Por Zezinho de Caetés
Não poderia ser outro o tema, de alguém que tenta
escrevinhar sobre a política neste país, que era bonito por natureza, pelo
menos até a chegado do PT ao poder: A aceitação do pedido de impeachment da
gerenta incompetenta presidenta, Dilma, pelo presidente da Câmara dos
Deputados, o Eduardo Cunha.
No parágrafo anterior, em poucos linhas eu citei os
verdadeiros problemas do Brasil, e, pasmem, ambos querem se destruir
mutuamente, o que é muito bom para o país. Pouparemos energia durante o embate
entre estes dois males: Dilma x Cunha.
Já são anos de briga entre os dois, que parecia ter cessado
quando cada um tinha uma arma para matar o outro. Dilma tinha o Conselho de
Ética para cassar o Cunha e este tinha o impeachment para cassá-la. E, ontem,
parece que os dois começaram a se matar. Se tal qual um filme que assisti e não
me lembro o nome, no qual uns meliantes se matam ao mesmo tempo, acontecer
agora, não será um final perfeito mas, o Brasil estará mais feliz.
Para ver o que está ocorrendo, basta dizer que, ontem, só
depois do anúncio da acolhida do impeachment, o dólar começou a baixar de
valor, e, consequentemente, já ficamos um pouco mais ricos. Imaginem quando nos
vermos livres dos dois, de uma vez por todas!
Agora, depois deles terem atirado um no outro, só depende de
nós, da voz rouca das ruas, para que ambos se vão para uma cadeia qualquer para
pagar o que fizeram com o nosso país, que se encontra nos estertores à beira de
uma recessão brutal, e que já cheira a depressão.
Hoje, nem escolhi o texto para transcrever, e detalhar
minhas ideias. Eram tantos bons, que sorteei. E o resultado da loteria foi
muito bom, e o vencedor foi um escrito do Mary Zaydan que li no Blog do Noblat
(“Ainda que por linhas tortas”), no
qual vocês podem ver detalhes desta briga de “ganha x ganha” para o Brasil.
O medo que eu tenho é que os dois, ou um dos dois sobreviva.
Isto só seria pior, se pelo menos um ricochete não atingisse o meu conterrâneo
Lula. O ideal para o Brasil seria que morressem os três, politicamente, é
claro.
Agora fiquem com a Mary, que eu vou voltar ao meu plantão
diário nas mídias para verificar o que mais pode acontecer neste nosso país.
“A autorização para o início do trâmite de um dos 34 pedidos de
impeachment da presidente Dilma Rousseff protocolados na Câmara dos Deputados
já deveria ter sido dada há tempos. Até porque não há motivo algum para que o
Legislativo fique oficialmente excluído de um debate que o país inteiro trava
há mais de 10 meses. Seja para afastá-la ou mantê-la.
Mas os pedidos foram cuidadosamente empilhados por Eduardo Cunha, que,
com o poder de deliberar sobre eles, fez todo tipo de negociata para tentar
salvar a sua pele.
Patrocinou uma barganha coletiva: até pouco tempo, a oposição
preservava Cunha para acelerar o impedimento de Dilma. Depois foi a vez do
PMDB, interessado em sucedê-la. Nos últimos dias, Lula e o Planalto imploravam
aos seus para que não o cutucassem com vara alguma, sob pena de que ele,
ameaçado de cassação, cumprisse a ameaça de dar andamento à cassação da
presidente.
E Cunha cumpriu. Mesmo tendo conseguido adiar a votação da
admissibilidade do processo contra ele na Comissão de Ética da Casa, autorizou
o contra Dilma. Agora, segue para o plenário, onde tem de ser aprovado por dois
terços. Para evitá-lo, o governo precisa reunir 171 entre 513 votos. Se nem
isso ela conseguir, melhor mesmo é se retirar de cena.
As linhas tortas podem até prejudicar a análise serena dos fatos,
fazendo com que fígados falem mais alto do que a razão.
Em primeiro lugar, é mais do que razoável que o coração político do
país se debruce sobre questões que, constitucionalmente, podem afastar a
presidente. E há várias.
A irresponsabilidade fiscal que pauta o seu mandato é motivo mais do
que suficiente para abrir o debate. Diga-se, irresponsabilidade confessa que
levou a presidente a reincidir no pedido de descumprimento da meta fiscal, algo
que fez em 2014 e que repetiu agora. Há ainda as pedaladas comprovadas pelo
Tribunal de Contas, desvios de recursos e a suspeição, cada vez mais concreta,
de que sua campanha foi custeada com dinheiro sujo. Não é pouco.
A Câmara teria também de dar andamento à cassação de Cunha. Acelerar os
procedimentos na Comissão de Ética e levar o caso ao plenário. E o Senado
deveria tomar providências contra o denunciado Renan Calheiros. Até o ministro
Ricardo Lewandowsk, que, como presidente do Supremo, estaria impedido de ser
soldado partidário ou defensor do governo, poderia ser alvo de reprimendas.
Mas o fato de haver problemas – e graves – no topo dos três Poderes não
pode servir como desculpa para aliviar pecados de ninguém. Nem os de Dilma.
Ela tem o direito de espernear, de se dizer indignada e até de ler
comparações infantis com Cunha, como o fez – “eu não tenho conta no exterior,
eu não....”. Mas, como presidente da República, a quem a maioria do país
confiou o voto, ela deve explicações mais sérias: da alegada ignorância sobre
toda a roubalheira na Petrobras quando era ministra de Minas e Energia e
presidente do Conselho da estatal às mentiras explícitas do Brasil dourado da
campanha de 2014. E de anos de gastos irresponsáveis que levaram o país à
bancarrota.
Ainda que a escrita tenha sido por linhas tortas, explicitar no
Parlamento o debate sobre o impedimento de Dilma – defendido por 65% dos
brasileiros - será muito útil ao país.”
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