Por Zé Carlos
Esta semana começou com ameaças de greves dos professores
universitários. Eu coloco o assunto aqui porque participei, direta ou
indiretamente, de várias delas quando ainda estava na ativa. Nunca fui, em
geral, contra as greves, mas, das que participei, vi que é um transtorno para
todos os envolvidos. Mesmo não sendo contra elas, confesso que fui contra
algumas. O nosso meio universitário, que, quase por definição, deveria ser o
mais politizado, muitas vezes chega às raias do paroxismo (sempre quis escrever
esta palavra, e nunca tinha tido oportunidade) ao colocar o momento político
acima dos objetivos maiores de sua profissão. Mas, e onde está a graça disso,
perguntarão meus 9 leitores, já preocupados que eu tenha desistido do humor, ou
seja, tornando-me não sério. Riam do assunto por duas constatações: Primeira,
até agora, não vi nenhuma greve de professores do ensino médio, em governos do
PT. Segunda, eu, como aposentado da categoria dos professores universitários,
teria mais influência na decisão de entrar em greve do que os professores da
ativa, que normalmente, não aparecem nas reuniões do sindicato. Se não riram, é
porque não estão nem aí para greves. O que pode até ser justificável.
Aí vocês dirão, começou com riso mais terminou de forma
séria, ou não? E há semana neste país que termine sem riso, enquanto tivermos a
Dilma como nossa protagonista? Eu já disse e repito, o país só se tornará um “país sério”, isto é, com o humor
necessário à vida, quando a presidente vier trabalhar conosco em tempo integral
e dedicação exclusiva. Já no fim de semana foi publicada uma entrevista, que
ela deu a um revista mexicana, sobre assuntos mil, onde a presidente mostrou o
tamanho de sua cultura em assuntos mexicanos. Deve ter provocado riso em toda a
América Latina, ou seja, está se internacionalizando. Vejam, como exemplo, este
trecho (aqueles nossos leitores que têm controle sobre o riso podem ver a
entrevista completa aqui):
“...Presidenta: Por
que eu e perguntei isso? Sabe por quê? Teve um teatrólogo brasileiro, que você
deve conhecer, Nelson Rodrigues, que, além, disso, foi um colunista de futebol.
Jornalista: Sim,
claro.
Presidenta: Que quando
se referia à Seleção Brasileira, dizia que a Seleção Brasileira era a pátria de
chuteiras, a pátria verde e amarela de chuteiras, Lá, a Seleção Mexicana é a
pátria azul, branca e verde...
Jornalista: Não, a
camisa é verde, a camisa da Seleção. Sim, é verde.
Presidenta: É verde?
Então, é a pátria verde e chuteiras. A nossa também às vezes é verde, hein?....”
Vejam outro trecho, ou melhor, vejam quando terminarem de
rir do anterior, no qual ela não decorou as cores da bandeira nem da seleção
mexicanas:
“...Jornalista: Agora
deixa eu fazer uma pergunta, uma pergunta…
Dilma: Agora, a
Petrobras é tão importante para o Brasil como a Seleção.
Jornalista: Claro.
Dilma: Então, eu
sempre disse o seguinte: “Se a Seleção Brasileira é a pátria de chuteiras, a
Petrobras é a pátria com as mãos sujas de óleo.”
Jornalista: Ah, isso é
muito bom, presidente, é uma frase muito boa!
Dilma: E vocês têm
também a pátria suja de óleo lá, a mão suja de óleo.....”
Observem a capacidade desta senhora para fazer humor. Alguém
pode imaginar ela ficar na presidência enquanto esta coluna a espera
ansiosamente, talvez para aumentar sua audiência de 9 para 15 ou 20 leitores?
Tenho que aderir: “Fora, Dilma! Vem para
a coluna você também! Vem!”. Eu
iria colocar que ela disse também que o impeachment é uma “luta política”, como se isso fosse uma novidade. Mas não faço, porque
ainda quero meus leitores vivos. É muita capacidade humorística para ficar na
presidência. Para o bem da coluna que venha o impeachment.
Se há ainda algum leitor lendo-me depois de tudo isto, o que
seria um milagre, vamos voltar à nossa semana normal. Vocês já sabiam que,
hoje, já difícil encontrar um produto no país que não tenha a frase: “Made in China”. Pois, diante da crise
pela qual passamos, os chineses resolveram pela invasão ampla, geral e
irrestrita. Vieram colocar preço no
Brasil. A presidente Dilma, recebeu com pompas e circunstâncias os dirigentes
daquele país e houve uma ampla negociação. Dilma pediu um preço, que com a
inflação, era um pechincha, e o motivo do riso é que os chineses recusaram.
Resolveram colocar um dinheirinho aqui no país para construir um novo “trem bala” que vai atravessar o Brasil,
de ponta a ponta. Ou seja, aos poucos vão transformar o país num produto “Made in China”.
E isto não levará muito tempo se a crise econômica não for
debelada pelo Levy, o Tristonho. Ele mandou cortar 80 bilhões de reais do
orçamento, e a Dilma só cortou 69 bilhões. Ele exigiu explicações e apenas foi
dito que este era um número cabalístico. Eu não sei o porquê. Alguém sabe? Só sei que, por causa desta divergência, o
Levy, o Enfadonho, bateu o pé e disse que não iria ao anúncio dos cortes
orçamentários. O negócio está muito sério. O chineses têm mesmo é que se
aproveitar.
Diante do quadro político e econômico no qual até vaca não
reconhece bezerro, a presidente se reuniu com o nosso outro grande colaborador,
o Lula, lá na Granja do Torto, onde hoje trabalha um dos nossos primeiros-ministros,
para uma conversa de criador para criatura. Não sei, infelizmente, os detalhes
do que foi lá tratado. Só sei que o que se falou deve ser de humor de alto
quilate. Imaginem, se Lula e Dilma, isolados já fazem humor, imaginem os dois
juntos, e mais o Mercadante e o Temer. Penso que o assunto não foi divulgado
para não matar alguém de rir. Imaginem que o Lula voltou para São Paulo, mas
não compareceu à reunião do Diretório do PT que discutiu a convenção nacional
do partido, no mês que vem. Outros podem não saber o motivo, mas, para quem lê
esta coluna semanal isto não é nada estranho. Ele simplesmente evitou que os
militantes do PT (que hoje já se contam nos dedos de Lula) caíssem também na
gargalhada.
E o acontecimento mais importante da semana foi a aprovação
do Luiz Fachin para o STF. E o vídeo do UOL, que apresentamos lá embaixo,
apresenta em grande estilo. Como já disse, eu não entendo muito destas coisas
de juristas, a não ser saber que adoram fazer juras de amor. Tentei, juro,
entender a sabatina e não entendi e continuo estranhando porque tanta confusão
na indicação da presidente. Queriam o que? Que ela indicasse outra vez o
Joaquim Barbosa?
Tem alguém vivo ainda? Então morte a estes infiéis! Vocês
imaginam qual foi o assunto mais importante discutido na CPI da Petrobrás esta
semana? Segurem-se nas poltronas. Descobriram que o José Janene, sim, aquele
envolvido até os cabelos no escândalo do mensalão, que havia morrido,
realmente, não morreu. Pelo menos, os presentes na sessão desta quarta-feira,
20, foram surpreendidos pela declaração
do presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-RJ), de que ele iria pedir a
exumação do corpo do deputado que teria forjado a própria morte para escapar de
condenações do processo do mensalão. E pasmem, Hugo Motta disse que a
informação lhe foi passada pela própria viúva do ex-deputado José Janene, que
morreu em 2010 vítima de um infarto quando era réu do processo do mensalão
acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Daqui para frente, teremos, ao invés de uma CPI morta, uma CPI do morto. Isto é
o Brasil, abençoado por Deus, bonito por natureza e que só nos faz rir.
E se pensam que a semana terminou e estão livres de uma
morte hilariante, vejam esta. Num país onde se matam algumas dezenas de pessoas
por dia, um meliante menor de idade, matou, com uma faca, um médico lá no Rio
de Janeiro. Acontecimento tão chocante quanto a morte de qualquer pessoa e de
qualquer forma como deveria ser. Mas, não demorou muito para ser transformado
em motivo de riso quando soube que a Câmara de Deputados, aproveitando a
comoção nacional, desengavetou um projeto de lei que criminaliza o porte de
armas brancas nas ruas. Vejam bem, meus resistentes leitores, se isto tem
cabimento? Ou seja, se alguém, depois desta lei andar com um canivete ou uma
espada poderá pagar uma multa e ficar preso de três meses a um ano. O projeto
diz que não atingirá àqueles que portem armas por motivo de trabalho, talvez
para manter os desfiles militares. Agora quando o cara quiser assaltar e matar
com uma faca, e não quiser ser punido, deve andar, pelo menos com uma
carrocinha de frutas, como se as estivesse vendendo, como faziam os vendedores
de abacaxi lá em Bom Conselho. Eu não tive informação se cortador de unhas será
permitido.
E é assim que vivemos, de riso em riso. Eita país bom
danado. E tenho que terminar senão os meus leitores remanescentes, não
aguentariam. Vejam a seguir o resumo do roteiro do filme do UOL, e o vejam
abaixo, se ainda tiverem vivos. Boa semana seguinte.
“Dilma Rousseff (PT)
conseguiu aprovar esta semana no Senado o seu indicado ao STF (Supremo Tribunal
Federal), Luiz Edson Fachin. A cena política brasileira também foi marcada pelo
anúncio feito pelo governo federal do corte no Orçamento. E a CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) da Petrobras teve mais um capítulo digno de novela: a
morte do ex-deputado José Janene foi posta em dúvida pelos parlamentares.”
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