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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Quo usque tandem abutere, Dilma, patientia nostra?






Por Zezinho de Caetés

Ontem foi um dia histórico e hoje só será maior do que ontem se a Dilma renunciasse. Como não vejo esta possibilidade tenho que escrever sobre outra coisa, embora isto possa acontecer até à noite.

Agora, já descobrimos que o lulodilmopetismo, do qual tratamos ontem aqui, também se revela pelo seu zelo em relação à Educação. Vocês se lembram muito bem que, o Lula criou mais universidades em seus governos do que surgiram indústrias. O fato das faculdades de medicina não terem equipamentos e nem mesmo cadáveres para estudo, não importa tanto, quando vemos o seu esforço individual para se educar. Hoje deve ter mais 600 títulos de doutor. O fato de ser honoris causa, também não importa tanto, desde que seu objetivo foi atingido, venceu o FHC em números.

Já a Dilma, seguindo seu criador, no seu segundo mandato, criou o slogan A Pátria Educadora, e o fato de ter esquecido a Educação, também não importa tanto, pois hoje temos o Mercadante de volta à pasta, como diz o Hubert Alquéres (texto abaixo transcrito e publicado no Blog do Noblat em 07/10/2015 – “Portal do Inferno”), selando enfim, os destinos da Educação em nosso país.

Todos sabem que a volta de Mercadante para o Ministério da Educação foi somente a única forma dele ter foro privilegiado e não ir diretamente para Curitiba para as mãos do Sérgio Moro, o que foi feito pela imposição de Lula, meu conterrâneo, de dar a Casa Civil ao Jaques Wagner. Ou seja no lulodilmopetismo a Educação virou educação, quando o país precisa de EDUCAÇÃO, para não continuar na rabeira do processo civilizatório.

A situação é para parafrasear o Cícero, no latim das Catilinárias: “Quo usque tandem abutere, Dilma, patientia nostra?” (Até quando, Dilma, abusarás de nossa paciência?). Ela, em um dos discursos feitos para mostrar que ainda está viva, disse: “Devemos pensar, no Brasil, e não em nós mesmos!”. Nada mais justo, se ela começasse a fazer isto, renunciando. Isto sim seria pensar no Brasil.

Agora fiquem com o Hubert, que melhor detalha a situação de nossa Pátria Educadora, enquanto eu vou curtir o meu final de semana, rodando a cidade, nos supermercados lutando contra a inflação, que parece, veio para ficar, e minha aposentadoria só aguenta até 2016.

“Quem circula pelo mundo da educação sabe da tremenda ressaca que se disseminou entre educadores brasileiros com a recentíssima troca de comando no Ministério da área. Foi a terceira em dez meses.

Com a demissão vexaminosa, foi pelo ralo a última réstia de esperança de surgir algo minimamente substantivo sob a batuta de Renato Janine Ribeiro.

Esqueçam. No governo da presidente Dilma Rousseff nada acontecerá no setor educacional, a não ser andar para trás. Ou para os lados, como caranguejo.

O agora ex-ministro foi recebido, quando de sua nomeação, com extrema boa vontade por educadores de diversos matizes, muito embora sua experiência como gestor público fosse escassa.

O acadêmico não disse a que veio, é verdade.

Impotente para fazer frente ao gigantesco corte do orçamento da Educação (o setor foi um dos mais afetados pelo ajuste fiscal de Joaquim Levy) o então titular da pasta assistiu, passivamente, o apagão das universidades federais, a drástica redução das vagas do Pronatec, o fim do Ciência sem Fronteiras, o aumento dos juros do Fies ou o brutal corte de verbas para a compra de livros paradidáticos e de ficção para os alunos do ensino básico das escolas públicas brasileiras.

Sem força política e carente de poder de aglutinação, Renato Janine travou sua batalha de Itararé com o também ex-ministro Mangabeira Unger, da finada Secretária para Assuntos Estratégicos - a Sealopra. Estabeleceu-se, assim, uma política educacional bicéfala, com Janine sendo responsável pelo Plano Nacional da Educação - uma miragem semelhante à Ferrovia Transoceânica e ao Trem-Bala - e Mangabeira por um “plano de concepção” com base em outra peça de ficção, o factoide Pátria Educadora.

Quem estabeleceu essa dualidade? A própria Dilma.

Na sua gestão, o acadêmico pagou outro mico. Anunciados os resultados catastróficos da Avaliação Nacional de Alfabetização de 2014, o Ministério da Educação simplesmente suspendeu o ANA de 2015, numa imitação daquela piada do marido traído e do sofá da sala.

Mas Renato Janine Ribeiro não caiu por qualquer um desses fatos.

O professor de ética e filosofia foi defenestrado precocemente porque a presidente precisava dar um prêmio de consolação a Aloizio Mercadante. E protegê-lo com o foro privilegiado.

O episódio é por si mesmo revelador da improvisação e da pouquíssima importância da educação no governo Dilma.

A descontinuidade e a alta rotatividade no MEC são a marca registrada desses tempos do lulopetismo. Dilma começou com Fernando Haddad que saiu para ser candidato a prefeito de SP. Foi substituído por Aloisio Mercadante que deixou o cargo em menos de dois anos. Veio então, por quase um ano, José Henrique Paim, um tecnocrata com carreira pública construída nas entranhas de governos petistas, que ficou no Ministério da Educação distribuindo vagas -sem transparência, controle ou critério- em cursos técnicos de escolas muitas vezes desconhecidas, e esquentando a cadeira enquanto Mercadante fazia a campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

Quem o substituiu em 1º de janeiro de 2015? Cid Gomes, aquele meteorito cuja passagem pelo MEC foi mais célere do que um raio.

Entende-se, portanto, o desalento dos educadores com a dança das cadeiras promovidas pelo governo do PT.

Em uma conjuntura de recursos escassos, de dicotomia entre a demanda da sociedade por uma educação de qualidade e a incompetência governamental para atendê-la, mais do que nunca se exige do Ministro da Educação capacidade de formulação além de habilidade para empolgar corações e mentes; pré-requisitos para comandar um grande pacto nacional, cuja agenda está dada desde o final do século passado e que começa com investimento em políticas públicas para a formação e capacitação permanente de professores.

Aloizio Mercadante é esse homem? Tem esse perfil?

De jeito nenhum.  É o que se chama de liderança negativa, aquela que, tal qual Átila, onde pisa não nasce grama.

Como gestor, seu grande traço é a enorme capacidade de desagregar, para não falar de sua inapetência para ouvir, na sua soberba e arrogância. Ou não foram essas características que o levaram a se meter em tantas trapalhadas alopradas e a levar Lula a exigir a cabeça dele?

Nesse governo a educação chegou ao Portal do Inferno.

Nele, não tem mais jeito.

É como dizia Dante: Deixai toda esperança, ó vos que entrais.

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