Por Zezinho de Caetés
Eu gostaria de começar este texto dizendo “Graças a Deus...”. Entretanto, já ouvi e
li tanto o nome de Graça Foster que até hesito em dar graças a Deus por alguma
coisa, neste país. A Graça Foster, além de parecer com a tia do Zé Carlos (caro
amigo, aviso que estou entrando num recesso natalino e não enviarei mais
escritos meus até o próximo ano, fazendo, neste ínterim, um passeio saudoso
pela terra minha e de Lula; se e quando tiver acesso à internet colaborarei com
o Mural), é a presidente da Petrobrás, mas, sua importância não vem daí, e sim
por ser amigona da gerenta presidenta, ao ponto de ser chamada por ela de “Graciosa”. Até no epíteto há uma
mentira deslavado. Graça pode ser tudo, menos graciosa.
E a pergunta feita por todos aqueles que acreditam ainda que
“o petróleo é nosso”, não é mais se,
e sim quando a Graça cairá em desgraça, ou seja, seja demitida. Talvez a Dilma
esteja esperando aparecer algum recibo de compra de um Elba, para saírem as
duas juntas, como o Collor saiu de braços dados com a Rosane. Eu não creio.
Simplesmente, acredito que a presidenta não está encontrando quem queira o
cargo de uma empresa que está indo à falência. Talvez o Mantega, mas, este
ainda continua Ministro da Fazenda, com a meta clara de levar o Brasil à falência
antes que o Levy assuma. Porém, hoje o Mantega é um fantasma no governo Dilma,
igual a Graça é para Petrobrás. Não produz mais nem um balanço sério.
Quem sabe o Lula, que anda aí sem ter nada por fazer, já
que, pelo que aparenta, não pode encher o tubo digestivo com uma caninha 51?
Como todos sabem, o meu conterrâneo sabe e adora dar nó em pingo d’água. Sua
primeira atitude seria nomear a Rosemary para a diretoria de abastecimento,
pois disso ela é mais do que entendida. A segunda seria nomear o Mercadante
para frentista em qualquer Posto Petrobrás, com o intuito de fiscalizar o preço
da gasolina e mentir para a imprensa, coisa em que ele é especialista. Quem
sabe, mesmo o Zé Dirceu não fosse contemplado com a diretoria internacional,
para estreitar os laços de amizade com o Maduro da Venezuela, ou mesmo com o
Fidel lá em Cuba. Para este último seria a salvação da lavoura. Depois da União
Soviética, e da Venezuela viria o Brasil como provedor de última instância da
ditadura cubana, o que já começou com o Porto de Mariel. São tantas as opções
que me furto a colocar todas aqui.
O resumo da ópera é que o Lula, o operador de milagres, já
quase santificado em nossa região, ao ponto de um blogueiro querer eternizá-lo
com uma estátua, agora, dizem, foi até modelo para um dinossauro que ficará lá
num parque de Garanhuns, poderia ser uma boa opção. Pelo que soube de nossa
terra, Caetés, ninguém quer saber dele por lá. Apenas eu ainda defendo sua
volta, para ver se ele conseguiria levar à frente o meu projeto da Academia
Caeteense de Letras, da qual teria a cadeira número 13. Eu mesmo me contentaria
com a cadeira sem número, como ainda está o Partido Novo. No entanto, para ser
presidenta da Petrobrás, seria uma boa e justa atitude, pois, como diziam lá em
nossa terra: Quem pariu mateus que balance!
O melhor texto que vi, sobre esta desgraça que a Graça virou
para a Dilma foi do Merval Pereira em seu blog: “Sem condição política” (16/12/2014), e o transcrevo aqui, já
desejando a todos um Feliz Natal e Próspero Ano Novo, com todo otimismo que me
é peculiar. Para os seres humanos normais, desejar um “regular ano novo” já está de bom tamanho, e é otimismo demais.
“A presidente Graça Foster já perdeu as condições políticas para
comandar a Petrobras. Além de várias as autoridades terem pedido uma mudança
geral na diretoria, o assunto já é tema de conversas entre os partidos aliados,
que se sentem acuados diante de tantas denúncias, que acabarão atingindo-os
diretamente quando o Ministério Público anunciar a lista de políticos
envolvidos no petrolão. Os que nada têm a ver com o tal esquema querem uma
reformulação que permita a Petrobras se recobrar.
A própria Graça já pediu duas vezes para sair, mas a presidente Dilma,
que é tão sua amiga que a trata por “Graciosa”, reluta em fazê-lo. Acho que a
presidente está tentando levar o caso até o final do ano para poder tirar Graça
Foster sem demiti-la formalmente, colocando a reformulação da Petrobras no
pacote do novo corpo ministerial. Mas vai ser difícil levar a questão sem
definição por mais 15 dias, devido ao surgimento de casos novos a cada momento,
desde a assinatura de contratos em branco até mesmo permuta de propinas.
Ontem, mais um grupo, incluindo outro ex-diretor da Petrobras, Nestor
Cerveró, foi denunciado pelo Ministério Público, inclusive o lobista Fernando
Baiano, identificado como o agente do PMDB no esquema. De acordo com a
força-tarefa da Operação Lava Jato, em julho de 2006, “solicitaram, aceitaram
promessa e receberam, para si e para outrem, direta e indiretamente, vantagem
indevida no montante aproximado de US$ 15 milhões” a Julio Camargo, também
denunciado, a fim de que fosse viabilizada a contratação de um navio sonda com
o estaleiro Samsung Heavy Industries Co., na Coréia, no valor de US$ 586
milhões para perfuração de águas profundas a ser utilizado na África.”
A Procuradoria da República constatou que chegou a US$ 53 nilhões toda
a propina paga nesse caso, incluindo como beneficiários o doleiro Alberto
Youssef, o operador do PMDB Fernando Baiano, o executivo Julio Camargo e Nestor
Cerveró para viabilizar a construção de dois navios-sonda, propina paga por
meio de contas offshores no exterior ou em nome de terceiros, com base em
contratos simulados e falsas justificativas de câmbio, “tudo com o fim de
evitar a identificação dos envolvidos, a natureza espúria do dinheiro e a sua
atual localização, tornando seguro o produto do crime”.
A denúncia do Globo de domingo é exemplar da balburdia que impera na
empresa. Já havia uma denúncia anterior, da revista Veja, a Petrobras fez uma
comissão interna para investigar o assunto e deu um veredicto: nada havia
acontecido. Meses depois, a própria empresa holandesa de plataformas, a SBM,
diante de uma investigação séria de órgãos da Bolsa de Nova York, teve que
admitir que deu propinas para diversos servidores da Petrobras, e chegou a
listar os nomes dos que participaram da transação.
Pois até hoje a Petrobras diz que sua comissão não foi capaz de
identificar se houve corrupção e quais de seus servidores foram corrompidos.
Reflete uma completa desorganização na empresa que evidentemente precisa de uma
chacoalhada generalizada, é será difícil a presidente Dilma evitar que sua
amiga Graça Foster saia da empresa em meio a uma reformulação que já se torna
urgente.
O que retarda sua saída não é apenas amizade da presidente por ela,
mas, sobretudo, a dificuldade para encontrar um substituto que assuma essa
imensa caixa-preta em que se transformou a Petrobras. Quem quererá assumir para
depois descobrir, como aconteceu agora, que contratos para a construção de
plataformas foram assinados em branco, ou que houve até mesmo troca de propinas
entre seus diretores e fornecedores?
Como se sabe, a legislação dos Estados Unidos sobre corrupção é muito
rigorosa, e os diretores da Petrobras e de seu Conselho de Administração, desde
o início do esquema de corrupção implantado pelo PT em 2004, estarão sujeitos a
punições severas. Além da própria empresa estatal, as fornecedoras envolvidas
no esquema que tiverem ações na Bolsa receberão multas pesadas e sanções do
mercado de ações em Nova York.
Ontem mesmo as ADRs da Petrobras foram suspensas da negociação em Nova
York por terem caído perto de 10% no pregão, o mesmo acontecendo em São Paulo.
O grande problema de Dilma será escolher substituto que possa começar
do zero trabalho de reorganização da empresa. Henrique Meirelles, Luciano
Coutinho e o próprio Guido Mantega são alguns dos cotados.
A cada dia tem um escândalo, uma revelação, e com processos nos Estados
Unidos, na Holanda, o presidente novo vai ter que ter controle absoluto sobre a
empresa, demitir todo mundo que queira, refazer o Conselho de Administração, ou
então correrá o risco de ser envolvido em processos que ele não terá nem ideia
do que sejam.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário