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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Você pensa que impeachment é golpe?




Por Zezinho de Caetés

Vamos e convenhamos, o impeachment de Dilma ainda vai ser o pão nosso de cada dia, durante meses. Ontem foi lido o pedido de impedimento da nossa gerenta incompetenta presidenta, feito Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale. Óbvio que não ouvi a leitura feita pelo secretário da Câmara, como também ninguém ouviu, mas, isto não tem importância. Penso até que, quando ele chegou ao final, já não estava entendendo mais nada. O importante é que o povo brasileiro tenha ouvido e entendido o que se passa nesta nossa república.

Logo em seguida, o Cunha com aquela sua figura de mistura de mordomo e pastor, leu sua justificativa para aceitar o pedido. Também não ouvi, como ninguém ouviu, mas, também não tem importância. E desta vez, o povo nem precisa ter ouvido, pois, na realidade o Cunha nada tem com o impeachment, a não ser, o fato dele ser, no momento, presidente da Câmara.

O que os brasileiros pediam desde janeiro, aconteceu, embora de forma ainda parcial. Ninguém aguenta mais a Dilma Roussef. O populismo a colocou lá, junto com meu conterrâneo Lula, e, agora a vai tirar de lá porque mentiu e continua mentindo ao povo. E eu espero que o pedido impedimento tenha sucesso, e agora parodio as grandes manifestações, depois do golpe de 64: “Impeachment para o bem do Brasil” e “Populismo nunca mais”.

O que resta, para termos certeza de que o impeachment será bem sucedido, é a manifestação popular, e para isto temos apenas que dizer a verdade ao povo. E ela é exatamente o contrário do que o PT apregoa: O impeachment não é golpe e não tem nada a ver com o comportamento do Cunha.

Quem pediu o impeachment não foi o Cunha e sim algumas pessoas ilustres que se preocupam com o destino do país, porque ele não pode ficar na mão de alguém que diz o seguinte, respondendo a declarações do presidente da Câmara:

“Não paira sobre mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público; não possuo contas no exterior: nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meu interesse”

Examinem bem a frase e vejam, pelo menos pela Teoria do Domínio do Fato, se há alguma verdade nela. É realmente uma incompetenta, e o Brasil não merece isto.

Para detalhes, leiam abaixo, o Sandro Vaia (Blog do Noblat – “Jogos vorazes” – 04/12/2015), que tenta colocar um pouco de ordem na zorra em que virou a política neste país.

E, eu continuarei a tentar entender, o que a Dilma ainda está querendo fazer sentada lá naquela cadeira do Planalto. Terminar a dieta Ravena? Como estou na veia parodiante de minha colega (quanta saudade) Lucinha Peixoto, eu arrisco:

“Você pensa que impeachment é golpe?
Impeachment não é golpe não!
Golpe vem do PT
E impeachment da Constituição.”

“Vamos tentar colocar um pouco de ordem nessa bagunça.

Sim, Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, não é um homem digno de confiança. Corre contra ele um processo do Conselho de Ética que visa tirar-lhe o cargo ou até o mandato.

Mentiu dizendo que não tinha conta na Suíça até que apareceram os extratos. A origem do dinheiro mereceu dele explicações rocambolescas.

Os votos dos três deputados do PT que fazem parte do Conselho são decisivos para traçar o destino de Cunha. Eles podem absolvê-lo ou condená-lo.

Por outro lado, Cunha é o presidente da Câmara até o momento em que for apeado do cargo e só ele, constitucionalmente, tem o poder de acolher um pedido de impeachment da presidente da República.

São os sortilégios da política: tanto poder concentrado na mão de um deputado que pode ser cassado a qualquer momento.

Enquanto ele tentava barganhar com o governo uma troca dos 3 votos pelo pedido de impeachment,  disse que o governo tentava era barganhar com ele. Conhecendo os atores envolvidos, é bem provável que ambos tenham razão.

Enquanto o governo e Cunha tentavam acertar as suas barganhas, o PT endureceu e seus 3 deputados anunciaram que votarão a favor da aceitação da denúncia. Mas o PT não é governo, e o governo, afinal não é do PT? Mais uma vez, sortilégios da política. Fica parecendo que entre a desmoralização definitiva e a sorte de sua presidente não tão amada, o PT fez uma escolha clara: salvar o que ainda é salvável.

Depois de anunciada por Cunha a aceitação da proposta de impeachment encabeçada pelo ex-petista Hélio Bicudo, a presidente, que alterna seu estado de espírito entre a perplexidade e o estarrecimento, resolveu tornar pública, desta vez, a sua indignação.

Disse: “Não paira sobre mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público; não possuo contas no exterior: nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meu interesse”. Uma resposta diretamente endereçada a Cunha, elaborada mais com a participação do fígado do que com a razão.

Sim, Cunha é acusado de tudo isso, mas não é sobre nenhuma dessas acusações que se sustenta o pedido de impeachment da presidente. Ficou parecendo a resposta de uma adolescente zangada com as provocações de uma desafeta de turma.

Outro paralogismo muito usado pelos partidários do governo, é aquele que repete que o processo de impeachment é golpe e que Dilma foi legitimamente eleita pelo povo e por isso é preciso deixá-la cumprir seu mandato até o fim.

Pode-se defender qualquer coisa, menos que um processo constitucional seja golpe e, de resto, convém lembrar, a bem da lógica mais primária, que só um mandante legitimamente eleito é que pode sofrer impeachment. Não há hipótese de tirar o mandato de alguém que não tenha sido eleito.

O PT lançou mão das armas que tem e recorreu ao Supremo tentando anular a decisão de Eduardo Cunha, mas retirou a ação quando soube que ela seria relatada por Gilmar Mendes. E o mercado reagiu à notícia da aceitação da denúncia com acenos de simpatia, via Bolsa e ações da Petrobras e do Banco do Brasil subindo e o dólar caindo.

O recado da sociedade é claro: o Brasil quer voltar a andar, e se para isso tiver que se livrar de Dilma e também de Cunha, que assim seja. O que não dá é o País ficar refém dos jogos vorazes de uma classe política inepta que está nos colocando na rota de uma depressão que pode destruir todas as nossas pontes para o futuro.”

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Não resisti quando recebi o texto do Zezinho, e fui procurar algo para ilustrá-lo. Encontrei isto, que espero que gostem (Zé Carlos):


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