Por Zé Carlos
O filme de hoje, e penso até 13 de junho ou a qualquer
momento em edição extraordinária se o Brasil cair fora da Copa, trata de Copa
do Mundo e seus jocosos eventos. Política tornou-se um mero coadjuvante do
Futebol. Entre um sofrimento e outro com nossa seleção, da qual Felipão não
consegue se livrar de sua principal escalação: Neymar, Neymar, Neymar.... e
assim por diante, o material para riso é ainda as convenções dos partidos para
as próximas eleições. O resto são só mordidas e nada mais.
Óbvio que um único filme seria pequeno para cobrir tanta
besteira que foi dita por este país afora pelos candidatos ungidos pelas
agremiações partidárias. E o mais hilário é o esforço dos candidatos
presidenciais em atacar uns aos outros, sem ferir os correligionários no nível
regional. Eu nunca vi um balaio de gatos tão grande e tanta diversidade. Lula
parece ter razão quando diz que a política no Brasil se reduz a “eles” e “nós”. O que isto significa de verdade ele não diz, e nem faz nenhum
esforço para isto. Faz parte do jogo. Eu só sei que sou “eles”.
Eu já disse certa vez que nunca vi um partido tão “capitalista” quando o Partido Socialista
do Eduardo Campos, e nunca vi um partido tão de “extrema-direita” quanto o PSOL. Os métodos de ação são os mesmos e
hoje todos são black blocs. O importante é o poder com máscara ou sem máscara.
Todos tentam agora imitar o Luiz Suárez, o mordedor do Uruguai, para comer toda
a carne, tal qual vampiros, do nosso povo, que nem sente mais as mordidas
anestesiado pela Copa do Mundo. Mordeu? Basta o Brasil ganhar que passa. Mesma
que seja com prorrogação e pênaltis como contra o Chile no sábado, jogo que
mudou a escalação da seleção. Agora é: Júlio César, Neymar, Neymar, Neymar ....
e assim por diante.
E o episódio da mordida do jogador uruguaio no italiano foi
um ponto fora da curva nesta semana, em termos de humorismo espontâneo (Só não
foi mais hilário do que a decisão de deixar o Zé Dirceu trabalhar de
bibliotecário num escritório de advogacia. Por que ele não trabalha com
advogado?) E o filme abaixo mostra a mordida uruguaia e ainda outras mordidas
no plano político. No fundo no fundo, quanto mais se aproximam as eleições mais
somos mordidos. Minha sugestão é: “Vamos
morder de volta em outubro!”. Pensei em lançar o plano “Mentira Zero”, mas vi que, se ele
tivesse sucesso, faltariam candidatos. Então o jeito é morder de volta.
Um fato auspicioso (sempre quis usar esta expressão mas faz
tempo que não existia um fato assim por estas plagas) foi que o José Sarney
declarou que vai pendurar as chuteiras, que usa desde meados do século passado
e deve terem pertencido ao Barbosa, aquele goleiro da seleção no “maracanazzo”, pois eu nunca vi um
jogador que levasse tanto o Brasil a chorar por tão longo tempo. Antes tarde do
que nunca. Dizem que ele agora se dedicará exclusivamente à literatura, fazendo
uma revisão do seu livro “Marimbondos de
Fogo”. A primeira revisão será do título que de agora em diante será: “Gafanhotos de Cinzas”.
Mas o que achei melhor do filme, e que me fez rolar de tanto
rir, foi o Lula dizer que “criador e
criatura podem viver em harmonia”. Pensei logo no criador do Frankenstein,
que depois abominou sua criatura, e logo pensei, este Lula está apenas fazendo
campanha, quando diz que agora vive em harmonia com sua criatura, a Dilma. E
quer convencer o distinto público que adoraria ver a Dilma reeleita. Mas esta
estória só continuará se sua criatura mostrar que pode chegar ao monte tão
desejado pelo seu criador, o Planalto. A harmonia se desvanecerá assim que
Dilma começar a realmente dar com os burros n’água nas pesquisas. Então não se
iludam, tal qual o vampiro uruguaio, o Lula começará a morder a criatura pela
frente, porque, pelas costas, ele já faz isto há tempos.
Bem, mas já estou me alongando, e não quero que os meus três
leitores pensem que estou tentando mordê-los, nesta época de mordidas
generalizadas. Sou de Bom Conselho, e bom-conselhense não morde nunca. Fiquem
com o roteiro do filme feito pelos produtores do UOL, e vejam em seguida as
mordidas que os brasileiros estão levando dos seus políticos. Vamos morder de
volta?
“Na segunda semana de
Copa do Mundo no Brasil, a eliminação da Espanha já é assunto quase esquecido e
as piadas se concentraram na mordida dada pelo jogador uruguaio Luis Suárez no
italiano Giorgio Chiellini. Suspenso por nove partidas, a agressão deixou Suárez
fora da Copa e rendeu uma enxurrada de brincadeiras e comentários nas redes
sociais. Inspirados no uruguaio, a presidente Dilma Rousseff e seu principal
opositor, Aécio Neves, trataram de abocanhar aliados para as próximas eleições.
Já a aposentadoria do senador José Sarney fez com que as atenções se voltassem
para o cenário político, mas por pouco tempo, porque ainda tem muita Copa
rolando.”
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