Por Zezinho de Caetés
Hoje estou numa pressa danada, porque ainda tenho que pegar
minha bandeira e ir para a manifestação a favor do impeachment da presidenta
gerenta, e já, que agora são diárias. E como ontem já tratei de Economia, hoje
volto a fazê-lo de uma forma mais “light”,
transcrevendo um texto, quase didático, do Hurbert Alquéres (Blog do Noblat).
Seu título não diz tudo nem é esclarecedor: “Olha que cai a jaca”. Se antes não
sabemos se é jaca dura ou jaca mole, não temos ideia sobre o que ele escreverá.
Mas, quando ele diz que a jaca é o Levy, e que hoje é jaca mole, tudo fica
claro.
Todos sabemos que o Levy continua no cargo porque é
indemissível. Se ele cair a coisa desanda mais ainda para o Brasil, se isto é
realmente possível. Não é porque todos gostem de jaca, mas, porque quando uma
jaca cai do pé, como eu e meu conterrâneo Lula sabemos, se atingir alguém faz
um estrado danado.
Então a política de Dilma, que ainda quer se manter no
cargo, é, até com a ajuda do suíço Eduardo Cunha, mantê-lo no pé, até
apodrecer. Enquanto Lula, quer de qualquer forma derrubar a jaca, para que a
Dilma se esborrache. E nós brasileiros, não podemos nem mais comer jaca com a
inflação a quase 10%, e nossa renda caindo, quando não estamos desempregados.
Mas, fiquem agora com o Hubert, para maiores detalhes sobre
os resultados de um possível doce de jaca, que eu vou me preparar para tentar
impedir que a Dilma como deste doce. Já a casca, eu posso deixar para ela.
“Dia sim e outro também, o ex-presidente Lula, o presidente do PT Rui
Falcão, parlamentares e economistas petistas correm para debaixo da jaqueira e
balançam a árvore até não poder mais para ver se a fruta cai. A jaca, no caso o
Ministro da Fazenda Joaquim Levy, corre sérios riscos de se espatifar no chão,
embora a presidente Dilma Rousseff tenha assegurado com todos os erres e esses
que ele está firme no pé.
Até quando, só Deus sabe, mas por enquanto vai se segurando, pois para
Dilma, ruim com Levy, pior sem ele. Não que a presidente morra de amores pelo
ajuste fiscal ou pela ortodoxia de Levy. Sua cabeça continua sendo a da “nova
matriz econômica”, do expansionismo fiscal. Nisso, ela não se difere de Lula e
da cúpula do PT.
Mas é obrigada a se render e manter Levy no cargo, ao menos por
enquanto. Neste momento a troca de comando da área econômica seria um desastre.
Arrastaria, mais ainda, o governo para o precipício, aprofundaria a
instabilidade econômica e política, sinalizaria para o mercado que a
austeridade fiscal é de mentirinha.
Foi o instinto de sobrevivência, e não a convicção, que levou Dilma a
prestigiar seu ministro da Fazenda.
Há aqui um conflito de interesses. A preocupação de Dilma é com ela
própria, é conseguir terminar o seu mandato. E Lula tem os olhos fixos em 2018.
Em um quadro de desemprego, inflação alta, e cortes para todos os lados,
inclusive nos programas sociais, sua pretensão de voltar ao Planalto irá por
água abaixo. Para mantê-la, urge derrubar Levy, substituí-lo por alguém que se
disponha a dar um cavalo de pau na economia.
Tanto quanto a presidente ele tem consciência de que não há na
prateleira governista outra política econômica minimamente responsável. Mas
quem disse que ele está preocupado com isso.
Se necessário for, reeditará Orestes Quércia, o ex-governador que
enterrou o Banespa e as estatais paulistas, e dirá: “quebro o Banco do Brasil,
a Caixa Econômica, mas me elejo”.
Neste cabo de guerra entre a criatura e o criador, a presidente sempre
cedeu às pressões do seu tutor. O “imexível” Mercadante dançou. Quem garante
que o mesmo não acontecerá com Joaquim Levy?
Entre o mar e o rochedo, está o país, que nem a atual presidente nem o
ex parecem se preocupar.
É o Brasil que sai perdendo ao ter um Ministro da Fazenda com
autoridade dilacerada, questionado e bombardeado por todos os lados,
principalmente pelo partido da presidente.
A essas alturas, Levy é pouco mais do que um pato manco, de
credibilidade baixíssima por não ter entregado o que prometeu. É atacado pelos
petistas mais por suas qualidades do que por seus defeitos, que, diga-se de
passagem, são vários.
Por volta do primeiro semestre, quando ainda pintava como o novo Delfim
da economia, Levy vendeu terreno na lua ao anunciar o retorno do crescimento
econômico já no terceiro trimestre de 2015. Seu pacote teve efeito quase nulo,
impotente que foi para fazer frente a uma queda do PIB de 3% já apontada na
pesquisa Focus, a uma inflação de 9,75%, no acumulado dos últimos doze meses, e
a um déficit nominal que se aproxima da casa de dois dígitos.
E começou a balangar na jaqueira no momento em que cedeu, aquiesceu e
passou a tecer loas ao patético orçamento deficitário, a maior trapalhada de
uma equipe econômica, após o confisco das cadernetas de poupança da era Collor.
A erosão de sua imagem, inclusive no meio empresarial, se acentuou com os
ziguezagues do cria não cria a CPMF.
Não é culpa dele, como Lula e companhia querem fazer crer. Mas sob sua
égide, o Brasil foi rebaixado pelas agências de risco, está na iminência de
perder o investiment grade. E o superávit primário de 2015, inicialmente
previsto para ser de 1% do PIB, foi rebaixado para 0,15% e nem isso vai ser
cumprido.
Assim fica difícil manter-se no pé. Do jeito que vai, não será preciso
nem balançar a árvore. A jaca pode cair de madura. Ou podre.”
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