I. Liberdade
O número um é que a liberdade é o valor político
fundamental. Temos muitos valores políticos, porque nos importamos com a
família, com a religião. Mas quando a questão é uma decisão política sobre o
que o governo deve fazer, liberais clássicos tem um padrão claro de raciocínio:
isto aumenta ou diminui a liberdade do indivíduo? O governo deve agir somente
para prevenir danos a terceiros.
II. Individualismo
Segundo princípio, individualismo. Sustentar que o indivíduo
é mais importante do que o coletivo. Não devemos sacrificar os interesses dos
indivíduos por aquilo que algumas pessoas chamam de “o bem comum”, que é o
centro das atenções do comunismo e do fascismo para os quais o indivíduo não
importa. Todo indivíduo importa e todo indivíduo merece respeito.
III. Ceticismo quanto
ao Poder
Poder é a habilidade de fazer outras pessoas fazerem o que
você quer, e que de outro modo elas não fariam. O governo, por exemplo, frequentemente afirma que “estamos forçando
você a fazer isso porque é do seu próprio interesse fazê-lo”. Mas, estamos
cientes de que quando pessoas no poder fazem isto, é porque é benéfico para
elas mesmas. Liberais clássicos acreditam que a melhor pessoa para satisfazer
os interesses dos indivíduos é o próprio indivíduo. Podemos recomendar coisas,
mas no final das contas é o indivíduo quem deve decidir pelos seus próprios
interesses. Outras pessoas não deveriam forçá-lo a fazer coisas que ele não
quer.
IV. Império da Lei
Esta é a idéia de que há alguns princípios fundamentais
pelos quais devemos examinar o que o governo faz, as ações do governo. Algo
que, por exemplo, a Suprema Corte às vezes burla quando cria certas legislações
e passa para o Presidente ratificar, porque seu conteúdo vai contra certos
princípios incorporados à Constituição. Liberais clássicos acreditam que os
princípios do império da lei devem ser aplicados a tudo que o governo faz em
qualquer lugar do mundo.
Um exemplo é a igualdade perante a lei. As pessoas devem ser
tratadas da mesma maneira, independente de sua raça, gênero, religião, classe
social ou orientação sexual. É por isso que liberais clássicos sempre
opuseram-se à idéia de que as leis devem tratar brancos e negros de maneira
distinta.
V. Sociedade Civil
A sociedade civil é composta daquelas organizações
voluntárias que estão entre o indivíduo e o Estado. Liberais clássicos
acreditam que a maioria dos problemas sociais podem ser resolvidos mais
efetivamente através destas associações voluntárias, como a família, a igreja,
as instituições de caridade. Por que elas tem o conhecimento sobre os
indivíduos com as quais elas lidam. A sociedade civil é muito mais eficiente do
que as burocracias do governo e regras inflexíveis que não podem se adaptar de
acordo com as circunstâncias individuais das pessoas. Então a sociedade civil
pode fazer a maior parte das coisas que hoje queremos que o Welfare State faça.
VI. Ordem Espontânea
Ordem significa a existência de uma regularidade e
previsibilidade no mundo. Quando pessoas estão tomando decisões sobre o que
fazer elas precisam saber que tipo de resultados podem emergir destas decisões.
Algumas pessoas parecem entender que a ordem requer algumas instituições,
alguém para manipular e organizar as coisas. Liberais clássicos não acreditam
nisso. Eles acreditam que a ordem pode emergir espontaneamente. As pessoas,
através de sua interação voluntária, criam as regras pelas quais elas convivem.
Um exemplo clássico é a língua. Ninguém inventou a língua
portuguesa, ela surgiu conforme as pessoas comunicavam-se umas com as outras, e
as suas regras foram criadas neste processo.
Não precisamos de outras pessoas para planejar as nossas
vidas.
VII. Livre mercado
O comércio, os negócios, devem ser deixados para as
atividades voluntárias entre indivíduos. O governo não deve dizer às pessoas
onde trabalhar, o que vender, quanto gastar, o que construir. Isto deve ser
deixado por conta das interações voluntárias entre as pessoas. A propriedade
privada permite isso.
Também é necessário garantir que quando há disputas elas
possam ser resolvidas pacificamente.
Como nos mostra a história, quando se deixa a Economia na
mão de mercados livres em vez de organização ou planificação estatal, a
prosperidade aumenta, a pobreza diminui e aumenta também a produção de bens que
as pessoas querem consumir.
VIII. Tolerância
Tolerância é a crença de que não se deve intervir em coisas
que desaprovamos. Tolerância não significa permitir as pessoas fazer coisas
porque concordamos com elas ou porque achamos que é bom. É uma questão de
certos princípios morais: “eu penso que isto é errado, mas não vou forçar as
minhas opiniões sobre você”. Por exemplo, não forçar sua opinião através do
aparato estatal para forçar pessoas a parar de fazer algo só porque você
desaprova.
Um caso clássico é o da liberdade de expressão. Pessoas
devem ter a permissão de dizer coisas que desaprovamos. Tolerar coisas, mesmo
as que desgostamos e desaprovamos.
IX. Paz
Paz é o estado no qual podemos conduzir nossas vidas e
nossos interesses sem violência ou guerra. De acordo com os liberis clássicos,
isto é mais facilmente obtido sem interferir em outros países. E é por isso que
eles favorecem uma política externa de não-intervenção, aderindo à proposta de uma
maior interação entre nações e às chamadas quatro liberdades. Deve haver livre
movimentação de capital, trabalho, pessoas, bens e serviços e também a livre
movimentação de idéias. Se tivermos um mundo onde a livre movimentação seja um
valor respeitado, os liberais clássicos
acreditam que este será um mundo de paz.
X. Governo Limitado
Há bem poucas coisas que o governo deveria fazer. O objetivo
do governo é simplesmente proteger a vida, a liberdade e a propriedade.
Qualquer coisa além disso não é justificável. O governo deve ser estritamente
limitado.
Então, se você acredita nestes dez princípios, você é um
liberal clássico.
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(*) Tradução e
adaptação por Renan Felipe dos Santos do vídeo de Nigel Ashford para o
LearnLiberty.org, disponível aqui.
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