Eu, desde os tempos que acompanho
a cena política, nunca tinha me deparado com um espetáculo tão ridículo quanto
o que vi ontem no Senado. A desfaçatez da oposição realmente não tem limites.
O episódio da tomada da Mesa
diretora por algumas senadoras, coadjuvados por alguns senadores, que fez o
presidente do Senado, ao invés de mandar a polícia feminina do Senado tirá-las
de lá (feminina para evitar o machismo politicamente correto), cortar o som dos
microfones e apagar a luz foi realmente grotesco.
Quando olhei para as senadoras Gleisi
Hoffmann, Fátima Bezerra e Vanessa Graidiotin, refastelando-se em marmitas na
mesa do Senado, que deveria estar ocupada pelos seus dirigentes para votação da
Reforma Trabalhista, fiquei pensando, do que será capaz a oposição para não
soltar o osso do poder.
Foi um espetáculo, além do que já
estamos passando, tendo um presidente em exercício, denunciado por corrupção,
chocante. Ele, certamente, envergonhou o Brasil, interna e externamente. A
forma como comia a Fátima Bezerra, que parecia mais menino faminto quando chega
da escola, deve ter feito gelar o sangue de muitos nordestinos, e
principalmente, de seus conterrâneos do Rio Grande do Norte.
E o Lindbergh Farias, mais
conhecido como Lindinho nas planilhas suspeitas da Odebrecht comandava a massa
balançando a pança. E outros petistas de alto coturno, ainda, mesmo
envergonhados, tentavam dar razão a tamanha lambança.
A senadora Gleisi, que foi a cabeça
do movimento, se é que um show mambembe daqueles poderia ter alguma cabeça, com
seu modelito sofisticado defendendo os pobres era simplesmente uma visão
nojenta. Mas, depois de tantas descobertas sobre seus feitos e seu caráter, o
que poderia se esperar?
Talvez, tenha sido bom para
aqueles que veem na Reforma uma maneira de melhorar o desempenho dos
trabalhadores no Brasil, pois, tenho certeza, o espetáculo circense deve ter
levado ao placar de 50 x 26, que nem o governo esperava. O seja, o tiro saiu
pela culatra, como já vem ocorrendo com certas atitudes da oposição.
Talvez, até, fosse bom que, ao
votar a Reforma da Previdência, a trupe que ontem se se apresentou tão bem, voltasse
ao palco para que o “escurinho do Senado”,
lançasse luz na mente de todos os congressistas para também aprová-la.
O que se espera agora é que, em
2018 esta turma não volte mais a não ser contratada como palhaços para, quando
necessário, atuarem no Congresso. E quem sabe, uma apresentação no STF e até no
Palácio do Jaburu, não faria bem à mente de todos?
Vejam em relação ao acontecido o
que diz a Eliane Cantanhêde como um resumo crítico do evento ditatorial das
mulheres do Senado:
“As senadoras de oposição estão fazendo exatamente a mesma coisa que os
partidos governistas fazem na Câmara: tentando ganhar tempo, ou ganhar no
tapetão, num reconhecimento de fragilidade, fraqueza, falta de votos.
Gleisi Hoffmann, Fátima Bezerra e Vanessa Grazziotin, entre outras,
ocuparam a presidência do Senado contra a reforma trabalhista, admitindo que a
oposição não tem voto para impedir a atualização da CLT, num quadro com quase
14 milhões de desempregados. É inédito e surpreendente.
E o presidente Michel Temer comanda a ação de seis partidos da base
aliada para substituir os membros da CCJ da Câmara que se declaram dispostos a
autorizar o processo contra ele no Supremo. Já foram 18 substituições, entre
titulares e suplentes. O que é isso? A admissão de que, se fosse no voto, com a
composição original, o governo perderia.
Então, em vez de luta política, de ideias, de voto, temos outras formas
parlamentares em ação: ganhar no grito, no tapetão, impedindo a livre
manifestação de deputados e senadores e a vitória da maioria nas casas onde
todos foram eleitos pelo povo.”
Para descontrair e não perder o
rumo, eu lembrei de uma música de minha adolescência que dizia:
“No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz...”
Eu parafraseio dizendo:
No escurinho de Senado
Come-se marmitas, feliz
Bem pertinho dos problemas
Longe de um final feliz...
É isto, a arte reproduz a vida,
inclusive nas coisas feias. E o Brasil tenta continuar...
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