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terça-feira, 13 de outubro de 2015

A semana - Dilma quase sozinha, Cunha perseguido e a "Pátria Pedaladora"




Por Zé Carlos

Esta coluna semanal, por motivos de força maior, nessa semana, virou uma coluna semanal + 1 dia. E a culpa é das crianças. E eu até proporia já aqui, que o dia 12 de outubro, além de ser o dia de N. S. Aparecida e da Criança, fosse também o dia dos avós. Se tirar por minha experiência, neste dia, avós e crianças têm a mesma meta: brincar. E se a atingirmos, logo a dobraremos, para parafrasear nossa musa, a Dilma, que esta semana brilhou quase sozinha. Se não fosse o Cunha, nosso querido Cunhão, só falaria aqui da presidente.

Todos os idiotas da objetividade pensam, e a imprensa alardeia, que esta foi uma semana difícil para nossa musa. Quem tem mais discernimento, seriedade e senso de humor, no entanto, sabe que foi uma das suas melhores semanas. Ela brilhou, em toda sua plenitude de nos fazer rir. E mesmo que eu ainda não tenha notícia de algum show seu no Dia da Criança, tenho certeza que pelo menos ela brincou com seu neto, não esquecendo de esquecer de colocar um cachorro atrás dele, como ela (para os leitores mais exigentes com o uso da língua pátria, desculpem o cacófato) sempre afirmou ser a grande alegria da meninada, sempre ter um cachorro atrás.

E a semana, já começou quente, com o Delfim Neto, sim, aquele que desde 1964 não sai do poder, dizendo que a Dilma tem que começar a governar, a ser presidente. Vejam que até ele notou que ela agora só pedala, pedala e pedala. Governar o Brasil, isto é coisa para ministro desocupado, já que o vice-presidente deve ter dito que é macaco velho, e não põe a mão em cumbuca. Para ser justo, como sempre tento, ela tem tentado entreter o distinto público, inclusive o Delfim, de que agora, ela voltou a governar, e declarou: “Nós temos um Brasil para governar até 2018”, em um dos seus mais recentes shows, que foi a cerimônia de posse dos “novos” ministros. Como os ministros são proibidos de rir com as piadas dela, dizem até que houve desmaios por contenção de riso. O Aldo Rebello caiu duro, embora tenha dito que o desmaio foi de fome, porque ele que revisitar o Programa Fome Zero, e já quer dar o exemplo do que acontece quando não se tem nem caviar para comer pela manhã. Depois se descobriu que tudo fazia parte do show de humor. Vejam a capacidade de nossa musa.

Houve um interregno para descanso da plateia e chegou o Eduardo Cunha, dizendo, espavorido, que o estavam perseguindo, chegando ao ponto de depositar US$ 5.000.000,00 em uma conta sua na Suíça, só para incriminá-lo. Foi uma risadaria geral, mesmo que a Dilma tenha feito beicinho, e quem sabe, deve ter pensado, oh Deus, por que não me perseguem também. Minha conta lá é de número ........ E agora, o esporte predileto do Congresso é a “caça ao Cunha”, dizendo que ele faltou com a “ética na política”. Para mim, este conceito soa um pouco antigo no Brasil, devido ao seu pouco uso. Pois, imaginem que o Cunha, para se vingar da perseguição e de quem ele acha que foi a perseguidora, diz que nesta semana, vai aceitar qualquer pedido de impeachment da Dilma, qualquer um que seja dos 639 que estão lá esperando. E a nossa coluna torcendo para que pelo menos um deles dê certo, porque queremos a Dilma aqui na coluna, em tempo integral.

E, mais uma vez, a tática do governo de evitar o impeachment da Dilma, tentando aprovar os vetos dela à sandice do Congresso, de querer gastar dinheiro só para complicar a situação, foi um fracasso total. Dizem que a negociação feita para trazer a base alugada de volta, oferecendo a ela, apartamentos do Minha Casa Minha Vida, não funcionou, porque, as unidades não puderam ser entregues, por falta de acabamento. Resultado: Mais uma vez, faltou quorum para votação, enquanto os deputados e alguns senadores ficavam embaixo das mesas, escondidos, e esperando receber o imóvel.

Mas, não foi só este o esforço feito no sentido de atender o pleito desta coluna para impichar a Dilma. O TCU (Tribunal de Contas da União) também resolveu colaborar e rejeitou as contas dela de 2014, por excesso de pedaladas. E pode ser que nossa musa vá mais cedo para casa, simplesmente, por um mal entendido. O que os ministros queriam era evitar que ela pedalasse ao ponto de desmaiar. Tanto que o relatório final pede, em seu final apoteótico: “Pedale com moderação!”. E, já li que a Dilma não entendeu bem o recado e continua pedalando freneticamente em 2015. Tanto que ela quer substituir o slogan da Brasil, que era de “Pátria Educadora”, por “Pátria Pedaladora”. Pelo menos os versos que criaram com o slogan anterior não fogem da rima, mas, certamente, também não são uma solução.

E, como se não bastassem todos estes órgãos e pessoas querendo impeachment da nossa musa, o que a coluna agradece, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) agora está insinuando que na campanha de 2014, entrou dinheiro da Petrobrás, como declarou o delator premiado Fernando Pessoa, ao Sérgio Moro, que tenta lavar o país e depois passá-lo a limpo. Num dos seus maravilhosos “stand-ups”, ela foi enfática quanto a isto.  Quando, entre um riso e outro, um espectador perguntou se ela havia recebido dinheiro ilegal para sua campanha, ele disse: “Meu querido, é uma coisa estranha. Porque, para mim, no mesmo dia em que eu recebo doação, em quase igual valor, o candidato adversário recebe também. O meu é propina e o dele não?”. Não precisa nem dizer que a plateia quase veio abaixo com sua vivacidade intelectual, quando percebeu que o adversário dela, o Aécio, não estava com a chave do cofre, ainda. Ou seja, ela acabava de criar ali a propina do bem, ou a propina de São Francisco, que é aquela que é dada sem quem se saiba quem está dando ou recebendo.

E a presidente tentou fazer uma reunião com o ministério novo. Agora os ministros já vão preparados para as crises de riso, embora alguns novatos, como o Ministro da Saúde (logo ele) não se preparou direito e quase vomita pelo riso preso. Já o Levy, que já todo o possível para não comparecer,  desta vez viajou para o Peru, para tentar aprender com aquele país como fazer um ajuste fiscal, pois aqui só se fala de impeachment como solução para crise econômica. Quando ele foi perguntado o que chegaria primeiro se o ajuste ou impeachment, ele simplesmente respondeu: “Não sei”, fazendo o dólar subir mais uns centavos.

E o Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, que também vive correndo das reuniões foi com o Levy e declarou: “A parte fiscal de nosso ajuste está numa velocidade menor que a pensada originalmente. Isso tem a ver com dificuldades políticas. Mas há consenso crescente em torno da necessidade de esse ajuste fiscal ser processado o mais rápido possível.” Ou seja, ele também acha que o impeachment virá primeiro.


E nesta semana estendida, pelas crianças, a turma que faz o filme do UOL, é óbvio, foi brincar com elas, e não o fizeram. Assim, desculpem, mas, quem não riu até agora, espere para fazê-lo na próxima semana, que promete. Dilma passou o feriadão pedalando em Brasília e, certamente, voltará com todo o gás, para nos fazer rir. Tenham um bom resto de semana.

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