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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

25 de novembro de 2015 - Um dia histórico




Por Zezinho de Caetés

Eu havia começado, ontem, a escrever um texto para hoje, sobre o “encalacramento” do governo do PT, mesmo que o impeachment da Dilma não saísse este ano. Então, o mundo caiu. E caiu feio sobre o governo e sobre todos nós, com a inusitada prisão do Delcídio do Amaral, pelo STF.

Rasguei o que escrevi porque não tinha mais nenhum sentido. Ontem foi “um dia de cão” para o nossa linda Pátria que não está mais dormindo em berço esplêndido. Desde cedo, os carros da Policia Federal cortavam as ruas para prender o senador e líder do governo no Senado. Não desliguei mais dos meios de informação.

Tudo parecia um sonho para uns e um pesadelo para outros, porque, como diz meu conterrâneo, o Lula, nunca, na história deste país, havia um senador sido preso no exercício do mandato. Seria até lastimável se houvesse motivo para se pensar numa crise institucional, envolvendo os poderes da República. E tudo levava a crer que estaria assim configurado um conflito que poderia nos levar a retroceder politicamente.

No entanto, quando se soube o motivo da prisão do senador Delcídio, fomos obrigados a abrir um sorriso. O senador, agiu de uma forma tão leviana, ao reunir-se com o filho do Cerveró, para comprar-lhe o silencia em relação a ele na Lava Jato, que o Brasil inteiro deve ter gritado: “Deixa o cara na cadeia que ele merece”.

E foi o que aconteceu, mesmo contra a vontade de Renan Calheiros, quando o Senado, em votação histórica, deu razão aos ministros do STF, e deixou o senador no xilindró. Foi um dia, que, espero, seja mais um na derrocada final do PT.

Hoje, eu poderia pegar qualquer texto para que vocês entrem em detalhes sobre o dia 15 de novembro de 2015, que será lembrado nas escolas no futuro, porque todos tratam disto, mas, escolhi logo dois deles para ficar bem registrado para posteridade. O primeiro, é de Murillo Aragão, que tem como título: “Forte revés para o governo”. O outro é da Mary Zaydan, que no seu estilo leve e solto escreve: “Bandidos de estimação”, no qual cita uma parte da fala da ministra do STF, na decisão de prender o Delcídio, e que aqui reproduzimos para a posteridade:

"Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil”

Agora leiam, para detalhes, o Aragão, e em seguida a Mary, que eu vou voltar à mídia para ver qual será o petista da vez.

“A prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder da presidente Dilma Rousseff no Senado, nesta quarta-feira, 25, arrasta o governo para o leito da Operação Lava-Jato. Nos últimos meses, os articuladores oficiais tentavam jogar a crise no colo do Legislativo, visando aliviar a pressão dos acontecimentos.

É a segunda notícia fortemente negativa para o Palácio do Planalto em apenas 24 horas. Na terça-feira, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, foi para a cadeia. Caso resolva falar o que sabe causará imensos constrangimentos que podem, inclusive, atingir o centro do governo.

Pela manhã, a tendência do plenário do Senado, quando chegasse a hora de apreciar a comunicação do Supremo Tribunal Federal referendando a prisão do senador, era aprovar a decisão em votação secreta por maioria absoluta de votos.

No início da noite, um grande número de influentes senadores passou a advogar a revogação da prisão como forma de evitar que o caso Delcídio se tornasse um exemplo, ameaçando toda a classe política. A oposição entrou com mandado de segurança preventivo no Supremo defendendo o voto aberto, uma maneira de evitar um acordão em benefício do líder do governo no Senado.

Definido o voto aberto e mantida a prisão, graças à forte pressão nas redes sociais, se a demora for muito longa Delcídio corre o risco de acabar cassado em uma circunstância parecida com a do ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO), em 2012.

Com os dois fatos (Bumlai e Delcídio), o governo, Lula e o PT voltam a ser alvos preferenciais da Operação Lava-Jato. O evento desmonta o argumento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que a presidente Dilma fizera um acordo com o Ministério Público para que as investigações se limitasse a ele, poupando o Executivo.

A primeira reação da presidente foi afastar o senador Delcídio da Liderança do governo, uma vez que ele é acusado de um crime – de obstrução do trabalho dos investigadores. Perdeu as condições de representar o Planalto nas negociações políticas com a Mesa e os demais partidos. Um nome dado com certo para substituí-lo é o do senador Wellington Fagundes (PR-MT).

No curtíssimo prazo, a principal consequência de sua prisão é comprometer a agenda de votações do ajuste fiscal, cujo processo de votação o principal coordenador político, ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, vinha conseguindo acelerar aos poucos.

A aprovação do projeto da repatriação ainda este ano, pelo menos, está comprometida, já que o senador era o relator da proposta. Na verdade, todas as votações de interesse do Planalto voltam a ficar sob risco por conta do episódio.

As votações da revisão da meta do superávit de 2015, assim como o Orçamento de 2016, podem ficar comprometidas. Em especial, se a oposição e o PMDB não colaborarem.

Outro ponto importante a ser destacado é que a suposta oferta de fuga feita por Delcídio a Nestor Cerveró sinaliza que o conteúdo da delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras é consistente e muito perigoso.

Quem ganha fôlego momentâneo com a prisão de Delcídio é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Com tempo e espaço da grande mídia ocupados pelo retorno do governo ao cenário da Operação Lava-Jato, cai para segundo plano a crise de Cunha, em momento crucial de conflito aberto com o Conselho de Ética, que examina sua cassação.

As atividades da Esplanada, Congresso e mercados sofreram forte impacto com a prisão de um senador importante do partido do governo. Senado e Câmara não tiveram condições de realizar sessões deliberativas, exceto a respeito da prisão. Respingos do escândalo da Petrobras podem atingir novos personagens e segmentos da atividade econômico.

Numa dimensão mais extensa, o episódio – por envolver o banqueiro André Esteves, um dos mais importantes do país – tem repercussões graves no sistema financeiro e levanta a hipótese de risco sistêmico pelas incertezas que o acontecimento traz.

O duro golpe da prisão de um senador em pleno exercício do mandato – líder do governo e do PT – coloca, mais uma vez, o governo no córner e revela que a conjuntura política continua submetida às surpresas das investigações da Operação Lava Jato, que lenta e sistematicamente vai esgarçando o sistema político.

As hipóteses de impeachment, mantidas em 40%, são consistentes dada a evidente fragilidade do entorno político do governo.”

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“Após a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a divulgação das gravações que não deixam dúvidas quanto às ações criminosas do líder do governo no Senado, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez publicar nota oficial na qual, como de costume, dá mais um tiro no pé.

Falcão revela sua perplexidade diante dos fatos que "ensejaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ordenar a prisão do senador", enumerando explicações e providências.

A primeira delas - "Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador têm qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado" - é um primor. Na pressa de formalizar distanciamento de Delcídio, o presidente do PT acaba por confessar e assumir que as "tratativas" dos demais petistas presos e condenados - Dirceu, Vaccari e companhia - tinham relação com a atividade partidária.

A cumplicidade com os bandidos de estimação se complementa com o segundo item da nota: "Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade". Ou seja, Delcídio, ao contrário dos demais, não pode frequentar o painel dos "heróis do povo brasileiro".

Por fim, Falcão afirma que convocará, "em curto espaço de tempo, reunião da Comissão Executiva Nacional para adotar medidas que a direção partidária julgar cabíveis". Algo que só foi feito - e depois desfeito - com o tesoureiro Delúbio Soares, quando o PT ainda não tinha adotado a tangente, ditada por Lula, de que o mensalão não existiu.


Como bem disse a ministra Cármen Lúcia, "a desfaçatez venceu o cinismo".”

Um comentário:

  1. DE RELANCE, PERCEBE-SE CLARAMENTE QUE, O BANDIDO PETRALHA(MAIS UM) DO DELCÍDIO DO AMARAL(PT-MS) PARECE MAIS UM SENADOR ALMOFADINHA COM AQUELE “JEITÃO VASELINA”. AGORA, PARTINDO-SE DO PRINCÍPIO DO MODUS OPERANDI DO CANALHÃO DE CABELOS LONGOS, SEDOSOS E MACIOS, PODEMOS CONSIDERAR QUE O GRANDALHÃO LADRÃO DO PETROLÃO, TORNOU-SE NO HOMEM-BOMBA PARA PONDERAÇÕES FUTURAS QUE VAI ABALAR TRAGICAMENTE AS MURALHAS DO PALÁCIO DO PLANALTO DA ANTA E, O ALICERCE DO MURO BAIXO, DONDE, ESTÁ EDIFICADO, EM SÃO PAULO, O INSTITUTO DO SEBOSO... SÃO TANTOS MALFEITOS COM TAMANHA FREQUÊNCIA QUE A PARTE TRAGICÔMICA DESSE FILME ASSUSTOSO, ESTÁ PARECENDO MAIS QUE O PETRALHISMO É UM SERIAL KILLER E O ALFREDO HITCHKOCK SEJA O PRESIDENTE DE HONRA DO PT. VEM POR AÍ, CENAS SINISTRAS E MACABRAS NESTE CINEMA DE SUSPENSE. TEREMOS PELA FRENTE, NOITES HORRIPILANTES, ASSUSTADORAS, ATERRORIZANTES...

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