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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A semana - Impeachment, o grande show de lorotas e o mosquito da Zika




Por Zé Carlos

Hoje, começo a escrever esta coluna com uma certa tristeza. Pois, vislumbro a morte de alguns dos meus 12 leitores, de tanto rir, com o que aconteceu na semana. Sei, de fonte segura, que ainda tem alguns sorrindo da coluna da semana passada, quando o Delcídio dominou o palco. Esta, não aguentarão e, aconselho que estes, esperem um pouco, e leiam com muita moderação. O Brasil se tornou um grande show de humor, no qual brilharam, mais uma vez, a nossa musa, a Dilma, e o nosso “malvado favorito”, o Cunha.

Não começo por nenhum dos dois porque seria muita maldade, com a certeza que ninguém leria até o fim, esta coluna. Só digo que o tema do show foi “impeachment”. Então escreverei sobre este jocoso tema, abordando os impeachments de Collor e de Nixon, longes no tempo e no espaço. Vocês lembram deles?

Quem está lendo esta coluna pela primeira vez, ou seja nosso leitor de número 14, porque eliminamos o 13, que está impregnado de azar ultimamente, pensará que estou falando sério e irá embora rapidamente. Aí eu digo, junto com Luiz Gonzaga:

“Oh, oh, oh!
Qui mintira qui lorota boa
...........
Vou contar agora um caso qui astur dia assucedeu
Minha sogra tá de prova que tal fato aconteceu
Uma cobra venenosa viu a véia e mordeu
Mais inveis da minha sogra foi a cobra que morreu”
............

Como para bom entendedor uma rima basta, já sabem que estou falando do impeachment de nossa musa a Dilma, que declaro logo ser um apoiador praticante e juramentado, pela ânsia de tê-la como colaboradora da coluna, em tempo integral, como já é o Lula.

Aliás, a grande piada do Lula esta semana foi o seu silêncio. E quando Lula fala, num show, menos de duas horas, é estranho, muito estranho. Pensam que ele não é aplaudido por isto? Muito pelo contrário, com o silêncio ficamos todos pensando na sua grande e definitiva piada: “Eu não sabia!”. Então explodem as gargalhadas.

Todavia, como dissemos no início, o show foi da grande dupla de humoristas, a Dilma e o Cunha. E poderia ter como título “Lorota boa”, música de onde vêm os versos apresentados anteriormente. Mas, vamos historiar, sobre outros assuntos,  um pouco, apenas para não dizerem que esta coluna não é também informativa, ou que só a Dilma e Cunha colocaram o país para rir.

Eu li que o PIB, que no tempo em que eu estudava Economia era a soma de todas a riquezas do país, antes de serem roubadas, tomou um tombo daqueles. Alguns dizem que caiu no mesmo valor do roubo da Petrobrás, outros acham que se incluirmos todos os que estão sendo investigados pelo Sérgio Moro, teremos um PIB negativo em 2016. Isto sem contar com as contas de Dilma na Suíça, pois ela diz que não as tem. Como Romário e o Cunha também não tinham e depois encontraram, sempre devemos dar o benefício da dúvida.

E a produção industrial também despencou, menos é claro, a “indústria da seca”, que agora é implantada no Brasil todo, e não só na área da SUDENE, de não saudosa memória. E como se não bastasse tudo isto o Congresso aprovou a revisão da meta fiscal de 2015, para que a Dilma não tivesse que matar os funcionários públicos de fome e nem festejarem o Natal. Simplesmente, reconheceram que ela gastou mais do que devia, mas, foi por uma boa causa. Ou seja, passaremos o Natal sorrindo. Não é bom?

Ainda no campo nacional não podemos deixar de citar o Alckmin, governador de São Paulo, que depois de fechar um monte de escolas, voltou atrás, quando os estudantes decidiram ocupá-las seguindo o MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto). Já estão dizendo que isto será uma solução para o problema habitacional na cidade de S. Paulo. Basta os estudantes chamarem as famílias para morarem com eles. O programa já tem um nome só para rivalizar com nossa  musa, a Dilma: “Minha Escola, Minha Vida”.

E na área internacional, para não dizerem que só no Brasil há material para riso, o mundo todo está em Paris, à mercê do Estado Islâmico, tentando fazer um acordo para que a Terra não pegue fogo, até o final do século. O grande problema: Quem vai pagar os bombeiros? E na Venezuela, pasmem, vai haver eleições. Se eu explicar tudo sobre a “madura” democracia naquele país, não sobrará um leitor vivo para o que segue. Agora será só impeachment e mosquitos, daqui para frente.

Como todos devem saber o Cunha, sim, aquele que tem tantas contas na Suiça, que, para não mentir que não sabia contar até 100, disse que não tinha nenhuma, acolheu o pedido de impeachment da nossa fiel colaboradora, a Dilma, porque, depois de barganhar pela sua absolvição no Conselho de Ética da Câmara, onde é julgado porque não acertou o número de suas contas, o PT disse que não votaria nele. E este foi o imbróglio político da semana, que causou o maior show de humor dos últimos tempos. Pelas reações dos principais envolvidos.

Primeiro, a Dilma ficou indignada com a decisão do Cunha e cito o seu discurso, lido e não escrito por ela como comprova o “obrigado” final. Só pode ter sido coisa do Edinho que é o bobo da corte, mas, de vez em quando faz alguma coisa:

“Boa noite a todos. Dirijo agora uma palavra de esclarecimento a todos os brasileiros e a todas as brasileiras. No dia de hoje, vocês viram foi aprovado pelo Congresso Nacional o projeto de lei que atualiza a meta fiscal, permitindo continuidade de serviços públicos fundamentais para todos os brasileiros. Ainda hoje recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro. São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais, nunca coagi nem tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses. Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública. Nos últimos tempos e em especial nos últimos dias, a imprensa noticiou que havia interesse na barganha dos votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment. Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu país, bloqueiam a justiça ou ofendam os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública. Tenho convicção e absoluta tranquilidade quanto à improcedência desse pedido, bem como a seu justo arquivamento. Não podemos deixar as conveniências e os interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade do nosso país. Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no Estado democrático de Direito. Obrigado [sic] a todos vocês e muito boa noite.”

Vejam que nossa musa, tal qual o Lula, está se tornando uma pândega. E por que? Porque nada neste discurso tem a ver com a justificativa para seu impeachment, cujo pedido não foi feito pelo Cunha, e sim por pessoas que, entre elas, encontra-se até um petista desiludido, igual a ela. Aliás, eu penso que nos dias atuais, até o Lula é um petista desiludido, o maior deles. A justificativa do impeachment é porque ela “pedalou” demais em Brasília, ao ponto de, junto com sua dieta, isto a levar à microcefalia. Será que o vírus da febre Zica a tenha afetado? Na dúvida se tiverem fazendo a mesma dieta, suspendam, por favor.

No entanto, nenhum leitor desta coluna analisa mais os discursos de nossa musa do riso. Só querem realmente rir. O que importa para o nosso show de humor, foram as declarações do Cunha em reação a este discurso:

“A presidente mentiu à nação quando fez o seu pronunciamento e disse que seu governo não autorizava qualquer barganha; ela estava participando de uma negociação. O ministro Jaques Wagner levou André Moura ao gabinete da presidente e ela queria que tivesse o comprometimento com a aprovação da CPMF”

Este foi apenas o início do show de mentiras e lorotas boas trocadas entre a Dilma e o Cunha. Não quero nem falar que o Jacques Wagner, tem uma ponta no show, contando lorotas e mais lorotas. No fundo, no fundo, diante de tanto material de riso produzido, eu adoraria que tanto o Cunha quanto a Dilma deixassem os seus cargos e viessem trabalhar, em tempo integral, aqui na coluna. Esta é a minha esperança.

E notem o tom jocoso quando ela fala nas contas no exterior. Aqui, no Recife, quando ela veio ao Comando Militar do Nordeste para declarar guerra ao mosquito Aedes Aegypti, ela voltou a dizer que não tinha contas na Suíça e, sobre o mosquito, declarou:

"Ele provoca, além da dengue, a chicungunha e ele tem uma variante que transmite o vírus que se chama vírus da zika por causa de uma floresta. Precisamos nos mobilizar para evitar os processos de reprodução do mosquito, porque o mosquito transmite essa doença porque ele coloca o ovo e esse ovo tem o vírus que vai transmitir a doença."

Todos ficaram esperando ela criar a meta de botar fogo na floresta para assar os ovos do mosquito. Não posso nem descrever os militares abandonando a liturgia dos seus cargos, saindo de forma, para ir rirem, longe dos comandantes, e não serem enquadrados no Regimento.

A esta altura, não acredito que tenha mais nenhum dos nossos leitores vivos, mas, se tiver algum herói, vejam o filme do UOL, lá embaixo, que coloca um ponto final nesta semana. Antes, pensei eu, uma música do Luis Gonzaga deve ser ouvida, como preparação para leitura e que resume um pouco a semana. Ouçam-na:


E, agora, depois desta preparação, leiam o resumo do roteiro dos produtores do filme, e o vejam logo abaixo. Tenham uma boa semana.

“A semana foi marcada pela decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de aceitar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), feito pela oposição, e pelo embate entre os dois, que trocaram acusações de serem mentirosos, no melhor estilo 'jardim de infância'”


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