Por Zezinho de Caetés
Ontem li o texto do Zé Carlos aqui na AGD, comentando um
filme que ele diz ser de humor. Penso que seja de humor negro, quase todos que
versam sobe o tema da Petrobrás. Ri quando ele comparou a Petrobrás com a
lojinha de R$ 1,99 da gerenta presidenta. O pior de tudo, lendo outros blogs, jornais
e TVs vejo que a mídia “só pensa naquilo”.
E não era prá menos.
Como diz o imortal Merval Pereira no texto abaixo, esta
empresa que foi criada para garantir que o petróleo seria nosso, continua no
centro do debate político, e é a maior pedra no sapatão da Dilma (sem ofensas
preconceituosos, apenas pelo número) para que ela se reeleja. E a bomba vem com
efeitos de estilhaçamento sobre o meu conterrâneo, o Lula, de uma forma
avassaladora. Afinal, foi em sua gestão que se cometeram os maiores delitos
hoje motivos de uma CPI, e que, como sempre, ele mesmo, com uma vergonha
danada, dirá que não sabia de nada. Mas, o povo, certamente, está cansado desta
desculpa esfarrapada.
Ora já se viu, alguém passar 8 anos para descobrir que uma
empresa que comanda perdeu mais de 1 bilhão de dólares, e que hoje não vale nem
metade do que valia, dando prejuízos a tantos brasileiros. E não pensem que o
prejuízo é só para os mais ricos. O donos do dinheiro do FGTS foram
incentivados a serem sócios de uma empresa cuja gerenta já sabia bichada há
muito tempo. Isto atinge todos os níveis de renda. A esperança da gerenta
presidenta para ganhar as eleições está no fato de que o Bolsa Família ainda
não recolhe para FGTS. Se recolhesse e os bolsistas descobrissem que não
poderiam nem comprar um smartphone para um filho devido as perdas na Petrobrás,
ela já estaria derrotada.
E agora, mais uma vez, os nossos olhares se voltam para STF,
mais precisamente, para a ministra Rosa Weber, que julgará se haverá uma CPI
magra (só os problemas da Petrobrás) mas sadia ou um CPI gorda (incluindo tudo
que se passou no Brasil até hoje) mas doente. Eu só sinto é que o sorteio para
relatar este processo não tenha caído em Joaquim Barbosa. Mas, vamos ver como a
ministra Rosa julga a matéria, e que não deixe brecha para o presidente do
Senado, Renan Calheiros começar mais uma chicana jurídica. Eu tenho meus medos
da ministra Rosa Weber, por ela ter decidido que Zé Dirceu não formou uma
quadrilha. No entanto, eu espero que agora ela não conclua que na Petrobrás não
houve crime nenhum e que suas perdas deveram-se exclusivamente ao Marcos
Valério. Este, coitado, é o culpado de tudo que o PT fez até hoje, embora,
agora, o culpado seja o Vargas.
Pelo tamanho do imbróglio em que se meteu nossa gerenta
presidenta ao declarar que se soubesse das coisas não teria aprovado a
transação envolvendo a refinaria de Pasadena, enquanto o ex-presidente, Sérgio
Gabrielli, diz que foi ótima, enquanto durou, tenho o prazer de sonhar com sua
sorte na corrida presidencial, ficando ou saindo. Para ela agora “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. Se correr, dizem, virar o
Lula, o homem que nunca soube de nada. Se ficar, sairá no primeiro turno. Penso
que só isto, agora, é o que alegra os que usaram seu dinheirinho suado para se
tornar sócio da Petrobrás. E aguardem, vem aí o Pré-Sal, que já é visto como o
maior blefe do Lula, coadjuvado pela sua melhor gerenta. O PT se despedir do
governo federal será uma imensa alegria para mim. E não me perguntem quem virá,
pois terei o prazer de repetir que qualquer um que venha faz parte do meu
otimismo contumaz.
Espero, e até rezo
para que Lula cometa o seu “sincericídio”
e diga que foi ele que roubou a goiaba naquela nossas andanças lá por Caetés.
Até hoje, mesmo com o bolso cheirando a goiabada cascão, ele diz que não sabia, quando não me acusa.
Coisa de criança?
E continuem com este tema através do texto Merval, publicado
ontem (22/04/2014) no O Globo, e descubram com que o PT sujou as mãos. Não foi
só com petróleo, tenho certeza.
“A Petrobras continua no centro do debate político desde que a
presidente Dilma Rousseff cometeu o “sincericídio” de admitir que a compra da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi um mau negócio feito com base em
relatório “técnica e juridicamente falho”.
Assumiu assim, às vésperas da campanha eleitoral, uma atitude crítica
às administrações anteriores à sua gestão, que tiveram um cunho marcadamente
político nos dois mandatos do ex-presidente Lula, primeiro com José Eduardo
Dutra e depois com José Sergio Gabrielli.
Como não pode ir adiante nas críticas, a presidente ficou paralisada
numa ação política de alto risco, que a expôs ao mau humor de seus adversários
internos no PT. “Ela não pode fugir às suas responsabilidades”, retrucou
Gabrielli em entrevista, colocando Dilma como coautora da decisão da compra, já
que presidia o Conselho da companhia.
Além de afetar sua imagem de boa gestora, a esta altura totalmente
desacreditada, a queda de valor da Petrobras no mercado de ações afeta
diretamente milhares de eleitores que usaram o Fundo de Garantia para comprar
suas ações, e também um símbolo nacional que já serviu de base para campanhas
petistas e hoje se tornou uma carga pesada.
Não é um debate promissor para quem começa a ter dificuldades na
corrida presidencial, com queda de popularidade e aprovação do governo que a
coloca em rota de redução de possibilidades de se reeleger.
O recorte da pesquisa Datafolha que analisa a preferência dos 17% que
conhecem igualmente os três candidatos à Presidência da República a coloca em
pé de igualdade com os adversários Eduardo Campos e Aécio Neves, o que implica
deduzir que quando todos forem igualmente conhecidos, o favoritismo de Dilma se
esvairá.
Mais que isso, no hoje provável segundo turno, a presidente perde para
os dois nesse grupo, o que reforça a ideia de que qualquer um que vá ao segundo
turno receberá o apoio da maioria dos eleitores do outro, uma situação
totalmente diferente das eleições anteriores, quando boa parte dos que votaram
com a oposição no primeiro turno retornou para Lula no segundo.
E ainda tem a CPI da Petrobras. A ministra Rosa Weber, que pode dar a
decisão hoje sobre a sua constitucionalidade, tem diante de si uma questão
técnica com alto teor político, fundamental para a garantia de que a democracia
brasileira assegura às minorias uma margem de atuação que não pode ser sufocada
por maiorias eventuais. A maioria pode tudo numa democracia, menos impedir seu
funcionamento.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é um instrumento típico das
minorias, e por isso é tratada na Constituição com clareza em vários artigos,
de definição muito simples e direta: se tem fato determinado a ser apurado e o
número de assinaturas suficiente, deve ser instalada imediatamente.
A manobra do presidente do Senado, Renan Calheiros, aceitando o
ineditismo de os governistas acrescentarem fatos novos à CPI pedida pela
oposição, com a intenção de inviabilizá-la, não tem guarida na Constituição nem
no parecer do ex-ministro do Supremo Paulo Brossard, que Calheiros utilizou
indevidamente como base de sua argumentação, fazendo uma estranha exegese do
que Brossard pretendeu dizer.
O jurista gaúcho, ex-ministro da Justiça e ex-senador, reagiu em
entrevista quando viu seu voto ser distorcido na decisão de Calheiros: “Uma das
ideias centrais da CPI é justamente que a investigação deve recair sobre um
fato certo. Não pode ser sobre dois, três, quatro temas. De forma alguma!”.
Segundo o relatório do ex-ministro no julgamento do habeas corpus nº
71.039, de 1994, fatos sem conexão com o objeto inicial da CPI, como no caso do
suposto cartel de trens em São Paulo, devem ser analisados por novas comissões
de inquérito, não podendo ser incluídas na original.
Somente “fatos conexos” que surgirem no transcorrer de investigações
podem ser incluídos. O presidente do Senado desmentiu que pretenda recorrer ao
plenário do STF, alegando que a definição da CPI seria uma questão do
Congresso, caso Rosa Weber dê hoje razão à oposição. Está admitindo, assim, que
a disputa é mesmo de natureza constitucional e deve ser definida pela mais alta
instância do Judiciário.”
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P.S.: Já hoje, 24/04/2014, lí na mídia que a Ministra Rosa Weber agiu para manter nosso Estado Democrático de Direito. Portanto, não tenho mais medo da Ministra. Caro Zé Carlos, se der tempo coloque este PS no meu último texto. (Zezinho)
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P.S.: Já hoje, 24/04/2014, lí na mídia que a Ministra Rosa Weber agiu para manter nosso Estado Democrático de Direito. Portanto, não tenho mais medo da Ministra. Caro Zé Carlos, se der tempo coloque este PS no meu último texto. (Zezinho)
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