Por Zezinho de Caetés
Ainda sob os ataques terroristas no mundo, temos que voltar
um pouco os olhos para os “terroristas”
internos, e tentar tocar este barco pesado (o Lula preferiria “herança maldita”, mas, infelizmente, o
legado é dele mesmo) que o PT nos deixou.
Hoje, os brasileiros estão mais jururus do que os franceses,
devido ao descalabro que foram os governos nos últimos 13 anos, que nos afetou
até no futebol, pois, celebrar uma vitória contra o Peru, como a de ontem, é
vergonhoso, pelo menos pelo que fizemos na história do esporte bretão. Só
faltou o Galvão Bueno e o Pelé gritando: “É tetra, é tetra...”. E isto se reflete em
todas as áreas.
Ninguém encontra mais nenhum empresário otimista e nem mesmo
um consumidor confiante para viver um Feliz Natal. Agora, a bola da vez para
tudo, em nossa sociedade é a procura de um salvador da pátria para tirar o
Brasil do buraco em que se encontra. E eles já começam a aparecer aos montes.
Ontem, vi uma entrevista longa com o Ciro “Boca suja” Gomes, na qual ele se dispõe
a ser candidato a presidente novamente, e, para quem não o conhece, parece que
ele seria o homem certo no lugar certo. Mas, quando ele abriu a boca para dizer
que se estivesse na presidência pegaria o delegado que chamou Lula para depor,
e o colocaria lá na fronteira, como represália, eu vi que o cara, que perdeu as
eleições por dizer besteiras sobre a mulher, não é o messias esperado.
E hoje, temos o Bolsonaro, o Caiado, o Aécio, a Marina, o Temer
e o próprio Lula candidatos ao cargo, e eu, sinceramente, não sei para onde vai
este país, se só tivermos salvadores como estes. Será que o messias ainda virá?
O que é certo, para mim, é que enquanto não tivermos um candidato com uma forte
ênfase na diminuição do Estado na sociedade, e, principalmente, na economia,
teremos apenas, o que o Hubert Alquéres trata como “animador de torcida”, no
texto, de hoje, que abaixo transcrevo (“Não
basta um animador de torcida” – Blog do Noblat).
Leiam-no e vejam como estamos “num mato sem cachorros” em termos de liderança para nos tirar da
crise que nos assola. Eu agora, vou voltar à TV e às outras mídias para
acompanhar nossas tragédia de cada dia, e obter forças para continuar otimista,
como o autor continua.
“Saltam aos olhos o descrédito, o desânimo e a desconfiança dos
investidores. Perigosamente o país se aproxima do caos profundo, como alertou o
ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Diante da deterioração do quadro
econômico, Joaquim Levy vai caindo pelas tabelas, agoniza em estado catatônico.
Para fazer frente a momento tão grave, a presidente exige de seu
ministro da Fazenda que saia por aí tocando o bumbo, como se fosse um animador
de torcida. Isso não basta. É muito pouco para tirar o Brasil do atoleiro no
qual o governo Dilma Rousseff nos submergiu.
É preciso muito mais. É preciso
um novo rumo, uma nova agenda econômica, capaz de fazer o país a deixar para
trás o rame-rame em que vive, onde a recessão e os juros altos provocam a queda
da receita da União, o aumento do desemprego, da inflação e da dívida pública.
E que, por sua vez, desembocam em mais recessão, mais queda da receita pública
e assim sucessivamente.
Um dos grandes erros de Levy foi se deixar aprisionar por este círculo
vicioso, além de não ter tido forças para resistir às incursões de Dilma e seus
luas pretas desenvolvimentistas.
Diante do esgarçamento do ministro e do esgotamento de seu ajuste
fiscal, o Brasil se depara diante de duas alternativas. A primeira é a de Lula
emplacar uma solução tipo trocar seis por meia dúzia, com a nomeação de um nome
mais palatável ao mundo dos negócios. Seria mais do mesmo, com a diferença de
representar uma espécie de café requentado. Na cabeça do ex-presidente a crise
atual seria enfrentada tal qual a de 2009, com políticas anticíclicas, tipo
injeção no crédito, incentivo ao consumo, direcionamento estatal.
O caminho proposto por Lula não é possível mais, já deu o que tinha de
dar. Ele tinha por base o boom das commodities e seu prolongamento até 2014 foi
o grande responsável pela catástrofe dos dias atuais. De onde sairia o dinheiro
para injetar no crédito, preconizado por Lula? Do Tesouro? Sem chances. Isso só
precipitaria mais ainda o advento do caos anunciado.
Há alternativa ao abismo: a retomada da agenda das reformas econômicas.
O grande pecado do governo Lula foi não ter se aproveitado da
conjuntura internacional favorável para levar adiante as reformas iniciadas no
governo FHC. Perde-se, assim, uma oportunidade de ouro de avançar na
modernização do Estado e na conquista do crescimento sustentado. Em vez disso,
retrocessos e mais engessamento, como aconteceu na área do pré-sal.
Com a crise, a agenda das reformas volta à ordem do dia, de onde não
deveria ter saído. Não há meio termo. Ou ela se materializa, ou o caos previsto
por Armínio Fraga se concretizará.
O país não pode ter mais um orçamento que não cabe no PIB. A desvinculação
orçamentária total, o desengessamento da lei do Salário Mínimo, a desindexação
dos salários e benefícios da Previdência, a definição de idade mínima para a
aposentadoria, passam a ser impositivos da realidade, como, positivamente,
aponta a Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB.
Não se trata de nomes, mas de projetos, de bloco de forças diferentes.
A reforma necessária contraria interesses corporativistas e
patrimonialistas incrustados no Estado. Interesses que, aliados ao capitalismo
parasitário, foram perpetuados nos governos lulopetistas. Continuam intocáveis
em suas casamatas no governo Dilma e daí não serão desalojados, seja quem for o
ministro da Fazenda.
Para explodir os bunkers do atraso se faz necessário a construção de um
novo bloco capaz de levar adiante as reformas, pelas vias democráticas. Por
esse caminho, haveremos de superar a desesperança. Quem disse que o caos é
inevitável?”
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