Por Altamir Pinheiro (*)
Realizou-se neste último final de semana (quarta, quinta e
sexta-feira), em Garanhuns, nas instalações do Hotel Tavares Correia, o XIII
ENCONTRO NORDESTINO DE LEITE E SEUS DERIVADOS.
Nesses 3 dias do excelente evento
que foi muito concorrido, contou com a
infraestrutura de 5 auditórios, 30
expositores, com a presença de 36 palestrantes que proferiram
94 horas de capacitação. Com temas variados, o encontro, manteve um
grande público dos pecuaristas e queijeiros de todo o Agreste Meridional,
donde, houve explanação pelos palestrantes do cultivo da palma forrageira, do
bom manejo da bovinocultura, produção e manejo de caprinos e ovinos e feitio de
queijos artesanais e sua comercialização, como também o processo do fabrico do
queijo de coalho com o leite cru e pasteurizado, além da maturação de vários
tipos de queijos artesanais fabricados nesta região.
O encontro no Tavares Correia veio a calhar, haja vista, ao
longo da história, em Pernambuco, o gado de leite firmou-se, historicamente, na
Região do Agreste, especificamente no Agreste Meridional, tornando a cidade de
Garanhuns como referência, porém, na mesopotâmia(região que vive entre rios)
dos “ANTIGOS” rios do Mundaú, Ipanema e
Ipojuca e tantos outros, certamente, uma das melhores regiões do mundo para
criação de gado de leite, aqui fez o seu habitat. O leite, através do fabrico
do queijo, nos municípios de Bom
Conselho, São Bento do Una, Venturosa, Capoeiras e tantas outras do nosso vasto
agreste, tornou-se moeda corrente nas
feiras-livres dessas cidades, que movem o comércio local e garantem a
sobrevivência das famílias rurais, durante todo o ano.
Entretanto, Hoje, a estrutura do mercado de produtos
derivados do leite no Agreste Meridional é bastante ampla, em virtude do
elevado número de agentes econômicos que atuam no sistema e da multiplicidade
de canais de comercialização. No final do Século XX para o início do XXI, com a sedimentação do plano
real(que no exato momento está em frangalhos e totalmente destruído pela turma
do PT), houve uma grande abertura
econômica, trazendo em seu bojo
modificações importantes para toda a cadeia agroindustrial do leite,
aumentando os investimentos no setor,
aumentando o mercado consumidor e viabilizando aumentos de produção. Uma
das mais significativas mudanças ocorrida no mercado de leite e seus derivados,
trata da importância assumida pelos supermercados como pontos de distribuição,
a partir principalmente da entrada do leite
longa vida no mercado, que veio
atender às exigências de comodidade e conveniência do consumidor, cada vez mais
consciente de seus direitos. Além do leite longa vida, as gôndolas de supermercados
estão abastecidas de “N” derivados dessa importante matéria prima, como o
danone/iogurte, doce de leite, Margarina,
Manteiga de garrafa, coalhada, achocolatado, requeijão, cremes e dana-se
por aí afora...
Poderia haver um cenário muito mais positivista para a
Região do Agreste Meridional para a próxima década de 20 desse novo Século XXI,
se este governo que aí está, donde,
tornou-se em um abastardo, num
degenerado, num viciado em mamar leitinho refinado nas tetas das estatais(a
Petrobrás tá aí à toda prova), tivesse interesse de incrementar o Grande
potencial de produção existente na região, porém entraves limitam o crescimento
da atividade leiteira. Mesmo assim, com a possível mudança de governo,
espera-se que a coisa volte ao normal e
que os anjos nos digam amém...
Diz-se isso em razão de, Há uma grande expectativa que a capacidade de
processamento industrial seja ampliada, contribuindo de forma positiva, visto
que se espera um incremento da produção de L-E-I-T-E em função do aumento da demanda
dessa matéria-prima que tem cinco letras
abençoadas...
Apesar dos pesares a região de Garanhuns e todo o agreste,
vêm se comportando razoavelmente e boa
parte do seu desenvolvimento diz respeito
a industrialização do leite, não é à toa que, além de uma quantidade
enorme de queijarias espalhadas por toda a
zona rural, a região, é
possuidora de três grandes USINAS DE BENEFICIAMENTO, Destacando-se aí, a BRF-Perdigão, a multinacional localizada em
Bom Conselho, A Usina Bom Gosto de Garanhuns e a genuinamente brasileira BOM
LEITE, localizada no município de São Bento do Una.
Como de praxe, nesse XIII ENCONTRO DE DERIVADOS DE LEITE, a
presença da classe política foi ZERO. Aliás, jornalistas, radialistas,
blogueiros, e vereadores, em evento desse tipo não se encontram nem para
remédio, nem para fazer um chazinho... É pé de cobra esse tipo de gente no
encontro desse naipe e dessa importância. No campo da legislação, leis e
instruções normativas, palestra de fundamental importância não havia um legislador
garanhuense presente, onde se sabe que, o fabrico de queijo de coalho com leite
cru é o grande calcanhar de aquiles dos nossos produtores e queijeiros no que
diz respeito a higienização por não respeitarem uma legislação ou norma
específica, procedimentos estes, que ficam a cargo dos senhores legisladores.
Salve-se aí, diga-se de passagem, a presença da vigilância sanitária municipal
de Garanhuns que, oportunamente, esteve
representada pela Doutora Catarina com toda a sua respectiva equipe. Que eventos
desta natureza se repita em nossa região e que os nossos políticos tenha
vergonha na cara e se façam presentes. Espera-se que, em 2016, não haja
encontro deste porte, em virtude de, com certeza, vai haver mais políticos do
que até mesmo, fazendeiros, produtores de leite e queijeiros...
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(*) Administrador do Blog Chumbo Grosso de nossa vizinha
cidade de Garanhuns (AGD)
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