Por Zezinho de Caetés
Depois de romper o ano nas escaldantes areias de Boa Viagem,
recolho-me ao meu retiro espiritual de Ano Novo. Como escaldantes, à noite, oh
infiel?! Simples oh caro descrente: Tudo no Brasil de hoje é quente como o
inferno de Dante. E no círculo em que estou, apenas, sigo a mídia.
Ofereço-lhes para leitura meditativa, neste primeiro dia
útil do ano, um texto que foi publicado no Blog do Noblat, no último sábado,
pelo Ruy Fabiano. Título não muito original: “Feliz ano novo”. A originalidade só se revela durante sua leitura,
porque ela mostra ou pergunta como se pode pensar em felicidade com o PT no
poder?
As nossas chances de voltarmos a ser um país promissor são
mínimas se não conseguirmos colocar na história, ou estória, o bolivarianismo
que nos assola, e que a nossa presidenta incompetenta segue com uma cegueira
nunca vista, embora de forma atabalhoada, com permite seu nível de
inteligência.
Hoje, só temos uma esperança: Nós mesmos! Temos que mostrar,
nas ruas, que chega de tanto despautérios políticos e que queremos mudança já.
Está mais do que comprovado que o bolivarianismo do nosso Judiciário se atém só
ao STF, o que já era esperado, pois este é o ritual a ser seguido pelos
governos medíocres da América Latina, que tentaram seguir o passarinho Hugo
Chávez. Mas, no meio do caminho existia um juiz Moro, no meio do caminho havia
alguns políticos sérios, e na Argentina havia um Macri.
Todavia, o mais importante do texto abaixo é o dito muito
conhecido e adequado para nossa situação de que “quem pensa estar entendendo tudo o que se passa, está mal informado”.
Então, tudo depende de nós, na voz e no voto, livrar o país do meu conterrâneo
Lula, mandando-o o mais breve possível para Caetés, que nossa Academia o espero
de braços abertos. Isto eu digo por mim, mas, não posso garantir por alguns
conterrâneos, mais radicais.
Fiquem, com o Ruy Fabiano, e meditem sobre este ano novo,
rezando para que ele não repita 2015, a não ser em seus aspectos positivos,
como a Lava Jato.
“Não há sinais de otimismo no horizonte do ano que se inicia. Os
números da economia continuam implacáveis e a opção do governo pela fórmula que
levou o país à ruína, a tal nova matriz econômica, personificada na figura do
novo ministro da Fazenda, Nélson Barbosa, aumentou o pessimismo do mercado.
Joaquim Levy, que representava a lógica da aritmética elementar,
segundo a qual dois mais dois são quatro, confrontou-se com a lógica petista,
que despreza tais detalhes.
Mais: embora domine a lógica dos números, Levy ignora a da política,
que o devorou. Sua saída representou o fim da expectativa do mercado de
recuperação da economia por meio do atual governo.
Não bastasse, a Lava Jato, com sua interminável cartola de coelhos
infratores, continua a todo vapor. As novas delações e investigações
aproximam-se cada vez mais de Lula e Dilma. Sabe-se, por exemplo, que a Andrade
Gutierrez doou R$ 100 milhões dos pixulecos da Petrobras à campanha de Dilma de
2014.
Lula, por sua vez, está, entre muitos outros, com um novo problemão –
um triproblemão, como diriam os gaúchos: o tríplex em Guarujá, em nome de sua
mulher, dona Marisa, sob suspeita de lhe ter sido brindado, além de reformado,
pela empreiteira OAS.
Não é pouco. Além dos problemas em que pessoalmente se envolveu, Lula vê-se
diante de situação no mínimo constrangedora: diversos de seus mais íntimos
amigos presos, entre os quais o caixa-preta José Carlos Bumlai, os filhos
investigados e agora a esposa tendo que prestar esclarecimentos imobiliários.
O governo manobra na esfera parlamentar e, com a ajuda bolivariana do
STF, conseguiu zerar o processo, mas não eliminá-lo. Nessa área, as ruas
ditarão o comportamento futuro dos parlamentares. Se houver pressão popular,
não há liberação de verba que sustente o voto governista da maioria.
Napoleão dizia que a um soldado pode-se pedir tudo, menos que se sente
sobre a baioneta. A um político, também: pode-se pedir tudo, menos que se
suicide eleitoralmente – sua baioneta é a urna. E, em outubro, haverá eleições
municipais.
Ainda que aí triunfe no campo parlamentar, o governo não tem controle
sobre a esfera policial. Sabe-se que o ministro da Justiça, Eduardo Cardoso,
cuja cabeça, a pedido de Lula, já esteve a prêmio (o que é uma injustiça a quem
tanto preza a disciplina partidária), faz a sua parte, cortando verbas da
Polícia Federal. Mas o que já está apurado na Lava Jato é suficiente para
manter a tensão política e levar muitos graúdos ao juiz Sérgio Moro, Curitiba.
Não se sabe como tudo isso se desdobrará. A situação é aquela que
forjou a velha máxima: quem disser que sabe o que vai acontecer está no mínimo
mal informado. Ou seja, tudo pode acontecer – menos nada (numa paródia da
máxima original, que diz “tudo, inclusive nada”).
Não há espaço para o nada, inclusive porque muita coisa já aconteceu. A
Lava Jato impediu que o PT impusesse seu projeto hegemônico de poder. Impediu,
por exemplo, que conferisse aos “movimentos sociais” status de agente estatal,
com voto em decisões governamentais e acima do Congresso.
A Lava Jato também liquidou a popularidade do PT e do mito Lula. As
pesquisas indicam que, pelo menos no curto e no médio prazos (no longo, todos
estaremos mortos), ambos estão feridos de morte. Lula hoje já não circula em
público – e, quando o faz, recolhe vaias – e fala apenas a plateias amestradas.
Não é pouco. Quem imaginava, há dois anos, o líder máximo do PT, que
seus seguidores imaginavam recebendo o prêmio Nobel ou à frente da ONU, depondo
seguidamente em delegacias da PF, com a família o coadjuvando? Pois é: tudo em
2015, numa sucessão vertiginosa de acontecimentos irrevogáveis. Não se desfrita
um ovo – e Lula e PT estão submetidos a esta lei implacável da natureza.
O que será de 2016? Será uma queda de braço entre esses fatores
estabelecidos em 2015 e o empenho do governo de neutralizá-los – a tentativa de
desfritar o ovo.
A índole maquiavélica pode colher resultados na esfera parlamentar,
mas, mesmo aí, dependerá de fatores que não controla: os efeitos da catástrofe
econômica e do strip-tease moral sobre o ânimo de uma população massacrada por
péssimos serviços públicos, carga de impostos avassaladora e índice crescente
de desemprego.
A aeronave do ano novo já está em curso com a velha, velhíssima, carga
de problemas. O mapa de bordo nem o piloto conhece. Para não abdicar do
otimismo, e na falta do que dizer, repita-se o velho mantra: feliz ano novo!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário