelos invasores portugueses
do que era comum e coletivo: a terra, bem da natureza”. É em nome dessa alegada
injustiça histórica que o MST há mais de três décadas usa a causa dos pequenos
agricultores como pretexto para seus propósitos delinquentes e liberticidas.
Um desses propósitos atualmente é
defender o ex-presidente Lula da Silva e o PT, partido do qual o MST é braço.
Não faz muito tempo, em fevereiro de 2015, Lula invocou o “exército de
Stédile”, em referência ao líder do MST, João Pedro Stédile, quando precisou
amedrontar os brasileiros no momento em que estes exigiam, em grandes
manifestações, a destituição da então presidente Dilma Rousseff.
Assim, a alardeada indignação do
MST com a corrupção, que motivou as mais recentes invasões, nada tem a ver com
Lula, já condenado em primeira instância por corrupção e lavagem de dinheiro.
Tampouco tem a ver com os outros petistas encarcerados ou processados em casos
semelhantes ao do chefão do partido. Essa corrupção não interessa ao MST, é
claro.
O “exército de Stédile” preferiu
concentrar-se em terras de “latifundiários” que “são acusados, no cumprimento
de função pública, de atos de corrupção”. Sob esse excêntrico argumento, que
nada tem a ver com reforma agrária, invadiu a fazenda de um amigo do presidente
Michel Temer, além de terras do ex-presidente da Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) Ricardo Teixeira, da família do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e
da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, entre outras propriedades.
O MST reivindica a fazenda de
Ricardo Teixeira dizendo que o ex-cartola “não só desencadeou todo um sistema
de estelionato sobre o futebol e lavagem de dinheiro no Brasil”, como “sua
expertise em corrupção no futebol é pauta do FBI e da polícia espanhola”.
Segundo o grupo, Ricardo Teixeira lavou dinheiro da corrupção por meio da
aquisição “de grandes extensões de terra”.
Já para justificar a invasão da
fazenda pertencente a uma empresa de João Batista Lima Filho, o MST informou
que aquelas terras devem ser destinadas à reforma agrária porque Lima Filho é
“parceiro de longa data do presidente golpista” e, “de acordo com diversas
denúncias”, ajudou Temer “a construir sua carreira política e seu vultoso
aumento de patrimônio, com base em propinas e extorsões”. Para completar o
engodo, Mercedes Zuliane, dirigente nacional do MST, informou que os invasores
estavam ali para fazer justiça histórica: “Somos herdeiros de uma história da
oligarquia corrupta que adquiriu terras assassinando indígenas, escravizando e
cometendo atrocidades no processo de formação da sociedade brasileira. Estamos
aqui para cobrar o que é nosso por direito. Todas as terras de corruptos devem
ser devolvidas ao povo”.
Tudo isso seria apenas anedótico
não fosse a constatação de que o MST continua a atuar livremente, embora
infrinja a lei dia e noite. Mais do que isso: confiante na impunidade, sente-se
estimulado a cometer seus crimes em nome de uma agenda política deletéria, que
inclui não apenas “derrotar o projeto da burguesia”, mas também promover a defesa
intransigente de ditaduras latino-americanas, como a da Venezuela, com a qual,
aliás, o MST mantém estreita colaboração. O Estado não pode continuar inerte
diante de quem desafia a ordem de modo tão insolente.”
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AGD comenta:
Eu fico refletindo o que
aconteceria se alguém ou algum grupo tivesse razão ao se lembrar da história,
justificasse todos os seus atos baseados nela. Imaginem, um grupo de bom-conselhenses
reivindicando participar da missa das 9:00 em nossa Matriz de Jesus Maria e
José, porque historicamente era quase um direito do cidadão da cidade
assisti-la, e hoje, soube, não existe mais. O que faria o novo pároco?
Isto me veio à mente pelo
procedimento de invasão de terras do MST, contado acima pelo editorialista do
Estadão, com a justificativa das terras pertencerem historicamente aos
brasileiros, agora com o viés de se invadir terras de pessoas acusadas de
corrupção, sem ainda nem serem condenados por isto.
Eu não sei o que dirá o Lula a
este respeito, pois, se alguns que tiveram as terras invadidas ainda são só
acusados, imaginem ele que já foi condenado por ser detentor do já conhecido “tríplex do Guarujá”.
Será que o MST, em seu ramo
urbano não irá ocupar o prédio que a Justiça diz ser do Lula por obra e graça
da corrupção? E o sítio de Atibaia, que Lula diz ter apenas os pedalinhos do
Lago, enquanto a PF diz que é todo dele por força também de práticas corruptas,
não daria, pelo menos, um bom pomar, para o MST, mesmo que queimasse os
pedalinhos?
No final das contas, o princípio
chave de um Estado Democrático de Direito é o respeito à Lei. Sem isto, caímos num
limbo total, e na incerteza, como está ocorrendo agora. Os cidadãos precisam,
para cumprir a lei, ter a certeza de que se não cumpri-la, o serão forçados a
fazer isto pelos que são ungidos no papel de mantenedor da ordem, que é o
Estado, em nosso caso, e suas instituições.
A ideia de “progressismo social” com o qual se pretende encurtar ou excluir as injustiças históricas,
até aqui, só gerou outras injustiças e atraso para todos. A ideia que a
natureza não anda aos saltos é muito mais prudente para todos, e no final,
todos sobem juntos. As mudanças bruscas sempre trouxeram maiores problemas do
que soluções. Ou seja, o “conservadorismo moderado”, ainda é a melhor ação, em todos os sentidos.
Bem, para quem pretendia, apenas
dizer que não tinha comentários sobre a bandalheira do MST, já escrevi
bastante. Até a próxima!
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