“Complexo de Pinóquio
Por Mary Zaidan
O desprezo do PT pela democracia
dispensaria novos exemplos. Mas seus integrantes fazem questão de exibi-los com
alucinada frequência. Se geralmente já se postam como vítimas de um inimigo
invisível, quando acuados pelos fatos reagem com ameaças. A da vez é de que não
aceitarão uma eleição presidencial sem Lula.
Só não dizem como. Com greves
gerais? Quebradeira? Luta armada?
Feita da tribuna do Senado pela
presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, na quarta-feira, 12, a bravata se
repetiu no dia seguinte, quando Lula convocou a imprensa para uma suposta
entrevista coletiva na qual foram vetadas perguntas dos jornalistas. Antes do
monólogo, Gleisi lançou a nova campanha petista: eleição sem Lula é fraude.
O mote e a peça, já impressa,
estarão em todos os cantos. Nas viagens de campanha programadas por Lula (o
circuito começa em agosto e inclui 22 cidades) e nas tentativas dos ditos
movimentos sociais de colocar gente na rua, a primeira delas na próxima
quinta-feira, 20.
Diante da sentença do juiz Sérgio
Moro condenando Lula a nove anos e seis meses de prisão, é até compreensível o
esperneio do PT. Tentar empolgar a militância, manifestar, ocupar as ruas é
parte saudável da democracia. Mas fazê-lo tendo a mentira como premissa são
outros quinhentos.
O slogan “eleição sem Lula é
fraude” é exatamente isso: ludibrio, tapeação. E agride frontalmente a Justiça,
um dos tripés da organização do Estado democrático.
Lula foi denunciado, exerceu seu
direito de defesa e, ao fim e ao cabo, considerado culpado no primeiro dos
cinco processos que correm contra ele. Poderá recorrer em liberdade, uma
concessão que nem todos têm. Se sua sentença for mantida em segundo grau,
ficará inelegível, impossibilitado de disputar eleições.
No máximo, vai se igualar a
outros tantos que tiveram suas candidaturas impugnadas. Só em 2016, a Lei da
Ficha Limpa barrou 2.300 candidatos. E isso não fez com que o pleito do ano
passado fosse considerado uma farsa.
Mas o PT não vislumbra
alternativas. Vai insistir na falácia de que Moro persegue Lula assim como fez
com a presidente deposta Dilma Rousseff, quando transformou um rito
constitucional em golpe.
O patético protesto de ocupação
da mesa diretora do Senado, liderado por Gleisi, interrompendo a votação da
reforma trabalhista, que acabou aprovada por acachapantes 50 votos a 26,
encontra-se na mesma linha torta de apelo antidemocrático.
Sem argumentos, substituiu-se o
legítimo direito à obstrução parlamentar por vandalismo. Tivesse algum juízo ou
inteligência, a votação seria impedida dedicando-se, por exemplo, a ocupar a
sessão com a leitura da CLT. Instruída não pelos votos que recebeu dos
paranaenses, mas pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, Gleisi nem pensou
nisso.
A atenção da primeira mulher a
presidir o PT pairava em outra seara, mais precisamente no primeiro processo em
que uma senadora se tornou ré. Ao lado do marido Paulo Bernardo (ex-ministro de
Comunicações de Dilma e do Planejamento de Lula), Gleisi é acusada de receber
doações ilícitas com dinheiro desviado da Petrobras. Arrolou Lula como testemunha
de defesa e dele obteve apoio total na oitiva realizada em São Paulo, a mando
do ministro Edson Fachin, cinco dias antes de ela reincidir na ameaça à nação
caso o ex fique fora da disputa em 2018.
Define-se aí uma ligação de
lealdade que extrapola o dia a dia da política. Ambos são fiadores e devedores
um do outro.
Gleisi é uma militante aguerrida.
E Lula usa e abusa da energia dela. É hoje a melhor -- talvez única -- ponta de
lança do ex, que parte para o confronto e se esgoela na tribuna do Senado.
Ali ela tripudia adversários,
anima partidários, fala aos fiéis. Grita contra Moro, chamando-o ora de
“animador de torcida”, ora de “covarde”. Critica a mídia, que, segundo ela, é o
público que o magistrado curitibano queria agradar ao proferir a sentença
contra Lula.
Encarna o que o PT sabe fazer de
melhor: empina o nariz, deixando-o livre para pinoquiar.”
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AGD Comenta:
Mentir e coçar, é só começar. E o
PT começou a mentir aos trabalhadores desde sua criação. A velha ideia da luta
de classes entre trabalho e capital, foi a mentira que fez o Partido começar na
década de 70/80, e continua até hoje.
Os seguidores de Lula sempre
foram pessoas que mentiam aos outros ou a si próprios. No plano acadêmico de
quando em vez, a sociedade é assaltada por mentiras que a levam aos piores
sofrimentos. Penso no nazismo, na Alemanha e comunismo na União Soviética e em
Cuba. Ele vem e vão, deixando suas mazelas.
Aqui no Brasil, depois da mentira
da famosa Carta aos Brasileiros, com a qual o Lula conquistou o voto dos
enganados em 2002, a mentira foi cada dia maior, e mais cruel para com o povo,
pois se baseou na posse do Estado para fins não republicanos, usando-o para uma
permanência no poder, a la Fidel Castro ou a la Hitler.
Isto não poderia ter sido feito
sem a corrupção desenfreada, como hoje se descobre aqui e nos países ditos “bolivarianos”,
dos quais a Venezuela é o exemplo maior. Estava lendo outro dia que o volume de
dinheiro envolvido na corrupção naquele país, mesmo sendo um país com menos
potencial e área menores do que o nosso, já é de mais de 10 vezes o nosso. E
vejam que, pelas descobertas recentes, a nossa corrupção movimentou (e
movimenta) muito dinheiro ainda.
A ideia que a corrupção (que nada
mais é do que uma mentira monetária) tira dinheiro da saúde, da educação e
infraestrutura não se sustenta muito quando pensamos que o dinheiro nela
envolvido continua a girar pelo sistema de alguma forma. Seu grande problema é
a impossibilidade de gerar padrões de prioridade, quando não se sabe o que se
tem, nem como será usado.
É ser ela, a mentira, uma falha
em nossos princípios que nos impossibilita dizer se estamos indo para frente ou
para trás como pessoas. Em suma, perdemos o “norte”, pela falta de um ímã de
princípios. E a sociedade que chega a uma situação onde a mentira e corrupção
imperam, tem apenas o risco de sucumbir.
Voltando ao texto da Mary Zaidan,
acima transcrito, no qual ela fala sobre o mote petista atual de quem sem Lula
não haverá eleições, sem dizer como isto é possível num país em que há ainda juízes
e leis, apenas pode nos levar ao caos completo.
Seria muito esperar de Lula, com
sua história de mentiras mil, que ele se comportasse como um estadista, pois
isto nem existe na cabeça dele. Como dizia o Emílio Odebrecht ele é apenas um “bon vivant”. Ele teve a chance de sair da história do país pela porta da frente
quando fez um governo num período de desenvolvimento mundial do qual o Brasil
se beneficiou. Mas, como “a medida do ter, nunca se encheu”, como se dizia em minha terra, quis, além do governo, sair dele rico. E deu no que
deu.
Ou seja, o país, mais uma vez
pode ficar à mercê das mentiras do Lula, e o que é pior das mentiras da Gleisi
Hoffimann. Aliás, quando esta mulher, que já é ré, será julgada? Tem que descer
para o Sérgio Moro.
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