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segunda-feira, 30 de junho de 2014

A semana - Políticos e jogadores mordem. Vamos morder de volta?




Por Zé Carlos

O filme de hoje, e penso até 13 de junho ou a qualquer momento em edição extraordinária se o Brasil cair fora da Copa, trata de Copa do Mundo e seus jocosos eventos. Política tornou-se um mero coadjuvante do Futebol. Entre um sofrimento e outro com nossa seleção, da qual Felipão não consegue se livrar de sua principal escalação: Neymar, Neymar, Neymar.... e assim por diante, o material para riso é ainda as convenções dos partidos para as próximas eleições. O resto são só mordidas e nada mais.

Óbvio que um único filme seria pequeno para cobrir tanta besteira que foi dita por este país afora pelos candidatos ungidos pelas agremiações partidárias. E o mais hilário é o esforço dos candidatos presidenciais em atacar uns aos outros, sem ferir os correligionários no nível regional. Eu nunca vi um balaio de gatos tão grande e tanta diversidade. Lula parece ter razão quando diz que a política no Brasil se reduz a “eles” e “nós”. O que isto significa de verdade ele não diz, e nem faz nenhum esforço para isto. Faz parte do jogo. Eu só sei que sou “eles”.

Eu já disse certa vez que nunca vi um partido tão “capitalista” quando o Partido Socialista do Eduardo Campos, e nunca vi um partido tão de “extrema-direita” quanto o PSOL. Os métodos de ação são os mesmos e hoje todos são black blocs. O importante é o poder com máscara ou sem máscara. Todos tentam agora imitar o Luiz Suárez, o mordedor do Uruguai, para comer toda a carne, tal qual vampiros, do nosso povo, que nem sente mais as mordidas anestesiado pela Copa do Mundo. Mordeu? Basta o Brasil ganhar que passa. Mesma que seja com prorrogação e pênaltis como contra o Chile no sábado, jogo que mudou a escalação da seleção. Agora é: Júlio César, Neymar, Neymar, Neymar .... e assim por diante.

E o episódio da mordida do jogador uruguaio no italiano foi um ponto fora da curva nesta semana, em termos de humorismo espontâneo (Só não foi mais hilário do que a decisão de deixar o Zé Dirceu trabalhar de bibliotecário num escritório de advogacia. Por que ele não trabalha com advogado?) E o filme abaixo mostra a mordida uruguaia e ainda outras mordidas no plano político. No fundo no fundo, quanto mais se aproximam as eleições mais somos mordidos. Minha sugestão é: “Vamos morder de volta em outubro!”. Pensei em lançar o plano “Mentira Zero”, mas vi que, se ele tivesse sucesso, faltariam candidatos. Então o jeito é morder de volta.

Um fato auspicioso (sempre quis usar esta expressão mas faz tempo que não existia um fato assim por estas plagas) foi que o José Sarney declarou que vai pendurar as chuteiras, que usa desde meados do século passado e deve terem pertencido ao Barbosa, aquele goleiro da seleção no “maracanazzo”, pois eu nunca vi um jogador que levasse tanto o Brasil a chorar por tão longo tempo. Antes tarde do que nunca. Dizem que ele agora se dedicará exclusivamente à literatura, fazendo uma revisão do seu livro “Marimbondos de Fogo”. A primeira revisão será do título que de agora em diante será: “Gafanhotos de Cinzas”.

Mas o que achei melhor do filme, e que me fez rolar de tanto rir, foi o Lula dizer que “criador e criatura podem viver em harmonia”. Pensei logo no criador do Frankenstein, que depois abominou sua criatura, e logo pensei, este Lula está apenas fazendo campanha, quando diz que agora vive em harmonia com sua criatura, a Dilma. E quer convencer o distinto público que adoraria ver a Dilma reeleita. Mas esta estória só continuará se sua criatura mostrar que pode chegar ao monte tão desejado pelo seu criador, o Planalto. A harmonia se desvanecerá assim que Dilma começar a realmente dar com os burros n’água nas pesquisas. Então não se iludam, tal qual o vampiro uruguaio, o Lula começará a morder a criatura pela frente, porque, pelas costas, ele já faz isto há tempos.

Bem, mas já estou me alongando, e não quero que os meus três leitores pensem que estou tentando mordê-los, nesta época de mordidas generalizadas. Sou de Bom Conselho, e bom-conselhense não morde nunca. Fiquem com o roteiro do filme feito pelos produtores do UOL, e vejam em seguida as mordidas que os brasileiros estão levando dos seus políticos. Vamos morder de volta?

“Na segunda semana de Copa do Mundo no Brasil, a eliminação da Espanha já é assunto quase esquecido e as piadas se concentraram na mordida dada pelo jogador uruguaio Luis Suárez no italiano Giorgio Chiellini. Suspenso por nove partidas, a agressão deixou Suárez fora da Copa e rendeu uma enxurrada de brincadeiras e comentários nas redes sociais. Inspirados no uruguaio, a presidente Dilma Rousseff e seu principal opositor, Aécio Neves, trataram de abocanhar aliados para as próximas eleições. Já a aposentadoria do senador José Sarney fez com que as atenções se voltassem para o cenário político, mas por pouco tempo, porque ainda tem muita Copa rolando.”


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