Por Zé Carlos
Bem,
continuando nossa “escrevinhação”
sobre nossa visita infantil a nossa cidade, passemos a outro item que merece
ser aqui colocado. Eu disse antes que havia vivido o passado de Bom Conselho,
mas, agora, passemos ao presente.
Pela primeira
vez em minha já longa vida, eu fiquei parado num sinal de trânsito em Bom
Conselho. Vocês não podem imaginar a minha emoção! De repente, estava eu ali,
já um pouco irritado porque a sede da A Gazeta, mais um vez estava fechada, no
cruzamento da Avenida Nova com a Rua da A Gazeta (desculpem, mas, não me lembro
o nome certo da rua), um “semáforo”
me observa vivamente.
Não tive como
não voltar outra vez ao passado e lembrar de quão era livre para andar pelas
ruas de minha cidade. Agora, além dos quebra-molas, lá estava aquele olho
vermelho a me observar, como se dissesse “se
você passar, eu te devoro!”. Eu, como cidadão obediente e temente a Deus,
parei lá, e fiquei esperando que o olho de outra cor aparecesse.
E neste
momento de “paradez” não voluntária,
meu cérebro girava, e pensava. É o progresso! Afinal de contas tínhamos
conseguido chegar lá. E hoje, pode-se dizer tudo de Bom Conselho, menos que não
tenha “semáforo”. Mesmo que não me
lembre de ter passado em outro, um apenas já era o bastante. Chegamos lá!
O que pude
observar, foi que nos minutos (não me lembro quantos, mas, demorou bastante),
em que lá fiquei parado, não passou nenhum carro, pelo cruzamento. Apenas uma
mulher, com um feixe de lenha na cabeça, atravessou a rua receosa, até que eu
vi sua agrura e fiz sinal indicando o sinal vermelho, e que ela poderia passar,
pois o sinal estava fechado para mim. Mulher inteligente, pois ainda não
confiava que os motoristas de Bom Conselho fossem cumpridores da lei. Só sei
que eu a cumpri e passei lá alguns preciosos momentos.
Um dia na
vida, eu fui um economista, e, de vez em quando eu me lembro das coisas que
estudei, embora saiba que hoje tudo é diferente, no entanto, acho eu, não tão
diferente assim. Eu não teria perdido aqueles minutos se houvesse apenas um
olho amarelo, avisando que, tem mulher passando com feixe de lenha na cabeça.
Naquela época, para se decidir se deveria haver um olho vermelho, passávamos
horas estudando os custos e os benefícios daquele gasto. Hoje, pelo que vi, o
progresso é mais importante, custe o que custar.
Passando o
citado bloqueio semafórico, dirigi-me ao Açude da Nação. Fiquei surpreso com o
Portal de Saída. Pelo que me lembro não havia passado por debaixo dele ainda.
Não sei se foi pela vontade que tenho de ficar em Bom Conselho para sempre,
quando chego lá, ou se é porque é uma novidade. Saí assim mesmo, para em
seguida entrar outra vez na próxima rua do Hotel Raízes, onde mais uma vez fui para
o quarto 8, com todos os seus problemas.
Não foi de
propósito, mas, voltei ao sinal de trânsito de sempre, perdi mais um tempo, só
passaram dois porquinhos, mas, desta vez, segui em frente indo em direção ao
Corredor, embicando pela Igreja de São Sebastião, em direção a bairros que eu
não conhecia da cidade. Foi a viagem ao futuro. Onde antes, eu fazia piquenique
nos sítios coma a garotada do Ginásio São Geraldo, hoje é zona urbana. Moderna,
mas, que mostra quanto Bom Conselho precisa de um Plano Diretor efetivo. Vista
de cima ela já parece um caranguejo.
Mas, isto é
coisa para outra rodada de “escrevinhação”,
onde abordarei coisas de nossa terra, quase como um turista, mas, com o olho de
quem gosta daquela terra e que um dia poderá ser útil na procura da cabeça do
crustáceo. No próximo ano, certamente, muitos dirão que também querem encontrar
a cabeça, e, espero que não estirem mais suas pernas.
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